Mostrando postagens com marcador Na Vitrola. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Na Vitrola. Mostrar todas as postagens

sábado, 19 de novembro de 2011

Na Vitrola: Siena Root

Se você é um daqueles que diz que nada de novo tem aparecido no rock, é bem provável que esteja certo. Entretanto, se é dos que diz que nada de bom tem aparecido no rock, você precisa ouvir com mais atenção.

Sim, porque o Siena Root é uma banda nova, mas daquelas que soa como antiga. E quando digo isso não estou cometendo aforismos. O projeto dos suecos KG West (guitarra e teclados), Sam Riffer (baixo) , Love (bateria) e Sanya (vocais) toca o rock mais vintage que já ouvi.

Quando comecei a ouví-los pela primeira vez, a sensação era estar escutando uma música nova do Hendrix, acompanhado pelo Deep Purple e pelo Led Zeppelin juntos.

Duvida?





...e agora?

Tudo nos caras é vintage, do som ao visual, passando pelo material gráfico, instrumentos e temáticas das músicas remete ao rock feito nos anos 70. Até mesmo os flertes com a música indiana estão lá, com arranjos de cítaras e tablas.

A banda, formada na segunda metade dos anos 90, está no quarto álbum (A New Day Dawning, 2004, Kaleidoscope, 2006, Far from the Sun, 2008 e Different Realities, 2009) e acaba de lançar um ao vivo.


O interessante é que, apesar de ser intencionalmente vintage, o som é sim original. Não há a sensação e deja vu, do tipo "ah, isso tudo já foi feito, não tem mais graça". Apesar das raízes (citadas até no nome da banda), o material autoral é muito interessante.

Falar é inútil! Ouça e tire suas próprias conclusões!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Na Vitrola: The Lighthouse and the Whaler

Inicialmente, minhas desculpas por ter deixado esta coluna tão esquecida ultimamente. Talvez seja falta de tempo, talvez falta de boas novidades, talvez ambos. Mas o fato é que estou constantemente catando novas coisinhas interessantes e esta banda americana quase desconhecida merece ser revelada a todos os meus 29 seguidores.

Digo revelada porque é realmente difícil encontrar material deles na internet. Fora um download e um video aqui ou acolá, material consistente é raro, sobretudo por ser uma banda que mesmo nos EUA estão surgindo agora.

Formada em Cleveland, o Lighthouse and the Whaler tem uma sonoridade que em muitos momentos lembrará o Fleet Foxes. Tem o mesmo frescor indie nas letras e vocais e como contraponto o instrumental muitas vezes cru, tanto na gravação como na execução.

A discografia ainda é curta e conta apenas com um álbum (homônimo), apesar de você poder escutar aqui quatro novos sons, que segundo o site oficial dos caras devem estar no próximo disco.

Aí embaixo o video oficial de White Days, do primeiro álbum dos caras de Cleveland.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Na Vitrola: Fanfarlo

Nascido em Londres, mas através das mãos (e idéias) do sueco Simon Balthazar, o Fanfarlo é mais uma daquelas bandas que não sai da vitrola aqui em casa. Com sua mistura de indie e folk, usa um line up bastante interessante com trompete, violino, bandolim e até um serrote!

O nome da banda vem de um romance de Baudelaire chamado "La Fanfarlo". As atividades começaram em 2006, inicialmente em clubes londrinos famosos pela cena indie local. Logo as primeiras demos começaram a circular e a banda caiu no gosto dos alternativos de plantão.

O primeiro - e único - CD, Reservoir, foi lançado em 2009 pelo próprio selo da banda, Raffle Bat. Mais indie, impossível. O curioso é que o Fanfarlo já era bastante conhecido na internet antes disso, mostrando a força da banda nos meios alternativos.

O Fanfarlo é formado por Amos Memon (bateria, percussão e vocal), Cathy Lucas (violino, teclado, bandolim, glocknspiel, vocal e serrote), Justin Finch (baixo e vocal), Leon Beckenham (trompete, teclado, glockenspiel, gaita e vocal) e o já citado Simon Balthazar (vocal, guitarra, teclado, bandolin, saxofone e clarineta).

Uma formação tão rica só poderia resultar em arranjos elaborados. E são! Mesmo que os vocais não sejam os mais ricos que você já ouviu, são equilibrados, sobretudo entre Simon e Cathy. O tom das músicas beira o dramático, mas sem perder o lado lúdico. Algumas poderiam ser muito bem uma canção de ninar, se não fosse pelo teor denso das letras. O sotaque sueco de Simon ajuda - mesmo para quem entende inglês é difícil de compreender.

O que mais gosto no Fanfarlo, além dos arranjos, é o clima de hand-made, algo de faça você mesmo, juntando com amigos e tocando. As músicas tem um lado expontâneo, como se tivessem surgido em jams. Esse lado hand-made está claro também nos clips da banda, como neste aí embaixo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Na Vitrola: Shearwater

Folk, mas não muito. Essa foi a melhor definição que consegui encontrar para os americanos do Shearwater. Formada em 1999 pelos companheiros de banda Jonathan Meiburg e Will Sheff, a ideia era montar um projeto paralelo para sua banda original, a Okkervil River. A parceria não durou, mas o projeto sim.

Sheff deixou o projeto em 2001, quando entraram Kimberly Burke e Thor Harris. Mas deixemos os nomes de lado e vamos ao que interessa, que é a sonoridade da dos caras.

Para falar disso é importante dizer que Meiburg é biólogo, especialista em ornitolgia (estudo dos pássaros). Por isso todo o direcionamento da banda é para temas ligados à natureza, espécies ameaçadas e meio ambiente. O próprio nome, Shearwater, refere-se uma espécie de ave marinha, similar a uma gaivota.

Com 6 albuns gravados em 9 anos de estrada (ótima média para os dias de hoje) a banda mistura o folk rock com pitadas oitentistas e progressivas em longos instrumentais. O piano pesado é responsável pelo clima drámatico em boa parte das faixas, passando bem a mensagem de ameaça. A voz é outro ponto forte, muito bem casada com a percussão.

Lá em cima, a capa do último álbum dos caras, Golden Archipelgo, de 2009 (clica lá, clica lá!).

Clique aqui para ir no Myspace deles.

sábado, 17 de julho de 2010

Na Vitrola: Mumford & Sons

Eu admito que no momento estou guinando para o folk rock, coisa que é clara nas minhas últimas composição (e nas próximas também). Isso se deve a uma leva de novas bandas que se juntaram as que já me influenciavam antes, como Neil Young, REM, Cat Stevens, etc.

Já falei aqui do Beirut e do Fleet Foxes. O mais novo na turma é o Mumford & Sons, banda nascida em Londres em 2007, mas com uma sonoridade típica do interior americano. Liderada por Marcus Mumford (vocal, guitarra, bateria e bandolim), os outros membros não são seus filhos como você pode deduzir. São eles "Country" Winston Marshall (vocal, banjo e dobro), Ben Lovett (vocal, teclado, acordeom) e Ted Dwane (vocal e baixo). Como você pode ver, eles seguem tradição vocal das melhores bandas folk americanas, onde todos cantam.

Assim como o vocal, o instrumental também é tratado com primor. O fato de usarem instrumentos típicos como o banjo, bandolim, acordeom e dobro ajuda a criar este ambiente onde nada sobra e os arranjos nunca são óbvios. O visual dos caras também remete a uma época específica (eu diria início do século XX), o que reforça a proposta do som, como vocês verão no clip lá embaixo.

Apesar de desconhecidos por aqui, o Mumford & Sons já ocupa lugar de destaque no Reino Unido, tendo inclusive seu primeiro album Sigh No More (clica lá na foto!) alcançado o número 1 na Irlanda e Austrália e boas posições na Inglaterra (7), Bélgica (8) e Nova Zelândia (10). Chegará por aqui? Duvido.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Na Vitrola: Fleet Foxes

As vezes as pessoas me mandam um novo som e, juro que não é má vontade, mas eu demoro a gostar. A música fica lá esquecida, eu ouço, não curto, aí dias depois volto a ouvir de novo... Em alguns casos leva meses para ter uma opinião formada. Em geral não gosto, mas em outros casos, passo a simplesmente adorar!

Foi isso que aconteceu quando esbarrei pela primeira vez nos Fleet Foxes. O disco deles ficou esquecido no meu HD por meses até que voltei nele e não parou mais de tocar. Mas por que?

Simplesmente porque é algo que não se vê por ai facilmente. Trata-se de uma banda de Seatle, mas esqueça o grunge e seus representantes barulhentos. Pelo contrário, o Fleet Foxes é uma banda folk de sonoridade absolutamente suave, que descende da linhagem de bandas como o Beach Boys e Crosby Stills and Nash, com arranjos vocais super trabalhados. Mas não para por aí.

O instrumental é um caso a parte. Baseados no violão de aço, como boa banda folk, conta ainda com uma bateria singular, guitarra solo, teclado, baixo e bandolim, tudo muito bem costurado, sem que nada sobre nos arranjos. Aliás arranjos dignos de bandas progressivas, com inúmeras passagens e convenções, dando o clima para as estórias contadas nas letras.

Formado por Robin Pecknold (vocal e violão), Skyler Skjelset (guitarra e bandolim), Christian Wargo (baixo, guitarra e vocal), Casey Wescot (tecladoe vocal) e J. Tillmann (bateria e vocal), o Fleet Foxes possui apenas um disco lançado, homônimo, de 2008, além de um EP de 2006. Prometem material novo para este ano.

Apesar do visual retrô, (clique na foto para aquele arquivinho especial) eles são uma banda contemporânea. Por isso, considero o Fleet Foxes um ótimo exemplo para aqueles que adoram dizer que "não se faz nada que preste hoje em dia". Sim, existe muita música boa por aí. É só procurar. Aí embaixo, uma das minhas favoritas!

sábado, 5 de junho de 2010

Na Vitrola: Imelda May

Na estreia da coluna Na Vitrola, trago uma cantora que me foi apresentada pelo Luiz Claudio, grande amigo e baixista da Mustang'65, e desde então toca direto aqui em casa. Trata-se da irlandesa Imelda May, tida por muitos como a grande guardiã do Rockabilly atualmente.

Imelda nasceu em Dublin em julho de 74 e começou sua carreira com o nome de Imelda Clabby, com o qual lançou seu primeiro disco, chamado No Turning Back, em 2005, relançado em 2009. Em 2008, já com seu nome atual, lançou o ótimo Love Tatoo (esse aí em cima, é só clicar vocês já sabem...) que remete totalmente ao melhor do Rockabilly.

Aliás o instrumental de sua banda é também baseado nas tradições do Rockabilly, com guitarras, baixo vertical e sopro, soando como saída dos anos 50.

Recentemente ela participou do novo disco de Jeff Beck, Emotion & Comotion e tem dividido palco com muita gente boa Dione Warwick, The Supremes, Elvis Costello e Elton John.

O melhor é que, apesar de soar datada, com duas roupas retrô e voz cinquentista, Imelda não tem essa coisa de diva pop tão comum hoje em dia. Canta muito e a banda é ótima. Roquenrol em estado puro, que vale o confere.

domingo, 16 de março de 2008

Blog'n'Roll: Beirut

Zach Condon era apenas um típico adolescente americano do Novo México quando estabacou- se de uma ponte e destruiu seu braço esquerdo. Esse acidente deixou-o com um braço menor que o outro, o que tornou impossível tocar guitarra sem dor. Como alternativa, ele partiu para o Ukelele e começou suas experiências musicais no seu próprio quarto de dormir.

Filho de guitarrista, Zach tornou-se multi-instrumentista, tocando trompete, teclado e percursão. Aos 17 largou os estudos e foi conhecer a Europa. O que veio na bagagem foi muito mais valioso que souvenirs. Trouxe toda uma carga de música cigana, judaica e do leste-europeu. Misturou tudo isso com o folk americano e gravou com ajuda de alguns amigos (mas basicamente sozinho) o disco Gulag Orkestar (capa acima), sob o nome de Beirut.


Hoje, com apenas 22 anos, Zach já lançou mais 2 EPs (Lon Gisland e Pompeii) e mais um cd, o Flying Club Cup, esse com mais influências da música francesa. O Beirut transformou-se em um ícone do alternativo.


Quando ouvi pela primeira vez, conheci a música Elephant Gun. Precisei ouvir mais 3 ou 4 vezes seguidas para absorver os elementos. Logo visualizei uma banda tcheca ou búlgara, tamanha a carga de influências da europa oriental. Fiquei surpreso ao saber que era uma banda americana. Mais surpreso ainda ao saber que era uma banda de um homem só. E quase caí pra trás quando soube que o cara só tinha 22 anos!


O mais interessante de tudo foi que, por dentro, identifiquei também como um som que eu gostaria de fazer. Sempre adorei instrumentos como trompete, acordeom, bandolim e outros relacionados ao folk. Logo tratei de absorver essa influência e já trabalho em projetos dentro desse estilo.
É difícil rotular Zach e o Beirut. Já vi classificado como folk, como indie, como alternativo, como étnico... Não gosto de rótulos. Pra mim, Beirut é apenas Beirut.

Pra quem quiser, taí o site deles:
http://www.beirutband.com/
Clique aqui para baixar um bootleg, Live at SWSX.