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sábado, 7 de abril de 2012

Blog'n'Roll: Tabela Periódica do Rock


Se você é daqueles que, como eu, odiava química no colégio, no mínimo vai rir desta tabela periódica, recheada com "elementos" que conhecemos muito bem. Nessa fase de pouca paciência e disponibilidade para postar, agravada por um bug bizarro que fez toda a barra lateral escorregar para o final dos posts, é uma maneira de empurrar com a barriga sem o risco de escrever besteira.

Contribuição do meu irmão e baixista César Mattos.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Blog'n'Roll: Todo Carnaval tem seu fim

É carnaval e está todo mundo muito feliz, mesmo sem saber exatamente porque. Eu não estou triste, mas rejeito essa felicidade exarcebada desses dias de folia momesca. Para mim são apenas 5 dias de trabalho perdido e um final de semana a menos pro Mustang tocar roquenrol.

Eu sei que hoje em dia há opções para quem não gosta da festa da carne. Até mesmo para os roqueiros existem bobagens como blocos que só tocam Raul Seixas e outros que só tocam Beatles. Fala sério! Nego não tem mais o que inventar para fazer cair sobre si os méritos da vitória de outrem. Toda a minha implicância com o verão brasileiro e suas vertentes sonoras já foram mais que explicadas e destrinchadas na série Brasil, País da Música Ruim. Lê lá.

Dito isto, declaro que meu carnaval será de retiro espiritual ateu, até mesmo para me curar das mazelas familiares que me atingiram nas últimas semanas (os mais próximos sabem dos acontecidos). Em outros anos publiquei posts especiais de carnaval como o Rock Enredo e o Bateria Nota 10, mas não me levem a mal, este ano não tem. Pra quem quiser ler, é só clicar aí do lado e tem tudo lá. Não tem também o Dummy, o prêmio do Experience que elege os mais mais do ano anterior. Não tem porque nego não se dá ao trabalho de clicar e votar e porque ando sem tempo e paciência pra escolher os candidatos. Mas estou pensando em atribuir arbitrariamente quando vir algo que seja digno de merecimento. É isso aí, afinal a democracia não funciona mesmo nesse país.

De tempos em tempos a sobrevivência deste blog é ameaçada pela ausência de paciência para escrever, mas em outras ocasiões é por falta de estímulo mesmo, afinal quem tem que ler, acaba não lendo. Mas sem erro, life goes on e daqui a pouco começo a escrever de novo. Nada que um show do Roger Waters ou do Mustang não curem!

Pra terminar, resta a certeza de que todo carnaval tem seu fim, como diriam os Loser Manos em mais um momento Mutantes. Afinal já estamos quase em março e 2012 precisa começar. Depois da quarta de cinzas a gente vê o que vai acontecer.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Blog'n'Roll: Brasil, país da música ruim - parte 3 - Os Vilões


No final de 2008, a platinada botou no ar a minissérie Capitu, baseada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Além de ser um dos melhores livros do meu escritor favorito, ela trazia na trilha sonora Black Sabath, Jimi Hendrix, Iron Maiden e, principalmente Beirut. A arte era primorosa, os textos perfeitamente adaptados e a trilha sonora caiu como uma luva na trama do século XIX. Mas aparentemente poucos gostaram.

Terminada a minissérie, o pau quebrou entre a direção da emissora e os produtores. Motivo? A audiência não havia alcançado os níveis mínimos. Muitos diziam que o público não estava preparado para a linguagem usada no programa, outros preconceituosamente, achavam um absurdo o Beirut ser lançado às feras do grande público televisivo. Nem uma coisa nem outra.

Vamos voltar uns 40 anos, para o meio dos anos 60. Não apenas o Brasil, mas o mundo vivia em erupção cultural. Além de todos os movimentos que aconteciam (psicodelia, tropicalismo, cinema novo, hippies, pop art...) as pessoas tinham sede do novo e o principal: estavam dispostas a entender o que o artista tinha a dizer. Mais que isso, o público estava preparado para o que o artista tinha a dizer.

No nosso pobre caso especial, vieram 20 anos de ditadura, não apenas física, mas moral. Ano após ano, geração após geração, a inteligência popular foi sendo dinamitada. Professores cada vez menos preparados e a educação pública abandonada. Dentro das famílias o reflexo era o mesmo, com um estímulo cultural cada vez menor.

Após 30 anos de emburrecimento generalizado, a concorrência televisiva começou a nos empurrar uma programação baseada no “quanto pior melhor”, com uma turma na base de leões, ratos e outros bichos menos votados. O símbolo disso é a tarde de domingo, mas não se iluda: a podreira rola de segunda à segunda.

No rádio a coisa não foi muito diferente. Talvez a última rádio emblemática tenha sido a Fluminense FM, responsável pelo lançamento de 9 em cada 10 bandas de rock nacional dos anos 80. Na internet, oráculo do novo mundo, era de se esperar que as pessoas buscassem o conteúdo mais rico, mas o que aconteceu foi juntamente o contrário, desperdiçando a maior e mais democrática mídia já criada.
Voltamos aos dias de hoje e o resultado destes últimos 30 anos é deprimente. Gerações emburrecidas e embrutecidas, sequer conhecem nomes como Alceu Valença e Pink Floyd, só querem saber de música pra pular, repetir vogais e encoxar mulher bêbada. O nível de retardo é tal que muitas vezes as pessoas nem sabem porque gostam. Simplesmente repetem a frase: um milhão de moscas não podem estar erradas, coma cocô.

Mas o caldo azeda mesmo é quando esses ignorantes de plantão são alçados aos cargos de “produtores culturais”. Cara, isso me tira o humor completamente! Gente que não tem preparo sequer pra botar um disco na vitrola acha que está fazendo uma grande coisa juntando mil pessoas para encher a cara ouvindo pagode ou então botar um quadrilha pra dançar funk, num baile patrocinado por traficantes. Tudo em nome da tal arte popular. Quer ver ficar pior?

Você os interpela e eles falam “Ah mas eu sou do rock (em geral fazendo um malocchio quando dizem isso). Tô nessa porque preciso de dinheiro.”

Porra, se você é do rock toca rock imbecil! Precisa de grana? Tenta o comércio, faz um concurso público, estuda e vira alguém na vida. Não importa a grana que você ganhe, você está colaborando para a imbecilização da população e a conta será cobrada no futuro, quando seu filho não souber a diferença entre deputado e prostituta. Vai ser cobrada quando algum conhecido morrer num acidente provocado por um bêbado que saiu do seu evento ou quando um parente for assaltado por um funkeiro que precisa comprar uma pedra de crack.

Sou da opinião que todo mundo precisa ter princípios. Não existe dinheiro que compre alguém com princípios e os meus não estão à venda. Sou do rock, vivo vendendo o almoço para comprar a janta mas, por dinheiro nenhum, mudaria meu modo de ser, de tocar, de vestir ou de pensar, ainda mais sabendo que compactuaria com um movimento de imbecilização nacional, como o que acontece.

Existe ainda um movimento preconceituoso, sobretudo contra o rock. É normal ver dono de casa dizendo “não quero cabeludo drogado vestido de preto arrumando confusão no meu bar”. Desafio qualquer pagodeiro a ir num show em motoclube (público favorito do Mustang) e encontrar alguém usando droga ou arrumando confusão. Você verá sim, casais, famílias e até mesmo crianças de colo, todas curtindo numa boa.

Para terminar, este texto não estaria completo sem botar a culpa no bode expiatório favorito do brasileiro: o governo. Sim, porque num país onde um professor de nível básico (o mais importante de todos) ganha o que ganha e tem as condições de trabalho que tem, o governo acaba tendo uma fatia gorda nesta culpa. Tem culpa também na concessão de canais de TV e rádio à emissoras sem a mínima proposta educativa e cultural.

Portanto, quando você ouvir um desses versos abaixo:

1 – Ah se eu te pego
2 – Burguesinha burguesinha burguesinha
3 – Aê aê aê aê, Aô aô aô ao
4 – Alguns funks impublicáveis neste blog

...não os culpe, eles não sabem o que fazem. São apenas idiotas produzidos pelos vilões da música, que vêm trabalhando com afinco, em troca de dinheiro, pelos último 30 anos pelos menos. Aí embaixo, cultura de primeira para desintoxicar. Pink Floyd e Edvard Munch em um casamento perfeito!

Leia aqui a Parte 1

Leia aqui a parte 2

The Scream from Sebastian Cosor on Vimeo.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Blog'n'Roll: Brasil, país da música ruim - parte 2 - Bichos Escrotos


Quando foi composta pelos Titãs, em meados da década de 80, Bichos Escrotos chocou pelos palavrões e foi saudada pela censura com uma “restrição para reprodução pública”. Ao contrário do que se pode supor, não eram palavrões gratuitos e a liberdade relativa que o momento proporcionava permitia uma crítica aguda à sociedade de consumo.

Muita coisa mudou desde então, até mesmo com o Ultraje a Rigor usando do mesmo artifício já nos anos 90 com a música Nada a Declarar. Mais uma vez os reacionários de plantão receberam a banda com um monte de pedras, criticando o palavrão gratuito (cu não deveria ser palavrão, e sim palavrinha), sem levar em conta que era justamente sobre isso que tratava a letra.

Já se foram quase 20 anos e os bichos escrotos hoje são outros. Vivendo de moda em moda, temos absurdos regionalizados e alguns em nível nacional, tratando feito idiota um povo que carece das mais básicas noções de educação e cultura. Aliás, é em nome dessa tal cultura que muita coisa segue intocada, com um status de tesouro nacional como o nosso samba. Mas prefiro falar dele mais para o final deste texto.

É melhor começar com a coqueluche (justa comparação, já que esta doença pode provocar seqüelas de ordem neurológica) do momento: o sertanejo universitário. Encabeçado por adolescentes de cabelo esquisitão, letras com padrão axé de qualidade e coreografias ridículas (qual não é?), essa praga varre o Brasil de norte a sul e agora a dona platinada faz questão de mostrar, cheia de orgulho, que nos quatro cantos do mundo o povo se rende ao que vem do interior do país.

Claro que essa moda foi iniciada bem antes, com a enxurrada de duplas de cornos que apareceu nos anos 90, fugindo das festas de peão (uma espécie de câmara de tortura para as bolas de touros e cavalos) e levando os chifres e esporas à uma exposição nacional. Mas, com o declínio dessas duplas algum gênio teve a idéia de pegar uns moleques e dizer que eles cantam. Menos mal, porque os moleques crescem, perdem a graça e desaparecem. O problema é que logo inventam outros.

Fenômeno parecido acontece com o que vem dos morros cariocas. Não estou falando de bala perdida, porque isso tá em extinção depois das UPPs. O verdadeiro crime são os funks que agridem ouvidos e mentes. O fenômeno é parecido porque, se os breganejos crescem e desaparecem, em geral bandido morre cedo.

Falar de funk já é um pecado, se levarmos em consideração o verdadeiro funk, de James Brown, Sam Cook e, por aqui, Tim Maia. Nada tem a ver com hip hop e, geralmente, traz na letra o popular “proibidão”, com apologia ao uso de drogas, tráfico, crime organizado, pedofilia, incitação à violência... Ainda bem que não preciso falar mais, porque este é um blog família e sei que tem criança que lê. Por outro lado, é comum ver crianças ouvindo funks que fariam o Costinha ter vergonha da letra. Sugiro uma UPP na música brasileira. Lugar de bandido é na cadeia.

Cadeia que é nacional, se o assunto é axé, genialmente definida pelo Marcelo Nova (Camisa de Vênus) como “música para adestrar macaco”. Propagado em geral pelas emissoras de TV paulistas (é onde elas passam o carnaval), o som que vem da Bahia talvez seja o mais universal do mundo, capaz de ser composto só com vogais: aê aê aê aê, aô aô aô aô....

Mais uma vez o que se vê são letras sem mensagem alguma e, quando tem, de cunho sexual. A repetição faz uma lavagem cerebral tão grande que o sujeito nem entende porque está ali. Fala também de pratos esquisitos... eu ein! Não gosto nem de banana com queijo, imagina com chiclete.

Não me chamem de preconceituoso, mas tem um grupo que cresce demais hoje e me apavora. É o tal do gospel, onde em nome de Jesus tudo pode, inclusive doar 10% do que você não tem a um pastor. Nessa onda aparece um monte de gente que “adora” com os mais variados ritmos. Já vi até funk evangélico, acredite! Chuta que é macumba!!!

Para encerrar nossa fauna de bichos escrotos, aquele que nasceu do mais brasileiro dos ritmos. O pagode como conhecemos hoje nada tem de carioca. É um pastiche de todos os estilos acima, inventado em São Paulo e Minas e tocado por pelo menos 6 pessoas, mas os grupos em geral passam fácil de 10 cabeças. As letras são o de sempre: cornice.

Nem preciso falar que o nível da coisa é no padrão barriga de cobra. Assim como o funk, tem uns e outros aí que já andaram presos por comprar “tênis” calibre 762 e outros acabaram escapando, depois de matar no trânsito e ficar por isso mesmo.

Nem vou perder tempo falando de bandinhas coloridas, filhos de pais heróis e boysbands, porque se o problema fosse apenas sonoro, tava muito bom!

O pior de tudo é que a música tornou-se um detalhe nas “baladas”, termo que odeio. Em geral, os lugares que tocam essas coisas atraem pessoas desinibidas, moças fáceis e rapazes com muita massa nos braços e nenhuma no crânio. Haja lei seca depois dos shows, para pegar tanta gente caneada por aí, matando e morrendo. Parafraseando o ditado que diz que “você é o que come”, gosto de usar “você é o que ouve”.

Você ouve música de corno?

Você ouve música de bandido?

Você ouve música para adestrar macaco?

Na próxima sexta, a 3ª parte da série. Enquanto isso, prepare-se para o carnaval, que já está chegando. Aí embaixo, um dos melhores vídeos dos últimos tempos, da jornalista Rachel Sheherazade, de um jornal local na Paraíba. Virei fã e assino embaixo!



Leia aqui a Parte 1

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Blog'n'Roll: Brasil, país da música ruim - parte 1


O ano de 2012 começa sem que as pessoas realmente mudem por dentro. Uma das bandeiras desde blog tem sido, desde os primeiros posts, a liberdade musical, o acesso livre à música e à arte e a legalização do download (para fins não comerciais). O objetivo disso é levar a um número cada vez maior de pessoas, música de qualidade, seja ela nacional ou estrangeira.

Não cabe neste texto limitar a discussão ao rock clássico, alvo desde blog, mas à Música, assim com letra maiúscula, como ciência e arte. O assunto vai muito além dos rótulos.

Voltando ao acesso livre à música, era de se esperar que, em pleno alvorecer do tão aguardado século XXI, as pessoas buscassem algo mais. Ao menos para mim, é como se todos nós tivéssemos acesso a tudo que um dia já foi criado, numa imensa biblioteca de sons que nunca irá se esgotar. As pessoas finalmente podem expandir seus horizontes em direções nunca antes imaginadas, e o melhor, gastando nada ou quase nada com isso. A relação custo x benefício nunca foi tão desequilibrada ao nosso favor.

Sou de uma geração que muitas vezes precisou comprar um vinil por causa de uma única música, ou então descobrir um conhecido que tinha o tal disco e pedir para gravar num cassete. Virava noites fazendo compilações em fita (tenho algumas até hoje), a partir de vinis emprestados ou testando minha velocidade no gatilho, gravando direto do rádio. Nos anos 90 o CD deixou o vinil de lado, com mais qualidade e trazendo os gravadores. Já no final da década, veio o Napster com a mudança que persiste até hoje.

Confesso que há mais de 10 anos consegui todas as músicas com as quais sonhava quando era um adolescente. Depois disso, insaciável, comecei a explorar novas bandas, novos sons e tendências. Indispensável dizer que sempre com o sinal de alerta ligado para as porcarias que giram por aí. Sim porque, afinal de contas, música ruim sempre existiu, mesmo nos idolatrados sixties. Acontece que o filtro do tempo é implacável e o lixo é varrido para baixo do tapete da memória.

Minha preocupação (e indignação) hoje é outra: acho que vai faltar tapete...

Porque se a World Wide Web ajudou a impulsionar muitos artistas de qualidade, nos facilitou o acesso a eles e promoveu este encontro, também é verdade que abriu os portões do inferno musical, libertando de lá uma série de demônios que eu, na minha inocência, ignorava a existência. Simplesmente não consigo compreender como um sujeito que, depois de passar fome, tem uma imensa geladeira cheia de pratos deliciosos à disposição e ainda assim prefere comer merda no café, no almoço e no jantar. O quadro é esse.

Por outro lado, é importante lembrar que vivemos um país ufanista, onde tudo é o melhor, o maior ou o mais bonito. Quando hoje alguém fala da música brasileira, respeitada em todo o mundo, invariavelmente está falando de uma geração que está aí há pelo menos 30 ou 40 anos. Estamos falando de Gil, Milton Nascimento, Chico Buarque e outros desta turma. Ok, um ou outro podem ter feito sucesso lá fora com qualidade, mas nunca no mesmo patamar. O fato é que o rótulo continuou, mas o conteúdo do frasco...

Nos últimos 20 anos, com a derrocada das gravadoras, o que vemos no Brasil é uma invasão de modinhas, regionalizadas, que levam absolutamente nada a quem ouve. Se em outros tempos o povo vivia de pão e circo, hoje basta o segundo. Há mais de 50 anos, Nelson Rodrigues dizia que chegaria a era da idiotia absoluta: ela chegou. A explicação para o povo não conseguir gostar de uma letra como as de Chico Buarque nos anos 60 ou 70 é simples: ele não entende.

E não entende porque nosso sistema educacional vem caindo ano após ano, porque o estímulo familiar é pífio, porque a programação oferecida pela mídia é simplesmente ridícula e porque, infelizmente, o acesso à informação restringe-se às redes sociais e páginas de fofoca.

O quadro, portanto é este, infelizmente não apenas no Brasil. Mas limitar-me-ei a falar do nosso país, realidade que conhecemos de perto e que nos influencia diretamente. Aqui essa terra árida de idéias nos brindou com aberrações como o axé, o funk, o sertanejo e o pagode, tanto no campo sonoro (som não é necessariamente música) como no visual, com modas bizarras, que felizmente só duram um verão, mas infelizmente são substituídas por outras ainda piores.

Durante muito tempo, preferi ficar na minha, deixando minha caravana passar enquanto os burros berravam. Mas indignação tem limite e por isso nas próximas sextas-feiras passarei a limpo essa era de imbecilidade de vem destruindo o que sobrou de racionalidade na cabeça do brasileiro.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Blog'n'Roll: Papai Noel, velho batuta...

Sinceramente, escrever sobre Natal só não é mais batido que escrever sobre Ano Novo. Eu nem ia postar nada, mas seria muita cara de pau fazer o mesmo post pelo terceiro ano seguido, então aproveitei o ócio inerente à semana posterior ao feriado para jogar umas letras na tela.

Mais um ano passou apressado e parece que foi ontem que postei aqui o nosso prêmio Dummy, que elege os melhores do Experience. Já tenho que pensar nos candidados e categorias deste ano e nem sei por onde começar. O ano que vem por aí também promete o Mustangão mais zoado de Niterói acelerando novamente e finalmente o meu novo CD na área, com a banda folk Capim Navalha. Espero poder dar mais detalhes sobre este lançamento logo no começo do ano.

Para o Experience, 2011 foi o ano da tão adiada reforma no layout, mas ela veio pra valer. Para 2012 prentendo o que se espera de um blogueiro: postar! Mais uma vez peço desculpas aos meus fiéis 33 seguidores por não postar tanto, mas o tempo se estreita e os que me conhecem sabem: para falar besteira, prefiro ficar quieto!

E como o momento é de congraçamento, é hora de agradecer aos mesmos 33 seguidores e um outro punhado de leitores que pintam sempre por aqui, comentam (pouco, mas comentam), sugerem e participam do Experience. Este espaço é de todos nós, portanto, participem!

Feliz Natal atrasado e um 2012 de muito roquenrol para todos!

domingo, 2 de outubro de 2011

Blog'n'Roll: Aberto para Reforma

Não, você não entrou no blog errado. Esse é o mesmo Experience velho de guerra, mil e tantos posts depois e com quase 4 anos de estrada (completaremos no dia 30 de outubro). Mas o assunto agora é a mudança no layout, tarefa que eu venho adiando há tempo e um acesso de paciência me fez levar a cabo.

Como vocês devem saber, ganho a vida como designer e por isso sempre quis um blog minimamente organizado, com tudo a mão e boa legibilidade. Baseei as mudanças principalmente nisso. Logo de cara, a cabeça do blog, maior e sensacionalista. Logo abaixo, um sonho antigo, os links para as principais colunas do Experience. Na lateral direita, permanecerá a lista com todos os links, mas a navegação principal pode ser feita por este no topo.

Aumentei a área de postagem, agora com textos mais folgados. A barra da direita também está maior e vou otimizá-la com a postagem de material alternativo, como enquetes, videos e links úteis. Essa parte ainda está em desenvolvimento... aceito ideias.

Outra coisa é que o blog será mais gráfico. Como sei que boa parte do povo tem preguiça de ler, usarei mais fotos e videos. Assim quem sabe não sobra tempo para vocês comentarem? Ein?

Com relação ao conteúdo, continua a mesma coisa. Notícias, curiosidades, lançamentos e reviews, tudo com muita acidez e bom humor, como tem que ser um blog sobre rock and roll clássico e suas vertentes. Aguardem novidades até o final deste mês!

sábado, 24 de setembro de 2011

Blog'n'Roll: Começou o Shop in Rio


Eu ia escrever ontem, antes do começo, para não parecer que eu sou do contra. Mas problemas cotidianos me tiraram a inspiração e adivinhe? Acabei assistindo ao show dos Paralamas e Titãs pelo Multishow.

Que eu não sou fã de festivais do tipo do Shop in Rio não é novidade para nenhum dos 30 leitores do Experience. Nem SWU, nem nenhuma outra franquia sem vergonha dessas que andam por aí. Com relação ao Pop in Rio, o nome (errado) já diz tudo e os organizadores deveriam ser acionados pelo Procon por propaganda enganosa. É como comprar um shampoo e dentro do frasco vir óleo de soja.

O SWU então é uma piada de mal gosto. Fazem um festival dito ecologicamente correto. Aí levam pra uma cidade do interior milhares de pessoas e, com elas, seu lixo, a poluição que geram no transporte tanto de ida como na volta. Na boa, o Greenpeace já foi melhor em termos de conscientização.

Voltando o Drop in Rio (incrível a quantidade de trocadilhos que o nome permite), assisti a abertura com o show dos Paralamas com os Titãs. Quem já viu essas bandas no auge, ou ao menos com uma atividade minimamente plena, ficou decepcionado. As vozes já não chegam onde deveriam e o nosso bravo Herbert Vianna parece digno de pena. Ok, cantar nunca foi seu forte ao vivo, mas nem a métrica o cara acerta mais. Sobre os Titãs, o mesmo de sempre: ótimas músicas, mas instrumentistas limitados. Você pode até argumentar que os caras estão velhos, que não são mais meninos. Bem, quem viu o Paul, com quase 70, fazer um show de 3 horas, totalmente afinado, não pode aceitar essa desculpa.

Deslocados mesmo estavam Barone e Bi Ribeiro, duas feras, assim como os músicos da Orquestra Sinfonica Brasileira, que mal podiam ser ouvidos no som ruizinho do Multishow.

Felizmente depois disso o vendaval derrubou minha luz e perdi o show da Claudia Leite, a baiana de São Gonçalo. Até queria ver o show do Elton John, mas não rolou. Sobre as outras atrações nem posso falar, primeiro porque não conheço, e segundo porque este é um blog sobre música.

Tô azedo? Tô.

E na boa, com a atual safra de shows que invadem o Brasil pra quê um festival chapa branca desse (quem é do Rio viu o RJ TV sendo apresentado de dentro da Cidade do Pop) pra comer nosso suado dinheirinho? O caos criado para se chegar e sair do local dos shows é típico de tudo que se faz naquela região, longe de tudo.

Mas tem o lado bom! Você pode andar de montanha russa ou roda gigante de graça! Uau!!!

Se você é daqueles que acha o festival o máximo, dá uma olhadinha neste site aqui:

Se ficou com preguiça, eu resumo pra você: Glastonbury é um festival na Inglaterra que começou em 1971. São literalmente centenas de atrações, do nivel de U2, Paul Simon, BB King, Coldplay, Fleet Foxes, só para ficar nos maiores, espalhados por dezenas de palcos, dos mais variados tipos.

Por tudo isso, não espere notícias sobre esse festival sem vergonha no Experience. Talvez algo sobre o Red Hot ou Stevie Wonder, mas parou por aí.

Sobre shows de um único artista, o tão aguardado Roger Waters, que apresentará em 2012 o The Wall no Brasil, resolveu adiar as apresentações. Motivo? Apenas em Buenos Aires, na européia Argentina, terá 7 (eu disse sete!) datas seguidas, empurrando as nossas pra frente. Aliás, Argentina e Chile estão ainda na nossa frente em termos de roteiros dos shows, mesmo com economias menos fortes.

Ou seja, há ainda um longo caminho a percorrer. Para onde? Sei lá! Quando chegar a gente descobre.

...e o pior é não ir no Clapton por falta de grana...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Blog'n'Roll: Dia Mundial do que mesmo?

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Rock. A data ficou definida a partir de 13 de julho de 1985, quando Bob Geldoff organizou o que foi o maior evento de rock da história, o Live Aid. Uma causa nobre, grandes artistas, palcos nos EUA e na Inglaterra... Mas daí ser o dia Mundial do Rock?

Poderíamos dizer que o dia do Rock é o dia 5 de março, dia em que Ike Turner lançou Rocket 88, considerada por muitos a primeira gravação de r'n'r. Mas como há quem diga que a data real da gravação seria o dia 3 de março, não podemos confirmar.

No dia 9 de fevereiro de 1964 os Beatles tocaram ao vivo no Ed Sullivan. Foi a data que marcou o início do que ficou conhecido como British Invasion. Esse foi o maior momento da maior banda de todos os tempos no berço do rock. Poderia ser o dia mundial do Rock também.

Aqui no Brasil poderíamos considerar o dia 11 de janeiro de 1985, dia em que começou o primeiro (e único) Rock in Rio. Até hoje o festival com maior público da história (1,5 milhão de pessoas), escancarou para a sociedade brasileira o boom do Rock Brasil que estava no auge. Trouxe também show antológicos como o do Queen e de James Taylor. Poderia ser ao menos o dia Nacional do Rock.

Várias outras datas poderiam ser o dia Mundial do Rock. Aniversário de Elvis, de Berry, de Little Richards, dia da morte de Lennon (esse seria bom até pela reflexão), uma das ressucitadas do Keith Richards... Não faltam sugestões. Quem me conhece sabe que não ligo pra datas comemorativas (so livro dia das mães, porque me aturar não foi mole) e essa também passa batida pra mim.

Dia do rock é todo dia que eu acordo e ponho um cd pra ouvir. Dia do rock é todo dia que um moleque ganha sua primeira guitarra, é todo dia que alguém inconformado toma uma atitude contra o sistema, quebra paradigmas e rompe regras pré-estabelecidas.

A grande beleza do rock é ser mais que uma música, é ser um estilo de vida. E o mais democrático de todos, ao ponto de 3 pessoas, mesmo que não saibam tocar bem, possam se divertir com um som. É quase como jogar uma pelada com os amigos.

Em nome dessa democracia, mais importante que o Dia Mundial do Rock, é o seu Dia Particular do Rock.

E que esse dia seja todo dia!

terça-feira, 12 de julho de 2011

Blog'n'Roll: Mustang 65, modelo 2011

Na última sexta feira estive no São Domdom, em Niterói, para prestigiar o ótimo show dos nossos amigos da banda Velho Vinil. Como a Mustang é figurinha carimbada por lá, tive que responder várias vezes à mesma pergunta: quando o Mustang volta?

Bom pra início de conversa, ele não volta simplesmente porque não foi! Após a troca forçada de peças, até pensei em deixar o carrão enferrujando na garagem, mas os apelos de amigos e fãs me fizeram mudar de ideia. Trouxemos novos integrantes, estamos remodelando o set list (aguardem surpresas), e já até fizemos um pocket show em junho. Mas o melhor ainda está por vir.

O objetivo é arejar a banda em todos os sentidos, dando nova vida até mesmo a músicas que já estávamos cansados de tocar. Claro que a influencia trazida pela guitarra solo de Fred Nunes e pelo baixo super marcado do Mika estão sendo fundamentais para isso. Mas partimos para outras soluções menos óbvias, mas igualmente importantes, como trocar de estúdio.

Aliás estas aí são as fotos do ensaio que rolou ontem no Blue Note, em Icaraí. E será o primeiro de muitos, já que uma das condições que me impus para manter a banda é o salto de qualidade. O Mustang só continuaria se fosse para ser melhor ainda. E acho que estamos no caminho certo nessa estrada!

A cozinha formada por Marcelo Borring e Mika está funcionando muito bem, confirmando a máxima de que em Niterói só moram 3 pessoas: eu, você e um amigo nosso. Os dois são amigos das antigas e se reencontraram no Mustang por acaso. A pegada está mais hard deixando o ronco do Mustang mais alto.

O mesmo aconteceu com Fred, trazido pelo Mika, que tem um estilo de solo mais agressivo. Egresso da Barbarella, trouxe muita presença de palco, o que ficou provado em nosso show de junho.

No mais é aguardar. Em breve teremos datas para shows em Niterói e no Rio!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Blog'n'Roll: 1000 posts, não é pra qualquer um!

Quando comecei este blog há mais de 3 anos, nunca imaginei que duraria tanto. A ideia era apenas divulgar minhas primeiras experiências com gravações caseiras (daí o nome). Veio o CD Introdução, a Mustang, e a coisa foi criando vida própria. Na verdade, devo muita coisa boa ao Experience. Tem aquela máxima que diz que "de onde menos se espera é que sai algo". Pode ser, até porque não esperava nada, mas realmente veio muita coisa boa, novas amizades, conhecimento, contatos...

O exercício de blogagem é mais trabalhoso do que pode parecer. Cada notícia é pesquisada, cada informação verificada para não falar bobagem. Ainda tem os cricris que botam defeito ou aqueles que não gostam de uma opinião que eu posto. A estes, sempre respondo: crie seu próprio blog e veja o que é bom pra tosse!
Gostaria de pedir desculpas se não posto mais com a mesma frequência de outros tempos. Entretanto, o tempo anda curto e, como já disse aqui, para falar besteira, prefiro ficar quieto.

Mas o momento é de comemoração e este milésimo post não poderia vir em melhor hora. O mês de maio tem sido histórico em termos de bons shows por aqui. John Fogerty, Ian Anderson e o tão aguardado retorno de Paul McCartney ao Rio criam um clima propício para celebrações.


Musicalmente as notícias são boas para mim também. Após as turbulências, o Mustang mais persistente de Niterói voltou aos ensaios, agora com nova fórmula. Digamos que é um Mustang 65, mas modelo 66. Do outro lado, meu novo CD está finalmente pronto e em fase de masterização. A banda Capim Navalha está a toda nos ensaios (lá em cima, nosso primeiro pocket show) e em breve postarei aqui uma data de lançamento. Logo logo mais detalhes sobre este novo trabalho.


Finalmente, gostaria de agradecer a todos os colaboradores, leitores, frequentadores e malucos que passam por aqui. Já foi o tempo em que eu escrevia para divulgar meu trabalho. Agora escrevo mesmo é para vocês, sempre fiéis visitantes.


Vamos rumo ao post 2000!


Valeu!

sábado, 16 de abril de 2011

Blog'n'Roll: Mustang na garagem

Sabe aquelas notícias difíceis de dar? Aquelas que a gente se aproveita de metáforas do tipo "seu gato subiu no telhado"? Pois é, é por aí mesmo.

Esta semana, o Mustang mais rodado de Niterói parou. Talvez por termos exigido do seu motor mais do que podia dar com a rotina de shows e ensaios, um racha deixou a banda fora de combate. O baixista Luiz Claudio jogou a toalha, sendo seguido pelo batera Ayrton Jr.

Surpresos? Bem, nós ficamos também, até porque havia show marcado (ontem, dia 15 no Free Bikes Motoclube). Aliás é pra galera do Motoclube, em especial para o Marquinhos e para o meu amigo de quase 30 anos Gustavo Horácio minhas mais sinceras desculpas. Shit happens.

Acredito que agora você está perguntando: a banda acabou? Bem, inicialmente minha ideia era essa, com o núcleo rachado, não sei se teria sentido forçar uma continuação. Mas à medida que as pessoas vão sabendo e se solidarizando, a opinião é a mesma: lugar de Mustang é na estrada.

Eu mesmo pensava em férias da banda, sobretudo para me dedicar ao lançamento do meu segundo CD, Bicho do Mattos, com a banda Capim Navalha que está em fase de masterização. Quem nos acompanha sabe que ultimamente foram muitas apresentações e isso realmente cansa, não somos mais meninos. Mas confesso que a solidariedade dos fãs tem me enchido de orgulho e de uma nova energia.

Aos que se foram, meus agradecimentos pelos anos de palco e estudio, pelas composições, pelas estórias colecionadas e pelos bons momentos. Lamento apenas a forma como a coisa aconteceu, mas fuck off, cada um tem suas razões e estas justificam os meios, já dizia um italiano fresco que esqueci o nome. Agradeço também aos fãs que juntamos durante este tempo, sempre nos seguindo e dando aquela força.

O que vou fazer agora? Sinceramente, ainda não sei, mas desconfio. Aguarde os próximos capítulos!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Blog'n'Roll: Um longo inverno informático

Eu ainda comemorava a instalação de uma banda rápida (não é speed metal) de 5 megas quando, subitamente, minha placa mãe subiu no telhado. Nem deu pra aproveitar muito e baixar todos aqueles shows que eu queria, mas confesso, as vezes férias forçadas fazem bem.

Claro, não estou totalmente a pé, ainda tenho o valente notebook para trabalhar. Por outro lado, sem todo o meu arquivo e meus bookmarks, reféns no combalido hd, perdi minhas ferramentas bloguísticas. Associa-se a isso uma falta de tempo atroz e, porque não dizer, falta de assunto para o Experience também.

Esses dois parágrafos foram para explicar porque ando postando pouco. E é isso tudo aí. Computador ainda no técnico (deve voltar aina essa semana do hospital), pouca coisa acontecendo no mundinho do nosso roquenrol (Guns no Rock in Rio não conta), falta de tempo e de saco. Mas qualquer hora eu volto, isso já aconteceu antes e vocês sabem como é...

Minha maior preocupação com o defeito no PC é justamente com os arquivos que tenho no HD. Muitas raridades, material pessoal e, principalmente, meu novo trabalho, o álbum Bicho do Mattos completinho! Nem preciso dizer o quanto estou preocupado com isso. Algumas músicas dele já rolam aqui no player do blog, mas as versões finais estão bem melhores. Espero lançá-lo em breve, assim como minha nova banda, a Capim Navalha.

Enquanto isso, espero meu PC, para resolver aqueles problemas que não existiam antes da informática...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Blog'n'Roll: A alegria do guitarrista é ver o barracão pegar fogo

Janeiro e fevereiro são, para mim, os dois piores meses do ano. Além do achaque anual (IPVA, IPTU e outros Is) faz um calor saariano e a trilha sonora é a pior possível. A gente tem que aturar axés, pagodes, a nova moda do verão (que pode ser a Dança do Pavão Distraído ou a moda do Baiano Jeitoso) e principalmente a proximidade do carnaval. Isso sem falar na dengue e no Big Brother.

Isso tudo, segundo os gênios da nossa mídia, são fatores que nos definem por brasileiros, características que cada um de nós, nascido entre o Oiapoque e o Chuí, traz indelevelmente em seu DNA.

Acontece que essa tal "brasilidade" é uma das coisas mais idiotas que a nossa mídia inventou. Porra, só porque dei o azar de nascer no Brasil tenho que gostar de praia, samba e mulata? Sou Flamengo sim, mas minha nega é branca pacas e não se chama Tereza. Moro perto da praia mas odeio sol forte e musicalmente... bem, vocês sabem!

Para completar, a semana começou com o incêndio na Cidade do Samba, dando perda total em 2 escolas e deixando a Portela (uma espécie de Rolling Stones do samba) no prejuízo. Até aí, novidade nenhuma. TODO ano um barracão pega fogo! Ano passado aconteceu até numa escola de São Paulo, mostrando que eles imitam as escolas daqui direitinho. Isso sem contar os que lambem em plena avenida, com as labaredas criando belos efeitos especiais, que os comentaristas da Globo saudam como "hollywoodiano". Ou seja, é ponto pacífico que um amontoado de isopor, papel e madeira com eletricidade foram feitos para pegar fogo. E pegam!

Há quem diga que a estrutura da Cidade do Samba é de primeiro mundo. A merda é que a turma que trabalha lá ainda é mambembe. É mais ou menos assim: ao mesmo tempo em que um cara que está de sandálias havaianas com um maçarico sobre um carro alegórico feito de isopor, um outro está do lado com uma lata de solvente. 4, 3, 2, 1 ... Boom!

E não venham me chamar de preconceituoso. Fui criado entre as quadras da Unidos da Tijuca e da Império da Tijuca. Mais tarde fiz material gráfico para o Salgueiro (sou designer) e cansei de ver essas coisas acontecendo. Na verdade, acho um verdadeiro milagre que não tenhamos mais acidentes.

O mais interessante são os desdobramentos. A Prefeitura do Rio vai liberar 3 milhas pras escolas se reerguerem. Nem reclamo, afinal o desfile dá lucro pra cidade. Mas senão vejamos: se um time de futebol tem uma estrutura péssima, pessoal de segunda e é rebaixado, a CBF dá dinheiro pra ele se reerguer? Ah bom, só queria ter certeza.

Aliás, por falar em dinheiro, porque ninguém mais falou do desespero de alguns presidentes de escola para tirar maços e mais maços de dinheiro do barracão que ardia em chamas? Deram a desculpa que pagam em espécie os empregados. Ah sei... Essa coisa que o Beira Mar financia a Grande Rio deve ser fofoca mesmo.

Em outras palavras, é realmente triste que tanta coisa errada, ou no mínimo condenável, continue protegida pelo manto da "festa popular" e da "brasilidade". Quero deixar claro que estes valores não me representam.

Ou seja, mais uma vez teremos nosso carnaval recheado de contraventores, BBBs, modelos e subcelebridades de todo tipo. Prefiro ficar na minha, sem incêndio nenhum, só com este sol de fevereiro me assando os miolos aos poucos.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Blog'n'Roll: O Avarento e o Espírito de Natal

Era uma vez, em uma terra não tão distante, um senhor muito rico, porém muito solitário. Sua riqueza era facilmente explicada, afinal ele possuía várias propriedades, onde produzia o mais valioso dos frutos: a música. Entretanto, com a mesma facilidade pode ser explicada sua solidão. Ele era tido por muitos como pão duro e egoísta, detendo para si grossa fatia de tudo que era produzido em seus campos. Daí, todos o apelidaram de Avarento.

Ano após ano, ele tratava de esmagar categoricamente cada suposto concorrente que surgia. Cada um que oferecesse uma forma alternativa de acesso à arte era imediatamente desqualificado pelos seus publicitários.

O nome que eles mais gostavam de usar era Pirata. Se alguém, com fome de arte, pulava uma de suas cercas para roubar um fruto musical que fosse, era atacado pelos seus cães de guarda, levado às autoridades e processado com o rigor da lei.

Seus empregados também não gostavam dele. Afinal eram usados como fantoches, fazendo apenas o que lhes era ordenado. De sua suada produção, eram tiradas pesadas porcentagens, lhes restando um mínimo que, por muitas vezes, lhes fazia pensar em desistir de tudo. Porém o Avarento detinha o poder de distribuição. Todos dependiam dele.

E assim vivia esse povo, ano após ano, década após década. O Avarento controlava a todos, produtores e consumidores. Mas as coisas começaram a mudar. Alguns consumidores descobriram uma forma de se alimentar dos frutos do Avarento sem serem descobertos. Alguns poucos produtores também tiveram coragem e passaram a produzir sozinhos e a vender seus frutos por um preço menor, à distância. Aos poucos mais e mais pessoas começaram a fazer o mesmo. As coisas realmente estavam mudadas.

Quando descobriu, o Avarento ficou furioso! Disse que se as coisas continuassem assim, sua fazenda iria acabar falindo, pois seria impossível manter o funcionamento sem o lucro de outrora. Seus publicitários trabalhavam como nunca, pensando numa nova forma de desqualificar essas pessoas. Ao mesmo tempo, as autoridades (sempre do lado dos mais fortes) puniam com rigor alguns poucos que eram descobertos, com a ajuda dos cães de guarda. Mas não adiantava: para cada um descoberto, milhares de outros se rebelavam contra o Avarento, cada vez mais avarento e desesperado.

Mas veio o Natal daquele ano. Apesar do momento de crise, a ceia do Avarento estava como sempre: farta e solitária. Porém nem tudo foi igual. Naquela noite ele viu alguém se aproximar, dentro de sua enorme mansão. Primeiro pensou que fosse um esfomeado, visto que se vestia mal. "Quem é você?" perguntou ele. Antes que ele chamasse seus cães ouviu a resposta "Sou o fantasma do Natal passado".

Ao iluminar bem percebeu uma figura, meio Jerry Garcia, meio John Lennon. Usava uma calça jeans surrada e uma camiseta velha com uma grande língua vermelha. Em suas mãos, uma sacola de uma antiga loja de LPs. "Eu sou o fantasma do que costumava ser o natal para aqueles que gostavam de música" disse ele. "Em um tempo onde todos presenteavam compactos, LPs e depois CDs. Você não era assim e nos proporcionava preços acessíveis aos seus produtos. Mas o tempo passou, você ficou velho, egoísta e presunçoso. Por isso assim lhe chamam, Avarento.”

"Mas todos apenas querem roubar meus frutos" retrucou ele. "O que faço é distribuir a produção de todos e claro, cobro a minha taxa para isso" continuou. Nesse momento, o espectro pôs a mão na sacola e puxou lá de dentro um compacto de Rocket 88, de Ike Turner.

Os olhos do Avarento arregalaram-se na hora. Em seguida ficaram mareados. Havia sido aquele o primeiro disco que comprara nos já distantes anos 50. Lembrou-se de sua juventude, de um tempo em que queria apenas distribuir a música. Lembrou-se de sua primeira banda, onde era baterista. Depois sua primeira propriedade que cresceu até engoliu sua ideologia.

Quando olhou de novo, o espectro havia partido, mas o compacto ficara. Tirou o pó da velha eletrola e ficou ouvindo de novo e de novo, até o raiar do sol. Raiava junto um novo dia. O Avarento não era mais avarento. Seguiu para seus depósitos e mandou que seus guardas abrissem os portões. O povo então fartou-se de música e arte como nunca havia sido possível. Os artistas viam suas obras sendo apreciadas e passaram a produzir ainda mais. As coisas finalmente mudaram.

Ao Avarento, mudou a alcunha. Agora chamavam-no de Bom Velhinho. Seus publicitários precisaram esforçar-se um pouco mais, agora para encontrar outras formas de manter a fábrica funcionando, mas ainda com lucro, assim como para os produtores. Seus cães de guarda precisaram encontrar outras maneiras de viver e passaram a caçar pedófilos e racistas, que ainda habitavam aquelas terras. Os tempos haviam mudado.

...E todos viveram felizes para sempre, com muito rock and roll!

E lembre-se: All we need is love!
Feliz Natal para todos!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Blog'n'Roll: Folks You!


Quem acompanha este blog mal escrito e mal criado sabe que, apesar de filho do rock, tenho minhas raízes no folk. Sempre estou mostrando aqui novas bandas no estilo como Mumford and Sons e Fleet Foxes e meu próximo trabalho (de 2011 não passa) segue nesta direção.

Pensando nisso, juntei-me ao meu velho amigo Alex Nascimento (Beat All Band) e criamos o projeto Folks You, que trará clássicos do folk em clima informal de reunião de camaradas. No repertório traremos Neil Young, Byrds, Creedence e, claro, muito Beatles.

Se você está no Rio ou em Niterói, e só dar um pulo no Bar Itália, em Charitas hoje a partir das 21:30. O couvert custa 7 merrecas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Blog'n'Roll: Nossa Correspondente especial no Show do Macca em SP

Difícil escrever depois do ótimo texto do Luciano dos Santos, sobre o show de Porto Alegre em 07/11. O show de SP do dia 21/11 seguiu à risca o roteiro gaúcho, tanto no set list quanto nas frases em português (muito bem pronunciadas, por sinal). Então fico mais nos detalhes bobos...

Depois da alegria pela vinda seguida da tristeza pelo RJ ficar novamente de fora, mão$$$ à obra pra comprar ingresso, marcar vôo e hospedagem.

Já no sábado parti mais namorado pra Sampa e tudo nos remetia ao Paul. Ainda no Galeão, mocinha de cartaz a tiracolo, onde pedia um abraço e um autógrafo. No avião ele também era assunto. E no desembarque em SP tiozinho sapeca joga charme pra aeromoça: “e aí, vc vai no show do Paul McCartney ?”.

No hotel, Beatles como ‘música ambiente’. Giro por SP: Galeria do Rock com faixa de boas vindas ao Macca e lojas lotadas vendendo trocentas camisetas do Paul e dos Beatles; depois Bienal, com obra de arte usando várias fotos de Yoko Ono (sorry, mas pra mim ela é sim relacionada a Beatles...hehehe)

Domingo! Contando as horas. Chega amiga querida. Vamos os três à caráter (lógico), e chegando ao Morumbi, nos deparamos com multidão paramentada com variedade incrível de camisetas do Paul, dos Beatles, do John, do George e pra minha felicidade também do Ringo! Uniforme oficial...

Estádio tomado, todos ansiosos. Por volta de 21:40h, surge Paul de terninho azul, num quê de Roberto Carlos. Seguindo o roteiro de POA, ele saudou a platéia em português e abriu o show com medley de “Venus and Mars/Rockshow’, seguida de “Jet”. Tudo muito vibrante. Muitos cantavam mas o que sobressaía era a ainda boa voz do Macca.

Aí veio a 1ª canção beatle, “All My Loving”, e a platéia entrou em êxtase! O público cantou junto do início ao fim. E seguiu assim durante todo o show – nas canções Beatle, o que mais se ouvia era a platéia cantando, e não o Macca. Se nos 60 os Beatles não eram ouvidos por culpa dos gritos histéricos, dessa vez a platéia queria era participar cantando junto com Paul todas as músicas beatle, a plenos pulmões. Emocionante.

Mas a carreira solo também encantou e divertiu o público. Ao longo do show foram 15 canções solo, cantaroladas por muitos (e confesso, até por mim em alguns momentos). Destaque para "Let Me Roll It" terminando com um trecho instrumental de "Foxy Lady" (de Jimmy Hendrix); "Dance Tonight", no bandolim, com direito a dancinha do baterista; "Mrs. Vandebilt", a famosa 'baladinha russa' ho-hey-ho; "Band on The Run", a mais clássica da fase Wings; "Let em In", a encantadora marcha que “tinha sabor de infância” pro namorado...

Ressalto ainda dois momentos solo: “Here Today”, anunciada em português “para o amigo John”. Raro momento de um Paul melancólico que deixa de lado as ‘silly love songs’ para jogar seus sentimentos explicitamente numa canção. Foi o momento mais silencioso da platéia no show. E a (literalmente) explosiva "Live and Let Die" – show de pirotecnia visualmente muito bonito! Todos impressionados! Mas no final dela Macca faz piada, meio que reclamando do barulho dos fogos...

Homenagem ao amigo George em “Something”, e na hora lembrei do primo blogueiro: Paul empunha um ukelele e começa uma versão muito interessante, pra no meio da música voltar a tocá-la no ritmo original. E como foi bonito ver as lágrimas da minha querida amiga, por saudades de George.

E Macca voltou a John, ao cantar A Day in The Life, que pra mim é uma das mais belas canções beatle. Fiquei imaginando como também seria maravilhoso ouvir John ao vivo.... e Paul emenda com trecho de Give Peace a Chance – que a plateia acompanhou empunhando balões brancos e continuou cantando sozinha! Naquele momento, era Paul que via e ouvia o show.

Num dos momentos mais divertidos, Paul pede pra “cantarem essa”, pra em seguida relembrar, fazendo graça, que “estão cantando todas mesmo”... e começa “Ob-La-Di, Ob-La-Da”! So cute! Todos pulando e cantando, felizes, “la-la-la-la how the life goes on”! Só mesmo um completo idiota pra colocar essa música numa lista das piores já feitas... Todos ali decididamente pensavam o contrário.

“Let it Be” com mil isqueiros e celulares por todos os cantos do estádio completamente lotado. Lágrimas contidas ao meu lado... por essa eu não esperava e como fiquei feliz ao saber disso. E a última música antes do bis, “Hey Jude”, com a sua marcante “na-na-na-na-na”... Pronto, minha vez de lágrimas. Engraçado, nunca foi minha canção preferida, mas foi só ali que veio tudo: me fez lembrar que desde os 13 anos sou mais feliz graças aos 4 cabeludos, que como o Luiz de POA, conheci ouvindo ao acaso no Rádio. Lembrei da guria que em 1993 queria ver o Paul e não podia... e agradeci muito por esses anos todos que os Beatles estiveram presentes na minha vida, e agradeci muito, muito, por estar ali, junto dos meus amores e amigos.

Bis com 6 músicas, só mesmo Paul. Sem mal descansar ou fazer intervalos, num pique invejável aos 68 anos. Ponto alto pra Get Back, seguida de Yesterday - e desta baladinha soft tivemos uma guinada radical pra estrondosa Helter Skelter! Paul hard rock! Confesso que senti um pouco de falta de mais gritos e agudos em HS - mas já eram quase 3 horas de show, seria injusto exigir mais. Encerrando com o medley de SgtPeppers e The End....a melhor mensagem, a melhor forma de encerrar um show maravilhoso, mágico, adorável: lembrar que amar engloba não só receber, mas também doar-se. Ele agradece a todos. Nós também.

Muito Obrigada, Paul !!!!

ps.1 A mesma linda chuva de papel picado verde e amarelo de POA, Macca serelepe correndo com as bandeiras brasileira e inglesa...e a novidade veio em forma de susto: já saindo do palco, ele leva um tombo e cai de bunda no chão, mas se levanta no mesmo instante - nada sofreu!

ps. 2. O estilo vegan de Paul não ficou restrito ao seu camarim. Até os ambulantes vendiam sanduíches vegetarianos!

ps.3. Fotos e texto feitos “with a little help from my friends”: Beatriz Bukowitz e Marcos Behrens – i love you more!


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Blog'n'Roll: Correspondente especial Experience no show do Macca no RS

Como havia prometido, as impressões do nosso correspondente especial em Porto Alegre, Luciano dos Santos, no show do Paul McCartney. Aí ao lado nosso amigo, tirando onda pertinho do palco! Valeu cara!



Anoiteceu em Porto Alegre! Ele apareceu, com aquele carisma que todos conhecemos: Sir Paul McCartney! Extrovertido e muito jovem, contrariando seus 68 anos. Aguardávamos ansiosamente sua chegada , marcada para às 21:00. Um pequeno atraso de 9 minutos, um pequeno suspense ! Ele entra no palco e a galera enlouquece. Paul não perde tempo e começa com Venus and Mars e Rock Show seguidas de Jet e All my Loving.

Pequena pausa nas músicas e Paul nos agracia, falando nosso idioma: “Oi! Tudo bem? Boa noite Porto Alegre! Boa noite Brasil!“ e continua “Esta noite vou falar em português, mas muito mais em inglês”, no seu muito bem humorado jeito Paul Mccartney, sorri para os fãs, que retribuem com milhares de sorrisos. E a espetacular performance do Macca continua com Drive my Car, Highway e Let me Roll It.

Vestido de terno roxo, camisa branca e calça preta sem esquecer o suspensório. Fashion! Logo precisou deixar de lado o terno, pois estava muito calor na noite portoalegresense. Não podemos esquecer também da banda, todos muito simpáticos, principalmente o batera, que fez uma coreografia muito bem humorada enquanto Paul tocava um solo.


Alternando entre rocks e baladas, tivemos My Love, onde Paul novamente nos agracia dizendo “Escrevi esta música para minha gatinha. Mas hoje ela é para todos os namorados”, em português! Casais abraçados , dançando , muito romantismo e muitos suspiros de emoção ao ver e ouvir o Beatle ao vivo, em solo gaúcho.

No instante em que Paul chegou não acreditei. Será mesmo verdade ? Ou é apenas um sonho? Tenho acompanhado a turnê por aí, em sites onde é possível encontrar os shows na íntegra, tanto áudio quanto áudio e vídeo. Não seria novidade, mas obviamente, é claro, sempre há novidades em ver ao vivo, ouvir ao vivo, alguém que transcende gerações, pois são mais de 50 anos de talento, dedicado a fãs do mundo inteiro, com músicas de falam de coisas boas da vida.

Voltando há uns 20 anos, quando comecei a gostar de Beatles, lembro que ouvia todo domingo das 7 as 8 numa rádio local de Porto Alegre, um programa chamado Beatlemania 99. Os locutores, veteranos fãs, rolavam as músicas e comentavam sobre elas. Comecei a gostar cada vez mais e me aprofundar no conhecimento sobre os Fab Four e aos poucos sobre cada um deles. Em 1997, comecei a gravar em fitas K-7 todo domingo, o referido programa citado. Em um ano gravei quase 50 K-7s! E assim continuei como bom fã, aprender cada vez mais , ouvir cada vez e adquirir CDs, DVDs, Livros, etc.

Com o mundo em rede, é cada vez mais acessível o conhecimento. Em 1990, não me ligava em outras coisas que não fosse Engenheiros do Hawaii, até perceber que na letra de “O Papa é Pop” havia “... e afinal o que é Rock’n’Roll ? Os óculos do John ou o olhar do Paul ?" Então, surge um fã! Me indaguei inúmeras vezes: “Bah, já pensou se o Paul viesse fazer um show em Porto Alegre?” Tão de repente, há pouco mais de 2 meses surge o boato, que se confirma : Paul fará show em Porto Alegre. Começa a euforia no dia 29 de setembro. Neste dia fiquei muito entusiasmado com a notícia.

Infelizmente, não consegui garantir meu ingresso no dia 7 de outubro, mas sempre há uma luz no fim do túnel. Na última semana meu irmão comprou 3 ingressos “Gramado Premium” que nos colocaria muito próximo do Paul, poucos metros nos separava. Lá estávamos nós. E o momento se aproximava. O sonho se realizou.

Continuando o set list na integra:
I’ve Just Seen a Face
– puxou nesta, do fundo do baú ! Ótima Performance!
And I Love Her - Romantismo

Blackbird – Bah, esta é sensacional, desceu uma Lua e depois a Terra.
Here Today – Bela homenagem a John, a galera foi a loucura e gritava: "John, John, John"
Dance Tonight – A galera acompanhava
Mrs Vandelbilt – o refrão atingiu muitos decibéis
Eleanor Rigby – Fiquei sabendo que havia uma senhora de 74 anos chamada Eleanor e aguardava ansiosa por esta canção.
Ram On – Não esperava por esta!
Something – Arrepiei ao ouvir esta música ao vivo. Uma bela homenagem ao nosso querido George Harrison.
Sing the Changes – Mais uma escolhida com carinho
Band on the Run - Nossa, esta então, viemos cantando direto no carro , na ida e na volta.
Ob-La-Di Ob-La-Da – é difícil, cara a galera curtiu todas as musicas, sem exceções.
Back in the USSR – A galera pulava, cantava, agitava, não foi fácil fotografar e filmar.
I’ve Got a Feeling – Esta me lembra o show no telhado da Apple, o Paul barbudo.
Paperback Writer, A Day in the Life/Give Peace a Chance, Let It Be – Esta cantei completa, muito emocionante.
Live and Let Die – Quem tava na grade, deve ter levado um baita susto com a explosão de fogos de artifício. Eu estava a poucos metros e me surpreendi.
Hey Jude – Emocionantemente linda, com direito a velas (no telão) e isqueiros.

No bis 1, Daytripper, Lady Madonna e Get Back. No bis 2, Yesterday, Helter Skelter, Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band e The End. Estes dois últimos bis foram um delírio total, não era pra menos, clássicas musicas dos Beatles eternizadas na voz de Paul. E nunca estiveram tão atuais quanto ontem. No final tivemos uma chuva de papel picado , nas cores verde e amarelo. Mais uma inesperada surpresa.

Um dia que está marcado na história de muita gente, de adolescentes aos veteranos. História que será contada em muitas gerações. Não apenas uma página, mas mais uma prova da importância dos Beatles, e nosso querido Sir Paul McCartney.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Blog'n'Roll: The Abbey Road Facts


Ontem o Abbey Road, álbum mais vendido dos Beatles fez 41 anos. Para não passar em branco, resolvi seguir a nova tendência da internet e postar aqui os Abbey Road Facts, com as curiosidades mais interessantes sobre o meu disco beatle favorito (ao menos esta semana).

1 - Apesar de ter sido o último gravado, o AR foi o penúltimo a ser lançado, isto porque os fabfour não gostaram do resultado do projeto Get Back e o mandaram pra gaveta. Mais tarde, com a banda desfeita e precisando de grana, o material foi reeditado e rebatizado como Let it Be, lançado postumamente.
2 - Durante um bom tempo era concenso que o nome do disco seria Everest, uma referência aos cigarros Everest, favoritos do engenheiro de som Geoff Emerick. Chegou-se a cogitar ir ao Tibet para fazer fotos no Monte Everest. Como o prazo (e o orçamento) estava estourado, resolveram batizar com o nome do estúdio que por tanto tempo abrigou os Beatles.
3 - O assistente de som do AR foi Alan Parsons. Anos depois ele foi engenheiro de som do mítico Dark Side of the Moon, do Pink Floyd. Ambos os discos estão na lista de melhores álbuns de rock da história.
4 - A capa é a mais reproduzida da história do rock, trazendo várias referências ao boato sobre a morte de Paul. A ordem dos 4 seria a simulação de um cortejo fúnebre, com John de branco (padre), Ringo de terno (agente funerário), Paul descalço e de olhos fechados (o defunto) e George de jeans surrado (o coveiro).
5 - Realmente próximo ao estúdio há um cemitério. Na foto aparece ainda um carro fúnebre à direita. No fusquinha branco à esquerda, a placa diz 281F, que muita gente lê como "28 IF", ou seja, 28 anos "se" estivesse vivo. Hoje este Fusca está no Museu da Volkswagen, na Alemanha.
6 - O homem em pé na calçada à direita é Paul Cole, um turista americano que estava ali por acaso. Ele só se deu conta que foi fotografado quando viu a capa, meses depois.
7 - Foi o primeiro disco da história gravado em 8 canais.
8 - George Martin aceitou produzir o disco, desde que todos "se comportassem como nos velhos tempos". E assim foi. Mas mesmo assim houve problemas. O lado A é mais cru, para atender a John. O lado B é mais orquestrado, atendendo a Paul.
9 - Estão nele a maior e a menor músicas dos Beatles. A maior é I Want You (7:44), e a menor, Her Majesty (0:23).
10 - Sobre I Want You, reza a lenda que Lennon e McCartney pediram para que fosse cortada abruptamente aos 7 minutos e 44 segundos. Outros dizem que a fita simplesmente acabou ali.
11 - Sobre Her Majesty, ela faria parte do fantástico medley do lado B, mas Paul não gostou do resultado. Ele teria pedido ao assistente de som para destruir a fita. Entretanto, a ordem da EMI era clara: nada dos Beatles é jogado fora. Ela aparece depois de 10 segundos de silêncio no fim do álbum e nitidamente começa com o acorde de Mean Mr Mustard. Ela foi composta em 1965, após os Beatles terem recebido das mãos da rainha Elizabeth seus MBE.
12 - Octopuss Garden é a segunda composição de Ringo para a banda (a outra é Dont Pass Me By, do White Album). Ele a compôs depois de férias na Itália, onde conheceu o hábitos dos polvos de lá, que constroem tocas com pedras coloridas para se esconderem.
13 - Sun King iria chamar-se "Here Comes the Sun King", mas foi abreviada para não ser confundida com Here Comes the Sun. Ela tem na letra palavras desconexas em inglês, espanhol, italiano, francês e até português.
14 - Mean Mr Mustard foi baseada em um fato real sobre um pão duro que escondia dinheiro. Sua irmã na verdade chamava-se Shirley, mas foi mudado para Pam, para encaixar na música seguinte do medley, Polythene Pam.
15 - Em She Came in Through the Bathroom Window Lennon diz, "We'll listen to that now. (risos) Oh, look out!" Então alguém diz "You should…" que é cortado pela entrada da música. Paul a compôs depois que Mike Pinder (Moody Blues) contou a história de uma groupie que invadiu o quarto de hotel de Ray Thomas pela janela do banheiro. Paul teria pegado a guitarra e cantado imediatamente She came in through the bathroom window.
16 - Golden Slumbers é uma canção de ninar que Paul vira no piano de sua irmã Ruth. Ele adorou a letras mas como não sabia ler música, a tocou como achava que era. E ficou ótima!
17 - The End é a canção que diz tudo. Lennon chegou a dizer na sua famosa entrevista na Playboy que os versos "and in the end the love you take, is equal to the love you make" são a síntese do que era Paul: "Aquilo é Paul McCartney. A frase final carrega uma filosofia cósmica que prova que quando Paul quer algo, ele consegue."
18 - Em The End está o único solo de bateria de Ringo Starr. A música inicialmente chamaria-se Ending.
19 - Come Together é a música de Lennon favorita de George Martin.
20 - Abbey Road é a álbum que mais vendeu, da banda que mais vendeu. Simples assim.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Blog'n'Roll: Dia Mundial do que mesmo?

Hoje comemora-se o Dia Mundial do Rock. A data ficou definida a partir de 13 de julho de 1985, quando Bob Geldoff organizou o que foi o maior evento de rock da história, o Live Aid. Uma causa nobre, grandes artistas, palcos nos EUA e na Inglaterra... Mas daí ser o dia Mundial do Rock?

Poderíamos dizer que o dia do Rock é o dia 5 de março, dia em que Ike Turner lançou Rocket 88, considerada por muitos a primeira gravação de r'n'r. Mas como há quem diga que a data real da gravação seria o dia 3 de março, não podemos confirmar.

No dia 9 de fevereiro de 1964 os Beatles tocaram ao vivo no Ed Sullivan. Foi a data que marcou o início do que ficou conhecido como British Invasion. Esse foi o maior momento da maior banda de todos os tempos no berço do rock. Poderia ser o dia mundial do Rock também.

Aqui no Brasil poderíamos considerar o dia 11 de janeiro de 1985, dia em que começou o primeiro (e único) Rock in Rio. Até hoje o festival com maior público da história (1,5 milhão de pessoas), escancarou para a sociedade brasileira o boom do Rock Brasil que estava no auge. Trouxe também show antológicos como o do Queen e de James Taylor. Poderia ser ao menos o dia Nacional do Rock.

Várias outras datas poderiam ser o dia Mundial do Rock. Aniversário de Elvis, de Berry, de Little Richards, dia da morte de Lennon (esse seria bom até pela reflexão), uma das ressucitadas do Keith Richards... Não faltam sugestões. Quem me conhece sabe que não ligo pra datas comemorativas (so livro dia das mães, porque me aturar não foi mole) e essa também passa batida pra mim.

Dia do rock é todo dia que eu acordo e ponho um cd pra ouvir. Dia do rock é todo dia que um moleque ganha sua primeira guitarra, é todo dia que alguém inconformado toma uma atitude contra o sistema, quebra paradigmas e rompe regras pré-estabelecidas.

A grande beleza do rock é ser mais que uma música, é ser um estilo de vida. E o mais democrático de todos, ao ponto de 3 pessoas, mesmo que não saibam tocar bem, possam se divertir com um som. É quase como jogar uma pelada com os amigos.

Em nome dessa democracia, mais importante que o Dia Mundial do Rock, é o seu Dia Particular do Rock.

E que esse dia seja todo dia!