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quarta-feira, 14 de março de 2012

Hoje no Rock: Thick as a Brick, 40 anos

Quandoo clássico Aqualung foi lançado pelo Jethro Tull em 1971, ele foi recebido pela crítica como um álbum conceitual, rótulo que o compositor/vocalista/flautista Ian Anderson refutou duramente. "Eles querem um disco conceitual? Ok, vou dar-lhes um!" teria dito ele.

Thick as a Brick é um álbum de uma música só. Aliás, Thick as a Brick é uma música apenas, com cerca de 45 minutos, com os climas se revezando ao longo da execução. Isso foi um problema no lançamento original em vinil, que só permite 23 minutos por lado. Mas era só virar o disco e a música continuava.

Outro dado interessante é a temática. O disco teria sido inspirado em um poema escrito por um menino de 8 anos chamado Gerald Bostock, ou Little Milton, sobre os desafios de envelhecer. Aliás, nos créditos no disco são para Anderson/Bostock, na verdade, a mesma pessoa. A capa é um show a parte, reproduzindo um tablóide local. Originalmente era um jornal mesmo, com 12 páginas constando notícias, fofocas, classificados, anúncios e, claro, a letra! Infelizmente a beleza do design foi perdida quando precisou ser convertida para CD.

Anderson considerava Thick as a Brick uma espécie de sátira ao progressivo que emergia na ocasião. Ele chegou a afirmar que Thick as a Brick estava para o Emerson Lake and Palmer assim como o filme Airplane (Aperte os Cintos o Piloto Sumiu) estava para Aeroporto.

Acima de qualquer rótulo, Thick as a Brick é uma das mais criativas obras do rock, independente de ser progressivo ou não. Não apenas pela estupenda composição, mas também pelo conceito, arte, execução e temática. É um disco de uma época em que a qualidade colocava os artistas no topo das paradas e não da forma como vemos atualmente, com bundas e cornos na luta do vale tudo pela mídia. Indispensável!

Aí embaixo, ao vivo, no Madison Square Garden, 1978.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Hoje no Rock: Beatles - Strawberry Fields e Penny Lane

Hoje, pode-se se dizer categoricamente que há exatos 45 anos o rock mudou para sempre. Sim, porque se você achava que a revolução beatle aconteceu com o Sgt. Peppers, você está redondamente enganado. A coisa começou um pouco antes, no final de 66 quando Brian Epstein pediu um novo single.

É importante lembrar que eles vinham de dois LPs experimentais, o Rubber Soul e o Revolver, onde haviam flertado com a música indiana e arranjos mais complexos. Um passo adiante nessa direção seria o caminho natural.

A primeira música apresentada foi Strawberry Fields Forever, um sonho psicodélico sobre um velho parque do Exército da Salvação de Liverpool, onde John costumava brincar. A outra era Penny Lane, que era um ponto final de uma linha de ônibus da cidade, perto de onde Paul havia crescido. Ou seja, ambas tinham a infância como ponto de partida.

O compacto foi lançado e, pela primeira vez, não chegou ao número um. Coube a um novato de nome estranho, Eglebert Humpedick a façanha de bater os Beatles, para depois mergulhar de volta no anonimato. Era o 13º compacto deles e acabou com fama de azarado. Na época, o que saia nos compactos não aparecia nos álbuns e logo em seguida eles lançaram o Sgt. Peppers. Mais tarde, as duas músicas foram inseridas no álbum Magical Mistery Tour.

Quando perguntam qual minha música favorita, claro que é impossível responder. Mas sinto vontade de dizer Strawberry Fields. Acho sua estrutura fantástica, sua sonoridade, seu clima etéreo. Desde sua primeira versão, só com John tocando violão, ela já apresenta algo mágico. Aos poucos foram sendo inseridos mais e mais instrumentos, a começar pelo Melotron, uma espécie de avô dos sintetizadores modernos. Em seguida entram instrumentos clássicos, indianos, rítmicos... Tudo isso amarrado com um John Lennon de voz fantasmagórica. E não custa lembrar que foi gravada em apenas 4 canais!

Acredito que se fosse lançado hoje, 42 anos depois, ainda seria de vanguarda e poucos a aceitariam facilmente como aconteceu em 67. Penny Lane tem igualmente uma construção esmerada, com um solo de trompete lindo, mas é Strawberry que mexe comigo. Poderia falar dela por horas, tem uma série de curiosidades e detalhes técnicos fantásticos, mas haverá oportunidade para mais. Por enquanto, separei pra vocês uma sequência com 4 versões de Strawberry Fields, da demo até a definitiva. Lá embaixo, os clipes de Strawberry Fields e Penny Lane.

http://www.4shared.com/file/38092723/e5f344b6/Strawberry_Fields.html




terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Hoje no Rock: Phil Collins, 61 anos

Inglês de Chiswick, Phillip David Charles Collins trouxe a arte no seu DNA graças à sua mãe June, agente teatral. Mas graças ao seu tio, que lhe deu uma bateria de presente, Phil entrou na música. Desde cedo tocava bateria acompanhando a TV ou o rádio, o que fez com que nunca aprendesse a ler ou escrever partituras, embora tivesse desenvolvido uma forma própria de notação musical.

Na adolescência começou sua experiência no teatro, com vários papéis secundários e trabalhos com figuração, como em A Hard Days Night, dos Beatles. Apesar do flerte com o teatro, nesta mesma época fundou sua primeira banda, The Real Thing, e começou a tocar em outras como baterista contratado. Nesta época fez sua primeira gravação profissional com a banda Flaming Youth, um disco conceitual que acabou sem sucesso comercial. Mais tarde, aos 19, participou tocando percussão no mítico All Things Must Pass, de George Harrison.

Em 1970, o Genesis estava gravando seu terceiro álbum e precisava de um novo baterista. Nos anteriores, 3 nomes haviam passado pelas baquetas, sem esquentar o lugar. Phil chegou cedo e ficou prestando atenção aos outros concorrentes, que tocavam faixas do segundo álbum da banda. Memorizou as partes, tocou da sua forma e entrou na banda. Nursery Crime foi lançado um ano depois.

No ano de 1975 acontece a saída de Peter Gabriel do Genesis e, após uma série de substituições e revesamentos na bateria, Phil Collins assumiu os vocais no álbum de 1976, A Trick of the Trail, que chegou ao número 3 na parada britânica. Phil ainda tocava bateria na banda de jazz Brand X, mas com a agenda do Genesis lotada, era comum ver bateristas suplentes nos shows.

Nos anos 80 Phil deu força à sua carreira solo, mas mantendo os trabalhos do Genesis, agora com um caráter mais radiofônico, como em Land of Confusion (capa aí do lado) e Invisible Touch. Seu último trabalho com a banda foi We Can't Dance, de 1991 e sua saída oficial aconteceu em 96. Neste período, Collins tinha uma sólida carreira solo, dirigida ao pop-rock e envolvendo produções de outros artistas e trilhas sonoras.

Uma imensa lista de sucessos como In The Air, Against All Odds, Take me Home, Sussudio, Easy Lover, One More Night, Don't Lose My Number... a lista é imensa, talvez a maior de um músico em carreira solo em toda a história. Isso fez que, junto com Paul McCartney e Michael Jackson, se tornasse um dos únicos 3 nomes a vender mais de 150 milhões de discos em carreira solo. Phil Collins é também recordista em número de hits na Billboard, além de ganhar inúmeros prêmios como cantor e compositor.

Há cerca de um ano Phil anunciou sua aposentadoria. Com sua audição arruinada e um problema nos tendões que o impede de tocar bateria, resolveu sair de cena dizendo simplesmente que "ninguém vai sentir a minha falta". Ainda segundo ele, sua super exposição ao longo dos anos 80 e 90 (tanto no rádio como na TV) fez com que o público aos poucos começasse a enjoar da sua voz.

O pobre cenário musical atual prova que você está errado Phil!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Hoje no Rock: Eddie Van Halen, 56 anos

Holandês de nascença, Edward Lodewijk Van Halen, foi para Pasadena na California ainda criança, onde começou a aprender música junto com seu irmão Alex. Inicialmente estudava bateria enquanto Alex estudava guitarra. Um superou o outro e acabaram invertendo os instrumentos.

Eddie não apenas superou o irmão, mas evoluiu tecnicamente até tornar-se um dos mais influentes guitarristas de seu tempo. Com a fundação do Van Halen, apresentavam a faixa Eruption já no disco de lançamento, um cartão de visitas do que era capaz de fazer.

Seu perfil de inovador sempre foi reconhecido, tanto entre os fãs como entre os músicos. Adaptações de técnicas como o tapping conferiam maior velocidade aos solos e uma sonoridade particular. Sua inovação também vista na sua opção por construir suas próprias guitarras, como a famosa Frankeinstrat.

Eddie tem participações em várias gravações de outros artistas, entre elas Beat It, de Michael Jackson. É comum também vê-lo fazendo pontas em filmes e seriados. Sua aparição mais famosa foi no filme Robocop, de 1987.

Hoje o Van Halen é mais do que nunca uma banda família, contando com seu irmão Alex e sei filho Wolfgang no baixo. Além disso, quem está de volta é o showman David Lee Roth, vocal dos melhores anos do grupo. Os caras estão de disco novo e em turnê, sem previsão de passar por aqui, ao menos por enquanto.

Recentemente Eddie foi eleito o 70º melhor guitarrista de todos os tempos, numa lista feita com os 100 melhores, pela Revista Rolling Stone.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Rock News: Cantora americana Etta James morre aos 73 anos

A cantora Etta James morreu nesta sexta-feira (20) aos 73 anos de idade. Ela sofria de leucemia terminal e estava ao lado de seu marido Artis Mills e de seus filhos quando morreu, segundo o empresário e amigo de longa data da artista, Lupe De Leon.

Nascida em 25 de janeiro de 1938 em Los angeles, a artista foi diagnosticada com a doença em 2010, e sofria ainda de demência e hepatite C. Ela morreu em um hospital de Riverside, na Califórnia.

Lupe De Leon, que trabalhou como empresário da cantora por 30 anos, afirmou que "é uma tremenda perda para a família, seus amigos e fãs ao redor do mundo. Ela conseguia cantar tudo. Sua música desafiava a categorização".

Etta James, cujo nome verdadeiro era Jamesetta Hawkins, começou sua carreira em 1954 e, no ano seguinte, emplacou a canção "The wallflower (roll with me, Henry)" no topo das paradas de r&b. Ao longo dos anos, lançou hits como "Dance with me, Henry", "Tell mama", and "I'd rather go blind", mas seu maior sucesso é "At last", que pertence ao disco de mesmo nome lançado em 1960.

A cantora não foi a primeira a gravar a música, que em sua versão tinha altas doses de jazz, mas foi a de James que se tornou a mais famosa e a que iria definí-la como uma cantora lendária. Ao longo das décadas, muitas noivas ao redor do mundo usaram a canção, que foi passada de geração em geração por aparecer em trilhas sonoras de filmes como "American pie". Além disso, o presidente Obama e a primeira-dama dançaram ao som do sucesso no baile de inauguração.

A artista, cuja sonoridade caminhava entre o soul, o blues e o jazz, teve uma vida turbulenta. Nunca conheceu seu pai, mas descrevia sua mãe como ausente e uma viciada em drogas. Foi criada por Lula e Jesse Rogers, que eram donos da casa onde a mãe de James chegou a morar. Ela frequentava a igreja graças à dupla, e sua voz costumava se destacar dentro do coral. Ficou tão famosa pelos momentos nos quais cantava sozinha que dizia receber a visita de estrelas de Hollywood que queriam vê-la cantar.

O r&b fez com que Etta James se afastasse da igreja. O músico Johnny Otis – que morreu nesta terça (17) – a encontrou cantando numa esquina de San Francisco com algumas amigas no começo da década de 50. Com 15 anos, James então foi a Los Angeles com Otis (após forjar um documento no qual sua mãe supostamente alegava que ela tinha 18) para gravar “Dance with me, Henry” em 1955.

Em 1959, assinou com a gravadora Chess, de Chicago, e começou a excursionar com artistas como Bobby Vinton, Little Richard, Fats Domino, Gene Vincent e Jerry Lee Lewis. Gravou vários hits no final dos anos 50 e na década de 60, entre eles "Trust in me”, ''Something's got a hold on me", ''Sunday kind of love", ''All I could do was cry" e, claro, "At last".

Gravou, em 1967, o que é considerado um dos melhores álbuns de soul de todos os tempos, “Tell mama”, uma fusão de rock e música gospel com arranjos de sopro, ritmos de funk e refrões com cara de coral de igreja. Uma das faixas do disco, “Security”, entrou para o top 40 de singles em 1968.

Seu sucesso, entretanto, caminhou lado a lado com seus demônios pessoais. Seu vício em drogas, que começou em 1960, durou muitos anos e a levou a uma existência angustiante, destruindo sua habilidade de cantar e quase acabando com sua carreira.

Pelo menos duas décadas foram necessárias para acabar com o vício da cantora. Seu marido, Artis Mills, permaneceu preso por anos após assumir a culpa, que na verdade era de James, por posse de drogas. Após voltar à ativa, ela conseguiu reconstruir sua carreira e, em 1984, foi convidada para cantar o hino nacional americano nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Além do problema com drogas, ela lutou contra a balança, chegando a fazer shows numa cadeira de rodas. Nos anos 2000, fez uma cirurgia e perdeu cerca de 90 quilos.

Etta James entrou para o Hall da fama do rock em 1993, ganhou um Grammy em 2003 na categoria melhor álbum contemporâneo de blues por “Let’s roll”, um em 2004 por melhor álbum tradicional de blues por “Blues to the bone” e, por fim, um com melhor performance vocal de jazz por “Mystery lady: songs of Billie Holiday”, de 1994. Também em 2003, levou um Grammy pelo conjunto da obra e uma estrela na calçada da fama de Hollywood.

Com a piora de seu estado de saúde, a artista passou a ter cuidados médicos em casa em 2011. Ela sofria de demência, problemas nos rins e leucemia, que, no final do ano passado, foi caracterizada como terminal por seu médico.

Seu último álbum, “The dreamer”, foi lançado em novembro de 2011 e trouxe sua interpretação para canções como “Welcome to the jungle”, do Guns N’ Roses e “Misty blues”, de Bob Montgomery.
fonte: G1


E a festa no céu está cada vez melhor... qualquer hora to chegando aí!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Hoje no Rock : Janis Joplin, 69 anos

Odeio começar posts dessa forma, mas essa turma dos anos 60 não me permite variações. Portanto, lá vai: Se fosse viva, Janis Lyn Joplin completaria hoje 69 anos. Acontece que ninguém viveu como ela a loucura hippie e sua breve carreira é seu melhor epíteto.

Nascida em Port Arthur, Texas, Janis teve contato com a música desde cedo, cantando no coral local. Já na universidade, começou a cantar blues e folk, influenciada pelas divas Bessie Smith e Big Mama Thorntom.

Em 63 partiu para San Francisco, onde o movimento beatnik vivia seu auge. Lá começou a cantar folk e a ter contato com drogas e bebidas, sempre em excesso. O Southern Comfort era seu drink favorito e a heroína o melhor acompanhamento, mistura que a fez deixar a música de lado em algumas ocasiões.

Após um período de volta a sua terra natal para recuperar sua saúde, Janis volta em 66 a San Francisco em meio à explosão hippie. Nesse período ela se junta à banda Big Brother and the Holding Company com quem consegue um contrato para a gravação de um álbum. O disco não foi bem, mas o sucesso no Monterrey Pop Festival fez com que Janis fosse descoberta pelo grande público. Dois discos depois, Janis deixou o Big Brother e fundou o Kozmic Blues Band, que também teria vida curta, com apenas um LP em 1969.

Em 70 ela teve sua famosa passagem pelo Brasil, inicialmente para tentar se livrar das drogas. Mas acabou se envolvendo nas mesmas polêmicas de sempre, bebeu pacas e acabou numa comunidade hippie na Bahia. Em 4 de outubro de 1970, então com apenas 27 anos, Janis Joplin morreu vítima de overdose de heroína. Lançou ainda o disco póstumo Pearl com a banda Full Tilt Boogie Band, um clássico absoluto, com canções como Me and Bob McGee e Mercedez Benz.

Seu legado é sua voz rasgada, possante, ora eufórica, ora angustiada. Lançou apenas 4 discos de estudio, mais 2 ao vivo e um punhado de compilações (incluindo sua apresentação em Woodstock). Poderia até ter durado mais e lançado mais material. Mas ai certamente não seria a Janis que conhecemos.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Hoje no Rock: Joan Baez, 70 anos

Quando se fala em folk rock, o nome de Bob Dylan é o primeiro que vem a mente. Mas é uma injustiça não lembrar antes de Joan Chandos Baes, nascida em 9 de janeiro em Staten Island, Nova York. Dona de uma voz singular e boa técnica no violão, começou tocando em bares e cafés, até explodir nacionalmente no famoso Newport Folk Festival de 1959.

Com letras sempre de cunho social, Baez tornou-se ícone nos efervecentes anos 60, com relação aos protestos pelos direitos civis e contra a Guerra do Vietnam. Foi neste período que conheceu Dylan, encantada por suas letras, com quem teve um breve namoro. Chegou a incluir várias músicas dele em seu repertório e fazer shows em dupla o que ajudou a promovê-lo nacionalmente. Outra influência de Dylan na obra de Joan foi a inclusão de instrumentos elétricos, o que inicialmente chocou os fãs, mas mais tarde ficou cunhado como folk rock.

Em 1968 casa-se com o jornalista e ativista David Harris, que acaba preso ao recusar-se a ir para o Vietnam. Já em1969 faz um show emblemático no Festival de Woodstock, protestando contra a guerra e sua prisão.

Além do folk americano, Joan sempre deu atenção à música tradicional latino-americana, chegando a gravar Villa-Lobos e Zé do Norte. Os anos 70 vieram com um reencontro com Dylan, seguido por um retorno às suas raízes na virada da década de 80. Neste período retira-se um pouco da cena artística, fazendo menos shows e gravações.

Em 1995 retorna com o ótimo Ring the Bells, atingindo um novo público e levando novamente Baez ao palco do ativismo. Nos anos seguintes ela participou fortemente das ações em torno da eleição americana e das guerras do Afeganistão e do Iraque. Baez chega aos 70 com a mesma voz de soprano e a postura de luta, como na mítica We Shall Overcome.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Hoje no Rock: Michael Stipe, 52 anos

Em 4 de janeiro de 1960 nascia na cidade de Decatur, Georgia, John Michael Stipe que durante sua infância perambulou por vários estados americanos acompanhando seu pai, militar do exército. Mas a coisa mudou mesmo quando ele parou em Athens para estudar arte.

Foi lá que conheceu Peter Buck numa loja de discos. Logo em seguida Mike Mills e Bill Berry se juntaram ao que seria o REM. Todos sairam da faculdade e passaram a focar na banda que lançou o single Radio Free Europe. O sucesso no circuito universitário americano foi tanto que eles acabaram assinando um contrato com a IRS, tradicional selo alternativo americano.

Apesar do sucesso no cenário mainstream só ter vindo em 1991 com Out Of Time e o hit Losing My Religion, Stipe e o REM já eram bem conhecidos nos EUA. Principal letrista e vocalista da banda, Stipe dava o cunho artistico e ativista do grupo, sempre com letras parte surreais, parte críticas. Segundo ele mesmo, o REM surgiu durante a era negra dos políticos americanos (os anos Reagan / Bush) e era simplesmente impossível não ser ativista.

Em 1987 Stipe funda a C00 Films com Jim McCay e passa a produzir também cinema. Filmes como "Quero Ser John Malkovich" e "Man on the Moon" tem o dedo de Stipe, assim como a direção de vários clips do REM.

Em 1992 surgiram boatos dando conta de que Stipe teria contraído o vírus HIV. Segundo ele, isso só aconteceu porque nunca havia sido claro sobre sua sexualidade, dando margem para especulações. Mais tarde, em 1994, declarou que não era nem hétero, nem homo, nem bissexual, apenas mantinha-se aberto às oportunidades. Já em 2001, ele revelou que vivia com um companheiro já há 3 anos.

Com o final do REM, anunciado em 2011, Michael Stipe mantém vários projetos paralelos, como vocalista e produtor, mas sem esquecer do seu lado ativista, seja politicamente, seja em causas ambientais. Recentemente produziu um single beneficente em prol das vítimas do furacão Katrina que chegou ao primeiro lugar no Canadá.

A discussão sobre o que é ou não clássico sempre vem a tona. Costumo dizer que as duas últimas bandas que considero clássicas são o U2 (apesar das bizarrices cometidas recentemente) e o REM. Um se corrompeu e não toca rock faz tempo. O outro manteve o mesmo estilo desde o começo, apesar de ter alçado o estrelato, e preferiu encerrar as atividades a prostituir seu som. Muito disso, deve-se à postura de Michael Stipe a frente da banda.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Hoje no Rock: 10 anos sem Cássia Eller

Quando nos damos conta, vemos que hoje em dia 10 anos são trocados, que passam voando perto da imensidão dos séculos. Senão vejamos: 10 anos foi o tempo da carreira dos Beatles, período onde brotou de tudo, desde os próprios Fab Four, passando pelos Stones, Hendrix, Floyd, Doors, Zeppelin e Purple. Those was the days!

Pois passaram-se 10 anos da morte repentina de Cássia Eller e eu pergunto: quem apareceu, digno de ser chamado de rock and roll? Sim, porque se no repertório ela flertava com a MPB, o Pop e até mesmo com o samba, também é verdade que envergou a postura rock and roll como poucos no Brasil e, ouso dizer, como ninguém mais na última década.

Não sou fã dela, apesar de reconhecer seu valor. Faltou compor mais, mas analisada sua obra, parece que os fãs não sentiram tanta falta assim. Talvez tenha faltado falar da sua postura constestadora, mas isso agora são meras suposições. Fica o consolo de Cássia não ter vivido para ver os restarts, fiuks e congêneres que habitam a atual fauna musical brasileira, cheia de bichos escrotos.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Hoje no Rock: Frank Zappa, 71 anos

Muitos nomes da música tornaram-se lendas dentro de seu estilo, sobretudo nos anos 60 e 70, onde as fronteiras do rock ainda eram bem definidas. Mas alguns poucos ousaram romper estes limites e conquistar novas terras.

Tal qual um pugilista que unifica títulos, Frank Zappa conseguiu ser uma lenda no rock, no jazz e na música experimental, graças ao seu estilo muito pouco convencional. Ao longo de mais de 30 anos de uma prolífica carreira, Zappa lançou mais de 30 discos, a maioria deles com sua banda desde sempre, o Mothers of Invention. Artista gráfico, Zappa também fez o layout e produziu a maior parte de seus discos, dando a real noção da sua falta de limites.

Filho de uma dona de casa franco-italiana e de um químico da Sicília, sua infância foi, assim como sua obra, muito pouco convencional. Seu pai trabalhava na indústria de defesa americana, o que forçou muitas mudanças de cidade, mas sempre retornando à sua natal Baltimore. Os tempos eram o auge da guerra fria e a presença de máscaras contra gás dentro de sua própria casa (esperando um ataque ou um vazamento da indústria próxima) forjaram muitas músicas que ele comporia anos mais tarde.

Apesar de ter se consagrado principalmente como guitarrista, Frank teve sua iniciação musical como baterista, tocando blues. Por outro lado, desde adolescente compunha música clássica. Após a passagem para a guitarra, ele lança em 1966, junto com o Mothers of Invention, o super influente Freak Out, que fez cabeça até dos Beatles e os ajudou a bolar o Sgt Peppers no ano seguinte.

O ano de 1971 trouxe 2 incidentes para a carreira de Zappa. O primeiro aconteceu quando alguém na platéia iniciou um incêndio que queimou o cassino (e seu equipamento todo!) no Festival de Montreux. O episódio ficou imortalizado na música Smoke on the Water, do Deep Purple. Pouco tempo depois, no Rainbow Theatre em Londres, Frank foi empurrado para fora do palco, sofrendo várias fraturas e uma séria lesão na laringe. Isso fez com que sua voz ficasse uma terça mais grave.

Apesar dos reveses, os anos 70 foram de sucesso para Zappa. Cada disco era uma nova experiência, sempre rompendo com os limites pré-estabelecidos pela indústria fonográfica, ainda toda poderosa na época.

Sempre envolvido em polêmicas, em 1985 Frank prestou depoimento no senado americano contra a PRMC, uma espécie de entidade que visava controlar o conteúdo das letras das músicas. Preocupado com uma censura velada, Zappa atacou a entidade e sua fundadora Tipper Gore, esposa do então senador Al Gore, que hoje posa de defensor do clima.

Frank faleceu em 1993, vítima de um câncer de próstata. Deixou 4 filhos e uma obra imensa, que ainda hoje influencia muita gente. Aí embaixo, uma das minhas favoritas: Peaches en Regalia, do álbum Hot Rats, de 1969.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Hoje no Rock: Wings Wild Life

Em 7 de dezembro de 1971 Paul McCartney dava o pontapé inicial na banda que o acompanharia pela próxima década, os Wings. Ok, concordo com os que dizem que nada mais era que uma justificativa para incluir sua esposa Linda no barco, mas também é verdade que contava com os ótimos Denny Seiwell (James Brown, Janis Joplin) na bateria e Denny Laine (Moody Blues) na guitarra solo.

Após um breve período de ensaios na Escócia, Paul se reuniu com a banda no bom e velho Abbey Road para a igualmente curta gravação do álbum Wild Life, que levou pouco mais de uma semana.

A maior parte das faixas foi gravada em um take único. A ideia era registrar o frescor das composições, num clima cru e descontraído. No começo da primeira faixa, Mumbo, dá para ouvir Paul gritar para o operador Tony Clarke "Take it, Tony".

A recepção pela crítica foi morna, muitos chamando o álbum de "super valorizado", tendo valor apenas por ser uma obra de um ex-beatle. Realmente é um álbum irregular, mas contendo ao menos 3 grandes canções: Tomorrow, Love is Strange e Dear Friend, que muitos dizem ter sido composta durante um período de reaproximação com John Lennon, após as polêmicas envolvendo Too Many People (Ram) e How Do You Sleep (Imagine).

O desempenho foi discreto, alcançando um 11º lugar na Inglaterra e o 10º nos Estados Unidos. O álbum foi relançado em 1993 contendo novas faixas, como Mary Had a Little Lamb, a polêmica Give Ireland back to Irish, Little Woman Love e Mama'a Little Girl.

Independente de ser um álbum bom ou ruim (não é nem um nem outro, como disse é regular), Wing Wild Life marca por ser o ponto de partida dos Wings e inaugura uma nova fase macartiana, após seus primeiros trabalhos pós-Beatles.


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Hoje no Rock: 23 anos sem Roy Orbison

Roy Kelton Orbison nasceu na cidade de Vernon, no estado do Texas, e logo aos 6 anos ganhou de seus pais sua primeira guitarra. Precoce, na adolescência já excursionava pelo seu estado natal com sua primeira banda, The Wink Westerners, tocando country e gospel.

Dono de uma das mais icônicas vozes do rock, Roy era constantemente confundido com um cantor negro pelos DJ das rádios americanas. Seu anonimato começou a acabar quando seu amigo Johnny Cash sugeriu que ele enviasse sua gravação de Ooby Dooby para Sam Phillips, dono da lendária Sun Records que já havia lançado Elvis e Jerry Lee Lewis. O sucesso foi imediato e em 1956 Roy vendeu 20 mil cópias deste single.

Ladeira acima, Roy emplacou vários sucessos, como Only the Lonely, In Dreams e a clássica Oh Pretty Woman, composta enquanto ele excursionava pela Inglaterra com os Beatles. Conta-se que Lennon e McCartney compuseram Please Please Me inspirada nesta canção. Ainda sobre os Beatles, Orbison foi um dos poucos americanos a conseguir emplacar singles no topo da parada britânica durante a beatlemania.

Apesar do sucesso, a tragédia marcou a vida de Roy. Em 1966 sua primeira esposa, Claudette morreu após cair da garupa de sua moto e em 1968 2 de seus 3 filhos morreram durante um incêndio em sua casa. Já nos anos 70, ele caiu no ostracismo e passou a ter sérios problemas financeiros, culminando com uma cirurgia no coração em 1979.

Em 1980 Roy ressurge das cinzas para ganhar um Grammy por seu dueto com Emmylou Harris na música "That Lovin' You Fellin' Again", do filme Roadie. Mais adiante, em 1988 ele ingressa na super banda Traveling Wilburys, com George Harrison, Bob Dylan, Tom Petty e Jeff Linne. Conta-se que Harrison teria pedido de joelhos para que Roy ingressasse na banda.

Após o grande sucesso do lançamento, em 1988, Orbison morreu vitima de um ataque cardíaco fulminante. Deixou ainda o álbum Mistery Girl, lançado postumamente em 1989. Roy Orbison será sempre um dos grandes ícones do rock and roll clássico, com sua voz potente e seus característicos óculos escuros.

Dizem que ele os usava por ter um alto grau de astigmatismo. Outros dizem que era por timidez. De qualquer forma, Roy era como na sua canção: Only the Lonely.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hoje no Rock: 10 anos sem George Harrison


Eu era muito novo quando Lennon foi assassinado. Tinha apenas 7 ou 8 anos, mas ainda assim lembro de quando chegou a notícia, através de um Motorádio, a bordo de um Fusca azul na estrada para Cabo Frio. Apesar de conhecer os Beatles desde antes de nascer, aquela notícia não atrapalhou a ansiedade de brincar com os primos, que estavam esperando no final da estrada. Vinte anos depois, a notícia veio de forma bem diferente.

Consciente de quem eu era, assim como de quem George era, eu já acompanhava sua carreira e sua luta contra o câncer. Pouco tempo antes, ele havia sido agredido por um louco que invadiu sua casa com uma faca. Os mais próximos dizem que nunca se recuperou do susto e dos ferimentos. A notícia veio logo de manhã, em um jornal matinal e confirmada pela internet.

Pela primeira vez na vida (inclua aí perda de parentes) senti um vazio com a morte de alguém. Harrison não era apenas o músico, mas a referência para muita coisa positiva. Engoli em seco e o nó na garganta custou a dissolver.

Talvez tenha dissolvivo apenas um ano depois, na justa homenagem promovida pelo seu grande amigo Eric Clapton, com quem viveu o triângulo amoroso mais notório da história do rock. Com ele, os companheiros de Traveling Wilburys Tom Petty e Jeff Lynne, dos Beatles, Macca e Ringo, além de Billy Preston (outro da turma do "já era"), Joe Brown, Ravi Shankar e do próprio Eric. Talvez tenha sido a mais justa e bela homenagem já prestada a um idolo do rock.

Nove anos depois, ele ainda faz falta. Em dias posteriores ao show do Paul no Brasil, sinto que realmente faltou alguma coisa. Adivinhem quem?

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Hoje no Rock: 20 anos sem Freddie Mercury

Não há muito o que dizer sobre Farokh Bommi Bulsara, mais conhecido como Freddie Mercury. Nascido em Zanzibar (atual Tanzânia) e filho de indianos de etnia persa, Freddie foi educado em uma escola inglesa na cidade de Mumbai, na Índia. Desde cedo mostrou grande interesse e aptidão para a música, cantando e tocando piano. Foi lá que surgiu o apelido de Freddie.

Aos 18, migra com seus pais para a Inglaterra, onde começa a estudar design, formando-se também com alto conceito. Nessa época conhece o baixista Tim Staffel, que tocava com Roger Taylor e Brian May numa banda chamada Smile. Em 1970 Tim abandona a banda e Freddie assume os vocais, adotando o nome de Queen.

Nesse mesmo ano, Freddie conhece Mary Austin, com quem passa a viver. Mary era sua namorada, mas é tida por muitos como a responsável por sua orientação sexual. Mesmo após romperem, foram amigos até o fim de sua vida. Ela inspirou o clássico Love of My Life.

Os anos do Queen foram fantásticos em termos musicais. Seria necessário outro post só para enumerar os clássicos da banda, muitos deles compostos por Freddie. We Are The Champions, Bohemian Rapsody, Somebody to Love e a inesquecível Love of My Life, que teve uma apresentação memorável no Rock in Rio, em 1985 (lá embaixo, no iutubiu). Ao contrário do que muitos pensam, essa música não foi composta para Mary Austin, mas para Jim Hutton, um de seus namorados.

Após rumores de que estaria com AIDS, Freddie faz uma declaração pública assumindo a doença em 29 de novembro de 1991. No dia seguinte, veio a falecer. Mas curiosamente sua despedida aconteceu no ano seguinte, nas Olimpíadas de Barcelona, num dieto virtual com a cantora Montserrat Caballet.

O legado de Freddie Mercury é inquestionável, mesmo para os que não são fãs dele ou do Queen. É tido por muita gente como o maior vocalista da história do rock, ou ao menos o mais técnico de todos. Seu timbre único é praticamente uma grife, assim como os de Elvis ou Mick Jagger, tornando-o inconfundível.

Sobre o recente Queen com Paul Rodgers? Não falo sobre isso, em respeito a memória do falecido. Certo tá o John Deacon que largou tudo e virou eremita...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Hoje no Rock: Duane Allman, 65 anos

É tão vasto e variado de personagens esse nosso mundinho do roquenrol que, vira e mexe, me deparo com uma injustiça cometida por mim mesmo contra célebres personalidades que ajudaram a mudar nossa música. Hoje mesmo me dei conta que, ao longo deste quatro anos de blog (passou e eu nem comemorei) nunca escrevi uma linha sequer sobre Duane Allman.

Howard Duane Allman nasceu em Nashville, no Tennessee, terra da country music e do famoso Jack Daniel's. Após perder o pai assassinado e mudar-se de cidade várias vezes, descobriu o rock e o blues junto com seu irmão Greg Allman, com quem fundou o núcleo da Allman Brothers Band.

Seu timbre único na guitarra foi conseguido com a curiosa combinação de uma Gibson Les Paul plugada em 2 amplificadores Marshall de 50 watts para baixo. Junte a isso sua exímia técnica no slide guitar e terá o som único conseguido por Greg Allman.

Sua carreira foi curta, interrompida ao 25 anos por um acidente de moto. Mas isso não o impediu de contribuir decisivamente no rock e na discografia de Aretha Franklin, Wilson Pickett, King Curtiss e, principalmente numa bandinha chamada Derek and the Dominoes. Sua performance, junto a Clapton, ajudou a tornar Layla and Other Assorted Love Songs.

Seu legado persiste até hoje. Logo após sua morte, Robbie Van Zant (Lynyrd Skynyrd) compôs o clássico Free Bird em sua homenagem. Recentemente a revista Rolling Stone elegeu Duane Allman o segundo melhor guitarrista de rock de todos os tempos, atrás apenas de Jimi Hendrix.

Abaixo, um video do clássicaço Live at Filmore, de 1970

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Hoje no Rock: The Band, Last Waltz

Tem eventos que sempre aparecem aqui no nosso Experience, como o antológico show The Last Waltz, do The Band que completa 35 anos hoje. A performance virou um documentário que contou com a direção de Martin Scorcese e marcou a despedida da banda e o início da carreira solo de seus integrantes.

Depois de muitos anos de estrada, o The Band decidiu amigavelmente que era hora de cada um buscar novos horizontes e encerrar as atividades do grupo. Para isso, foi promovido um show no Winterland Theatre em San Francisco, casa onde fizeram seu primeiro show nos EUA.

O show é na verdade um desfile de feras do calibre de Eric Clapton, Neil Young, Moody Waters, Neil Diamond, Bob Dylan e Joni Mitchell, só pra ficar nos mais conhecidos do público em geral. Já no filme, entre as músicas, várias entrevistas entre os membros da banda, falando sobre as origens, histórias e motivos que levaram à separação.

Absolutamente indispensável na prateleira de qualquer um que diga gostar de rock. Destaque para The Weight, acompanhado pelos Staple Singers, The Night They Drove Old Dixie Down, magistralmente cantada por Levon Helm (abaixo no iutubiu) e para o duelo de guitarras entre Clapton e Robbie Robertson.

Até hoje, The Last Waltz é amplamente considerado o melhor documentário feito sobre uma banda de rock de todos os tempos. Recentemente o mesmo
Martin Scorcese tentou repetir a fórmula com Shine a Light, dos Stones, mas sem o mesmo brilho, trocadilhos a parte... Mas ele se redimiu com a biografia do Harrison, que postei aqui recentemente.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Hoje no Rock: Paul Simon, 70 anos

Nascido em New Ark, Nova Jersey, em 1941, Paul Frederic Simon é filho de professores, sendo que seu pai era também músico. O ambiente familiar contibuiu para seu gosto pela Literatura, campo em que se formou em 1964.

Antes disso, já se aventurava na música com seu amigo de infância Art Garfunkel. Chegaram a gravar um disco em 1964 chamado Wednesday Morning, que continha a clássica Sound of Silence. Entretanto não fez nenhum sucesso e Paul resolveu dissolver a dupla temporariamente. Mergulhou então no circuito folk, moda que varria a América liderada por Bob Dylan. Chegou a tocar em Londres quando, inesperadamente, Sound of Silence chegou ao topo das paradas.

Reativou então a parceria com Garfunkel, que lhe renderam 6 discos de ouro e vários clássicos, como Bridge Over Troubled Water, The Boxer, I Am a Rock, Mrs Robinson, além da própria Sound of Silence. Apesar do sucesso, em 1970 dissolveram novamente a dupla, em busca de novos horizontes e possibilidades sonoras.

Além da música, os anos 70 trouxeram experiências no cinema para Simon. Participou do filme Annie Hall de Woody Allen e One Trick Poney, no final da década. É importante lembrar que a trilha sonora de A Primeira Noite de um Homem, com Dustin Hoffman tornou-se clássica, projetando ainda mais a dupla Simon and Garfunkel. Mas definitivamente, ficar na frente das câmeras, não era sua vocação.

Em 1975 a parceria com Art foi temporariamente reativada para a gravação da faixa My Little Town, do álbum Still Crazy After All These Years. Desde então, eles se reuniram periodicamente, culminando com o histórico show no Central Park de Nova York em setembro de 1981.

Os anos 80 trouxeram o experimentalismo. Em 1986 saiu de um período inativo com o aclamado Graceland, gravado com músicos sul-africanos, causa abraçada por Simon, contra o Apartheid. Após experiências com vários ritmos, Simon chegou a desembarcar na Bahia, para gravar com o Olodum no ínício dos anos 90.

Simon é uma das grandes referências do folk rock, primeiro por suas letras, capazes de retratar a vida do homem comum americano como poucas, com certeza graças à sua bagagem como professor de Literatura. Associado a isso, linhas melódicas elegantes com sua voz suave, ora acompanhadas pro Art Garfunkel, ora solo. Talvez seja, depois de Bob Dylan, o grande menestrel das coisas da América e, em muitos outros casos, de várias partes do mundo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Blog on the Top & Hoje no Rock: john Denver, Annie´s Song

John Denver
Annie's Song
(Inglaterra - 1974)
Maior sucesso comercial do cantor de folk rock americano John Denver, Annie's Song foi composta em pouco mais de 10 minutos no alto de uma montanha no Colorado. Segundo John, a paisagem o fez pensar em sua esposa, Annie Denver. Ele conta que a beleza do lugar o deixou imerso na natureza, o que o fez pensar imediatamente nela.

Annie's Song foi o maior sucesso comercial de Denver, chegando ao número 1 nos EUA, Canadá e Inglaterra, onde curiosamente era mais conhecido como compositor, na voz de outros intérpretes.


Coincidentemente, hoje é também, aniversário da morte de Denver, que partiu em 12 de outubro de 1997, quando o avião que pilotava caiu no mar, por isso as colunas misturadas. Aí embaixo, o cara ao vivo com Annie's Song.

domingo, 9 de outubro de 2011

Hoje no Rock: John e Sean Lennon

Falar do pai é sempre tarefa complicada para este blogueiro, até porque todo mundo já disse tudo que poderia ser dito. Então resolvi mudar a abordagem e, já que o tema permite, vou falar do filho também, que serviu de inspiração para uma das mais belas canções de John.

Sean Taro Ono Lennon nasceu em 1975, justamente no dia do 35º aniversário de John, na cidade de Nova York. A partir desse dia, John mudou seu foco da música para a de um pai caseiro e atencioso. Essa devoção gerou a canção Beautiful Boy, curiosamente a que deu início ao meu projeto Experience, no já distante ano de 2006.

Apesar do pai famoso, morto quando tinha apenas 5 anos, a educação de Sean nunca foi direcionada para a música. Mas quando estava no terceiro semestre na Columbia University, finalmente abandonou os estudos para dedicar-se à sua carreira musical, tanto como músico quanto como produtor.

A exemplo do que seu meio-irmão Julian já havia feito nos anos 80, Sean lançou-se nos anos 90 com parcerias com nomes como Lenny Kratitz e com a própria mãe, Yoko. Seu trabalho mais recente é o maduro Friendly Fire, de 2006, no 4Shared pra vocês.

Já o Lennon pai... o que dizer? Parabéns a ambos!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Hoje no Rock : 41 anos sem Janis Joplin

Em tempos em que Amy Winehouse é referência de qualidade musical, muita gente esquece de outra cantora branca com voz negra, que viveu melhor que ninguém a loucura hippie. Mas, ao contrário de Amy, ainda são muitos os que a idolatram, mesmo 41 anos depois de sua morte. Não há dúvidas de que sua breve e intensa carreira seu melhor epitáfio.

Nascida em Port Arthur, Texas, Janis teve contato com a música desde cedo, cantando no coral local. Já na universidade, começou a cantar blues e folk, influenciada pelas divas Bessie Smith e Big Mama Thorntom.

Em 63 partiu para San Francisco, onde o movimento beatnik vivia seu auge. Lá começou a cantar folk e a ter contato com drogas e bebidas, sempre em excesso. O Southern Comfort era seu drink favorito e a heroína o melhor acompanhamento, mistura que a fez deixar a música de lado em algumas ocasiões.

Após um período de volta a sua terra natal para recuperar sua saúde, Janis volta em 66 a San Francisco em meio à explosão hippie. Nesse período ela se junta à banda Big Brother and the Holding Company com quem consegue um contrato para a gravação de um álbum. O disco não foi bem, mas o grande sucesso no Monterrey Pop Festival fez com que Janis fosse descoberta pelo grande público. Dois discos depois, Janis deixou o Big Brother e fundou o Kozmic Blues Band, que também teria vida curta, com apenas um LP em 1969.

Em 70 ela teve sua famosa passagem pelo Brasil, inicialmente para tentar se livrar das drogas. Mas acabou se envolvendo nas mesmas polêmicas de sempre, bebeu pacas e acabou numa comunidade hippie na Bahia. Em 4 de outubro de 1970, então com apenas 27 anos, Janis Joplin morreu vítima de overdose de heroína. Lançou ainda o disco póstumo Pearl com a banda Full Tilt Boogie Band, um clássico absoluto, com canções como Me and Bob McGee e Mercedez Benz.

Seu legado é sua voz rasgada, possante, ora eufórica, ora angustiada. Lançou apenas 4 discos de estudio, mais 2 ao vivo e um punhado de compilações (incluindo sua apresentação em Woodstock). Poderia até ter durado mais e lançado mais material. Mas ai certamente não seria a Janis que conhecemos.