Mostrando postagens com marcador Rock com Pipoca. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rock com Pipoca. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Rock com Pipoca: Focus, Hocus Pocus

Eu sei, eu sei, eu falei que ia aposentar esta coluna, mas nada melhor que uma porrada como o Focus para encerrá-la em alto nível. Acontece que, estava eu distraído em casa, com a TV ligada quando ouvi os acordes dessa sonzera. Vim correndo olhar e vi Wayne Rooney, da seleção inglesa dando um carrinho no monstrengo Ribery. Ao fundo Hocus Pocus, marca maior do quarteto holandês.

Trata-se da nova campanha da Nike para a Copa do Mundo da África do Sul, com vários craques. A trilha sonora foi uma escolha muito feliz, já que a música alterna climas pesados e clássicos. Aí embaixo o filme da Nike completo para vocês.



Já falando sobre o Focus, a banda organizou-se no final dos anos 60, inicialmente para acompanhar a montagem da peça Hair. A coisa deu certo e o idealizador do projeto Thijs van Leer lidera a banda até hoje, depois de inúmeras formações. Corre aqui em Niterói a lendária história da apresentação do Focus no Orquídea, um boteco tradicional que existia em Icaraí. Aí embaixo os caras no auge, em 1972.



Só para constar: coincidência ou não, estou torcendo para a Holanda nesta Copa!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Rock com Pipoca: Amazing Journey - The Who

“Amazing Journey”, uma produção da Universal Studios com a colaboração do canal de TV VH1, traz aos fãs a história completa do grupo, desde sua formação até os dias atuais (da filmagem, claro), mostrando inclusive os bastidores das gravações das duas faixas inéditas que fazem parte da coletânea “Then and Now”.


Através do filme ficamos sabendo de detalhes sobre como Roger Daltrey, que a princípio não era vocalista mas sim guitarrista, convidou John Entwistle para se juntar à sua banda The Detours, levando consigo o amigo Pete Townshend. Conta também como foi que Keith Moon, com seus cabelos então descoloridos, impressionou-os em uma apresentação para tomar o posto de baterista. Fala da origem do nome, das primeiras gravações, das ambições do produtor Kit Lambert em transforma-los em uma banda de sucesso. E, obviamente, fala dos álbuns clássicos, das turnês, das brigas, dos escândalos, das mortes de John e Keith... Todos os altos e baixos estão aqui apresentados.


Enriquecendo tudo, temos depoimentos dos integrantes da banda e de seus familiares, de antigos colaboradores, produtores e amigos, sem falar nos fãs ilustres, do porte de Sting, The Edge (U2), Noel Gallagher (ex-Oasis), Steve Jones (Sex Pistols), Eddie Vedder (Pearl Jam)... Alguns dos destaques do DVD ficam por conta de histórias peculiares, como a vez em que Daltrey foi expulso da banda por jogar na privada as anfetaminas que os outros membros tomavam, bem como a infame festa de Keith Moon em um hotel, que acabou com um carro dentro da piscina, além da trágica apresentação em Cincinatti, nos EUA, onde 11 fãs morreram pisoteados na entrada para o show. E no DVD de extras tem ainda um relato sobre a vez em que Keith Moon chegou completamente bêbado no quarto do baixista John Entwistle, comeu parte de seu jantar, tomou seu vinho e urinou na parede, antes de desmaiar - a “vingança” de John foi simplesmente fenomenal...

Do lado musical, é sempre muito bom ouvir mais uma vez sobre as inspirações de Pete Townshend, principal compositor da banda, sobre o surgimento de clássicos como “The Who Sell Out”, “A Quick One” e “Tommy”, assim como tem sabor especial ver no disco de extras a rara filmagem de uma apresentação do grupo quando ainda se chamavam The High Numbers. Curioso também o modo como o documentário foi editado, como se fosse um disco de vinil duplo, com cada tópico sendo uma faixa que leva o nome de alguma música ou trecho de canção do The Who.

Ao contrário de outros títulos do gênero, não vemos apresentações de canções na íntegra, talvez pelo fato de ter tanta coisa a ser contada. Mas obviamente, são mostrados vários trechos de shows ao longo dos anos e tal fato se torna irrelevante, se lembrarmos que o documentário “The Kids Are Alright”, de 1978, já fez muito bem este papel, trazendo muitas cenas raras da banda nos palcos. Fica a sugestão, então, de uma sessão dupla, assistindo a ambos em sequência.

Um documento simplesmente obrigatório a qualquer fã que se preze de rock, tanto para os iniciantes quanto para os já “veteranos” no assunto.
fonte: Whiplash


Eu tinha até meio que aposentado a coluna "Rock com Pipoca" por falta de material. Mas esse DVD aí vale a ressurreição. Pra quem ainda não viu, também á altamente recomendado o citado Kids are Alright, já comentado aqui no Experience.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Rock com Pipoca: The Beatles: Rock Band intro

Que eu não curto muito essa coisa de Guitar Hero ou Rock Band já falei aqui. Afinal, eu brinco de rock band há quase 20 anos e sempre achei guitarras de madeira mais divertidas que as de plástico. Mas não dá pra negar que o Trailler de lançamento do tão falado Rock Band dos Beatles está pra lá de caprichado.

Sobra para nós a reflexão: que banda, prestes a completar 40 anos de sua dissolução, tem tanto poder quanto esses caras? Você pode gostar ou detestar, mas simplesmente não pode ignorá-los.


terça-feira, 30 de junho de 2009

Rock com Pipoca: DVD Eric Clapton e Steve Winwood, ecos dos anos 1960 que ainda duram

A homenagem a Jimi Hendrix, numa longa e intensa versão de "Voodoo Chile", perto do fim do show, já vale por esse "Live from Madison Square Garden", editado em DVD e CD pela Warner. Mas o encontro dos sexagenários Eric Clapton (64 anos) e Stevie Winwood (61 anos) rendeu muito mais, grande música, atemporal e sem ranço nostálgico, de duas figuras fundamentais para o rock.

Clique aqui e confira a música 'Can't find my way home', do DVD

Na verdade, trata-se de mais um reencontro de dois velhos amigos, desde 1964, quando o então garoto de 15 anos Winwood despontou como cantor e tecladista do Spencer Davis Group, e Clapton brilhava como guitarrista dos Yardbirds. O segundo conta, numa entrevista do DVD, que o projeto de um trabalho junto começou a se delinear em 2007, após Winwood participar da segunda edição do Crossroads Guitar Festival.

O concerto no Madison Square Garden aconteceu em fevereiro de 2008, mas, curiosamente, essa informação é omitida nos créditos do DVD e nas capas e nos encartes de CD e DVD, com arte gráfica que remete aos psicodélicos anos 1960. Sem cenário algum, vestidos com roupas que usam no cotidiano e acompanhados por Willie Weeks (baixo), Ian Thomas (bateria) e Chris Stainton (teclados), no repertório, Clapton (guitarra e voz) e Winwood (teclados, guitarra e voz) também investem no período. Entre os petiscos estão cinco das seis canções do único disco do lendário e efêmero Blind Faith, supergrupo que os dois formaram - com Ginger Baker (bateria) e Rick Grech (baixo e violino) - em 1969: "Had to cry today", "Sleeping in the ground", "Presence of the Lord", "Well all right" e "Can't find my way home". Na época, Clapton acabara de sair do trio Cream, enquanto Winwood dava um tempo no Traffic (que voltou em meados dos anos 1970).

Ainda no repertório, mais uma de Hendrix, "Little wing" - que Clapton incorporara ao seu repertório no disco "Derek and the Dominoes"; enquanto entre os motivos para a inclusão de "Voodoo Chile" está o fato de Winwood também ter tocado órgão na gravação original, no álbum "Electric Ladyland", de Jimi Hendrix -; e outra homenagem, em "Them changes" (do baterista Buddy Miles, que morrera em 26 de fevereiro de 2008, na semana do concerto de Clapton e Winwood); e muitos temas das carreiras individuais dos dois. O trajeto de Winwood no Traffic (grupo hoje pouco lembrado, mas que em sua música passou por rock, folk e jazz) está representado em "Glad", "Pearly queen", "No face, no name, no number" e "Dear Mr. Fantasy" - e solo, acompanhando-se no órgão, ele também faz uma visceral "Georgia on my mind", calcada na interpretação de Ray Charles. Enquanto da inconstante trajetória de Clapton - que formou e saiu de diversos grupos, até, a partir de meados dos anos 1970, investir num trabalho solo irregular - foi privilegiada a sua associação com o blues, através de "Double trouble" (Otis Rush), "Rambling on my mind" (Robert Johnson) e, como bônus, mais dois clássicos de Johnson, "Kind hearted woman" e "Crossroads".

Contundentes exemplos de que a grande música de Clapton e Winwood não tem data de vencimento.
fonte: O Globo


Simplesmente adoro a fase do Blind Faith, sobretudo Presence of the Lord e Can't Find My Way Home, que até gravei e postei aqui. Ainda não assisti esse DVD, mas já to procurando!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Rock com Pipoca: Loki, Arnaldo Baptista

Loki - Arnaldo Baptista, é o primeiro documentário produzido pelo Canal Brasil e também o primeiro longa-metragem dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. Trata-se de uma cinebiografia de Arnaldo Baptista, membro fundador d’Os Mutantes, banda que fez história no rock nacional no final dos anos 60 e início dos 70.


Para falar do filme é preciso começar do final. Em 25 de janeiro de 2007, 80 mil pessoas presenciaram no Parque da Independência, em São Paulo, mais do que a volta da lendária banda Os Mutantes. A maior atração para grande parte daquelas pessoas era o senhor que se encontrava ao teclado, Arnaldo Dias Baptista. Era o sorriso, a voz, era ele que os verdadeiros fãs queriam. Aquele show não foi o fim da história do Arnaldo, mas provavelmente tenha sido o fim de uma série de sofrimentos, como uma ferida que enfim cicatrizava-se. Ele estava ali.

Arnaldo, juntamente com o irmão Sérgio Dias Baptista e Rita Lee, formou no final dos anos 60 a banda mais emblemática do rock nacional, Os Mutantes. Em pouco mais de uma década conheceu a fama, foi taxado de gênio pelos críticos, adorado pelos fãs e decaiu, chegando até ao esquecimento por parte das pessoas mais próximas.

Seria redundante comentar todos os feitos de Arnaldo para a música brasileira, mas trocando em miúdos, integrou nada menos do que a banda que melhor representou o espírito tropicalista, a mistura de conceitos vindos da música estrangeira com toda a brasilidade possível.

Isso tudo durante o período do regime militar, mas com muito humor, muita graça, poesia, crítica e, claro, drogas. Drogas que provavelmente o tenham afetado de forma diferente dos seus parceiros, o que desencadeou a série de conflitos vividos por ele a partir da sua saída da banda, entre 1973 e 1974.

O filme conta toda a trajetória de Arnaldo, desde a infância até os dias atuais, passando por toda a fase conturbada da sua vida, suas internações em hospitais psiquiátricos, seus problemas com as drogas, o amor obsessivo pela Rita Lee, sua tentativa de suicídio, sua reabilitação e, finalmente, sua nova vida.

Toda a história é costurada por depoimentos do próprio Arnaldo e de pessoas próximas, como seu irmão Sérgio, Gilberto Gil, Rogério Duprat, Liminha, Nelson Motta, Lobão, e até de músicos do porte de Sean Lennon, Kurt Cobain e Devendra Banhart. Ao longo do filme Arnaldo pinta um quadro onde expressa através da pintura os seus sentimentos e experiências de vida, como se passasse por uma catarse, começando pela própria figura e acrescentando tudo o que lhe aconteceu ao longo dos anos.

O filme tem um ponto um pouco cansativo que é a importância que se dá a Rita Lee, que nem sequer quis dar entrevistas para o documentário. Claro que não deve se descartar sua importância na história, mas talvez essa importância tenha sido super valorizada.

Entre os momentos mais emocionantes está o depoimento de Arnaldo sobre o dia em que resolveu colocar fim à sua história, em mais uma internação. Com plena consciência o músico decidiu atirar-se da janela, numa noite de réveillon, segundo ele em homenagem à primeira pessoa que o havia internado. Meias palavras bastam.

Outro momento muito emocionante é o que se segue a esse fato, quando Arnaldo conta que aquela internação e a tentativa de suicídio representaram algo bom para ele. Ali ele foi podado como uma árvore que precisava perder algumas folhas secas. Naquele momento ele conheceu sua atual mulher, Lucinha Barbosa, com quem mora até os dias atuais, na cidade de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Lucinha pode ser considerada uma pessoa chave na história de Arnaldo. Surgiu quando ele mais precisou, no dia em que tentou colocar fim na própria vida, trazendo o que ele mais precisava: amor. Arnaldo começou a pintar, voltou a tocar instrumentos e reabilitou-se durante um grande período de reclusão. Volta à mídia em 2004, com um álbum produzido por John Ulhoa, do Pato Fu, surpreendendo a todos.

Em 2006 reúne-se com Sérgio e retomam Os Mutantes, agora com Zélia Duncan nos vocais. Rita se negou, como sempre. Chegamos novamente ao final do filme e como Tom Zé descreve, aquele show no Parque da Independência foi o encerramento de um ciclo, como se Arnaldo estivesse ali mostrando que conseguiu sim dar a volta por cima.

Não é o fim da história de Arnaldo, mas provavelmente é o fim de uma etapa. Embora o filme tenha um clima melancólico - triste até - é a história de um vencedor que desceu aos infernos e voltou, renascido das próprias cinzas. Ainda que sejam retratados momentos tristes da vida de Arnaldo, ao longo do documentário o artista é mostrado como alguém feliz, contrastando com sua própria história.

Vale lembrar que sua obra não está disponível em nenhum catálogo. Arnaldo tem livros prontos para serem editados e muitos quadros a espera de uma exposição. Por tudo isso fica claro que a história de Arnaldo não terminou. Arnaldo já é um mito.
fonte: Terra


Ainda não assisti, mas com certeza assistirei. Entender os Mutantes é indispensável para se entender o que aconteceu na música brasileira no período do Tropicalismo e seus efeitos posteriores. Sobre a influência de Rita Lee, muita gente boa diz que a banda só decolou mesmo quando ela saiu. É ver e conferir.

sábado, 23 de maio de 2009

Hoje no Rock: The Who - The Kids Are Alright

Se neste ano o Who comemorará os 40 anos da ópera-rock Tommy (1969), hoje quem sopra as velinhas é o super documentário dirigido por Jeff Stein, The Kids Are Alright, lançado há exatos 30 anos. Stein era um fã americano do Who e sempre foi obcecado pela idéia de fazer um documentário contando a história da banda, através de colagens de cenas e entrevistas.

Em 1975 conseguiu aproximar-se de Pete Townshend e sugeriu a ideia que foi inicialmente rejeitada, mas o empresário da banda, Bill Curbishley acabou convencendo-o do contrário. Para dar um gostinho, Jeff fez uma compilação de várias imagens antigas da banda e mostrou ao integrantes e suas esposas. Depois de poucos minutos, Pete e Keith Moon rolavam no chão histéricos. A esposa de Roger Daltrey riu tanto que derrubou a garrafa de café da mesa. Estava aprovado.


Jeff começou então a garimpar material, já que boa parte havia sido perdida. Ele optou por uma narrativa não linear, incluindo várias apresentações em programas de TV da época (Shindig, Ready Steady Go, Smothers Brothers), shows e entrevistas. Gravou também imagens em um show fechado, no Shepperton Studios, além de cenas de ensaios.

Cenas famosas estão no documentário, como as aparições em Woodstock (segundo Pete, um lixo), Monterrey e Pontiac Silverdome, assim como no famoso Rolling Stones Rock'n'Roll Circus. Esse especial teria sido cancelado porque os produtores acharam que a performance do Who ofuscaria os Stones. Partes de uma entrevista no Russel Harty Plus também foram incluídas, inclusive o momento quem que Keith rasga a roupa de Pete e em seguida fica pelado. Há muito destaque para Keith Moon e suas loucuras, assim como para a fixação de Pete em destruir guitarras. Aliás, o documentário foi lançado em meio a uma onda de cinema catástrofe (Aeroporto, Terremoto, Inferno na Torre). Isso deu aos produtores a idéia genial de entitular o filme "o primeiro filme de desastre rock 'n' roll do mundo".

Moon morreu em 7 de setembro de 1978, vítima de overdose de Heminevrin, um medicamento usado para tratamentos anti-álcool, durante a edição final do material. Os integrantes restantes decidiram que nenhuma parte seria modificada e não há referências ao seu falecimento no filme. O documentário foi lançado no Festival de Cannes de 1979, sendo recebido pelo público como o melhor feito sobre uma banda de rock, opinião de muitos até hoje.

Para mim é a imagem definitiva do Who, que após a morte de Moon teve outros bateristas, lançou discos, mas perdeu a energia inicial. Retrata os 13 anos iniciais da banda, do movimento Mod até a consagração mundial. O único senão na minha opinião, é o não ter nada do álbum Quadrophenia, de 1973. Fora isso, nota 10!

Pra vocês, a sequência inicial do filme. Uma aparição no programa americano Smothers Brothers Comedy Show de 1967, onde eles, literalmente destroem tudo. Keith subornou um contra-regra para poder colocar uma carga de explosivos na sua bateria. Resultado: o cabelo de Pete pegando fogo e o braço de John cortado.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Rock com Pipoca: REM - When The Light is Mine

Quando falo em REM como uma das minhas maiores influências, não falo no REM conhecido do grande público, pós Losing My Religion. Refiro-me ao REM dos anos 80, precisamente até 87, época da gravadora IRS, famosa por trabalhar com bandas alternativas. Quando comecei a assistir o DVD When The Light is Mine, foi como se voltasse aos dias em que comecei a tocar violão e guitarra.

Ele abrange justamente esse período inicial da banda, os anos de rádios universitárias e circuitos underground, mas já mostrando a qualidade que acompanhou a banda por toda sua trajetória.

O DVD traz clips e vídeos de apresentações em shows e programas de TV da época, com destaque para o álbum Reckoning de 1984, mas abrange até o Document (1987) que tem os sucessos The One I Love, The Finest Worksong e a clássica Its The End Of The World As We Know It. Depois disso, a Warner assinou com os caras e aí vocês já sabem...

O fato é que este DVD é um ótimo registro sobre a primeira fase da banda. Se você tiver esse e mais o Tourfilm (ao vivo de 1990) terá o material essencial deste período, na minha opinião, o melhor da banda.

O DVD traz também extras com entrevistas e versões acústicas de algumas músicas. Mas é justamente aí que está o ponto negativo: acontece que não há legendas. Até mesmo para quem tem um inglês razoável, é complicado entender o sotaque sulista dos rapazes da Georgia. Só não leva avaliação máxima desta coluna por isso.

Aí embaixo pra vocês, a melhor sequência do DVD, intitulada Left of Reckoning, com várias músicas deste álbum num curta metragem dirigido pelo diretor Jim Herbert.




sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Rock com Pipoca: Yusuf's Cafe Session

Sempre me referia a Yusuf Islam como Cat Stevens[bb], seu nome artístico original até o final dos anos 70, quando abandonou os palcos para dedicar-se ao Islã. Para mim tratava-se da mesma pessoa e pronto, um novo nome parecia apenas uma forma de distinguir as diferentes fases de uma carreira. Mas depois de assistir ao DVD Yusuf's Café, mudei de opinião.

Mudei porque apesar de suas músicas ainda terem uma sonoridade semelhante, sua postura mudou completamente. Seja pela maturidade de um senhor com quase 60 anos ou pela serenidade espiritual encontrada, Yusuf passa uma sinceridade incrível naquilo que compõe e toca.

O DVD traz um pocket show gravado pela BBC em 2006, incluindo as novas canções do álbum Another Cup e velhos sucessos, como The Wind, Father and Son e Wild World. Mas, assim como em Magikat, o ponto alto são os (muitos) extras, incluindo uma longa entrevista onde ele conta sua história como músico, sua conversão ao Islã e sua volta aos palcos. Inclui também clips do novo CD, além de material antigo e inédito do começo de sua carreira.

Voltando ao show, a influência muçulmana é nítida não apenas na decoração e no cenário, mas também em muitos arranjos, mas perfeitamente permeada pelo violão e pela voz característica.
Está lá também Alun Davies, companheiro dos anos 70, no violão. Nada sobra e a sensação que fica é de 'quero mais' no final do show de apenas uma hora.

Recomendado a todos, especialmente aos amantes do bom folk rock. Ótimo post para começar o novo ano! Abaixo, Father and Son.




quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Rock com Pipoca: Capitu

O que? Eu elogiando a Rede Globo? Chama o doutor que o cara surtou...

Mas dessa vez dou à mão a palmatória, mordo a língua e se precisar ajoelho no milho também. Foi ao ar ontem a noite o primeiro capítulo da microssérie Capitu, baseada na obra de Machado Assis, conforme este humilde blogueiro antecipou em 19 de novembro.

E o que a tal microssérie tem pra aparecer no blog? Tem Beirut pô, tocando o tempo praticamente todo. Tem Hendrix e Black Sabbath também além de uma série de outras influências que de machadianas nada tem. Entretanto, é o Beirut que chama a atenção com Elephant Gun, perfeitamente adaptada a primorosa arte (aos que não sabem, sou designer e sei do que estou falando). Poderia ter Nantes também, acho que caberia até melhor, mas não podemos nos queixar.

Eu soltei essa bomba nas duas comunidades de Beirut no Orkut há alguns dias e o pau comeu! Curiosamente, muita gente acha absurdo, com medo de popularizar o cara, no que alguns chamaram de "crise de underground". Eu chamo de egoísmo mesmo. Sempre reclamamos aqui que a mídia não oferece música de qualidade. É no mínimo contraditório reclamar quando finalmente a dona grobo utiliza de forma inteligente um tema musical.

Por falar em qualidade, até aqui a microssérie prova uma coisa: não falta qualidade à TV brasileira. Falta é vontade de fazer TV brasileira de qualidade.

Abaixo, links do Megaupload para baixar os capitulos completos.

Primeiro Capítulo

Segundo Capítulo

Terceiro Capítulo

Quarto Capítulo


Quinto Capítulo





terça-feira, 25 de novembro de 2008

Rock com Pipoca: The Band - The Last Waltz

Hoje, uma mistura das colunas Rock com Pipoca e Hoje no Rock. Sim, porque o antológico filme The Last Waltz, do The Band[bb] completa 32 anos de seu lançamento hoje. Com a direção de Martin Scorcese o show/filme marcou a despedida da banda e o início da carreira solo de seus integrantes.

Depois de muitos anos de estrada, o The Band decidiu amigavelmente que era hora de cada um buscar novos horizontes e encerrar as atividades do grupo. Para isso, foi promovido um show no Winterland Theatre em San Francisco, casa onde fizeram seu primeiro show nos EUA.

O show é na verdade um desfile de feras do calibre de Eric Clapton, Neil Young, Moody Waters, Neil Diamond, Bob Dylan e Joni Mitchell, só pra ficar nos mais conhecidos do público em geral. Já no filme, entre as músicas, várias entrevistas entre os membros da banda, falando sobre as origens, histórias e motivos que levaram à separação.

Absolutamente indispensável na prateleira de qualquer um que diga gostar de rock. Destaque para The Weight, acompanhado pelos Staple Singers, The Night They Drove Old Dixie Down, magistralmente cantada por Levon Helm (abaixo no iutubiu) e para o duelo de guitarras entre Clapton e Robbie Robertson.

domingo, 23 de novembro de 2008

Rock com Pipoca: Jimi Hendrix Eletric - Ladyland Making Off

(Tradução do press-release)
A companhia Experience Hendrix LLC anuncia o lançamento do DVD "At Last... The Beginning: The Making of Electric Ladyland" e o CD+DVD "Electric Ladyland Collector's Edition". O pacote será lançado no dia 9 de dezembro através da Universal Music Enterprises, 40 anos depois do lançamento original de "Electric Ladyland", o terceiro e último álbum da JIMI HENDRIX EXPERIENCE. Foi o último disco de estúdio lançado durante a vida do legendário guitarrista e reflete seu envolvimento meticuloso em todas as facetas da criação.

O "Electric Ladyland" é a fonte de tais faixas legendárias de Hendrix como "All Along the Watchtower", "Crosstown Traffic", "Burning of the Midnight Lamp" e é comumente reconhecido pelos conhecedores de Hendrix como o projeto mais completamente realizado, mais coeso da carreira inteira dele. Foi o único álbum de Hendrix a chegar na posição #1 nas paradas da Billboard. Foi, sem dúvida, a coroação das habilidades de Hendrix como cantor, compositor, guitarrista e produtor.

"At Last... The Beginning: The Making of Electric Ladyland" documenta a criação do álbum que foi lançado no outono de 1968 como um set de 2 LPs. Alguns dos associados mais próximos de Jimi podem ser vistos na tela discutindo as memórias deles de Hendrix e o projeto incluindo o baixista Noel Redding, o baterista Mitch Mitchell, o empresário Chas Chandler que descobriu Hendrix depois de sair do THE ANIMALS; o baterista Buddy Miles que apareceu no álbum e depois foi trabalhar com Hendrix no THE BAND OF GYPSYS, Jack Casady do JEFFERSON AIRPLANE, Steve Winwood e Dave Mason do TRAFFIC e outros que participaram nas sessões do "Electric Ladyland" que aconteceram nos Olympic Studios em Londres e o Record Plant em New York. Um dos destaques do programa inclui uma sessão com o engenheiro original do "Electric Ladyland" Eddie Kramer, que discute as técnicas que Hendrix, Mitchell e Redding aplicaram ao gravar o disco e toca algumas das fitas multitrack originais para ilustrar o processo.

Originalmente produzido em 1997 como o primeiro episódio da aclamada série de TV "Classic Albums", o "The Making of Electric Ladyland" está novamente editado com apresentações expandidas e quase 40 minutos de conteúdo adicional não exibido na apresentação original.

Enquanto o DVD é oferecido como um título à parte, uma edição para colecionadores do CD+DVD que inclui o DVD "The Making Of..." com o CD "Electric Ladyland" assim como o álbum original que está entre um dos projetos mais significantes no cânone de Hendrix. O All Music Guide, Blender e a Rolling Stone deram todos a "Electric Ladyland" cinco estrelas (de um total de cinco), já que é um título firmemente fixado no panteão das maiores realizações do rock nas quatro décadas de sua existência.

DVD track listing:
01. Prologue
02. Burning of the Midnight Lamp
03. …And The Gods Made Love
04. All Along The Watchtower
05. Rainy Day, Dream Away
06. Still Raining, Still Dreaming
07. Voodoo Chile
08. Crosstown Traffic
09. Voodoo Chile (Slight Return)
10. Little Miss Strange
11. Gypsy Eyes
12. South Saturn Delta
13. House Burning Down
14. 1983… (A Merman I Should Turn To Be)
15. Long Hot Summer Night
16. Have You Ever Been (To Electric Ladyland)
17. Epilogue

CD track listing:
01. …And The Gods Made Love
02. Have You Ever Been (To Electric Ladyland)
03. Crosstown Traffic
04. Voodoo Chile
05. Little Miss Strange
06. Long Hot Summer Night
07. Come On (Let The Good Times Roll)
08. Gypsy Eyes
09. Burning of the Midnight Lamp
10. Rainy Day, Dream Away
11. 1983… (A Merman I Should Turn To Be)
12. Moon, Turn The Tides…Gently Gently Away
13. Still Raining, Still Dreaming
14. House Burning Down
15. All Along The Watchtower
16. Voodoo Child (Slight Return).
fonte: Whiplash


Já vi o programa em questão (Classic Albuns), que foi ao ar no canal por assinatura History Channel. Sensacional, revelador (inclusive nos quesitos técnicos) e com o testemunho ocular (e musical) de quem estava lá.

A ver e esperar. Parece que vem coisa boa por aí.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Blog com Pipoca: David Gilmour - Remember That Night

Quando a gente pensa em David Gilmour[bb] ou em Roger Waters, é difícil dissociá-los do Pink Floyd. Foi exatamente com essa sensação que comecei a assistir ao DVD Remember That Night, gravado durante a turne de Gilmour do seu novo CD, On A Island. Mas logo a sensação passa e o que se vê é um Gilmour maduro, acompanhado de uma banda que não deixa nada a desejar em relação ao PF.

Gravado no Royal Albert Hall, o show vem em duas partes: na primeira, Gilmour toca o On A Island completo, nota por nota, sem se importar em ser comercial ou não. Na segunda parte, anuncia para delírio geral músicas "um pouco mais conhecidas". Aí sim vem as pedradas como Shine On You Crazy Diamond, Wish You Were Here e Comfortably Numb.

Do Pink Floyd, apenas o tecladista Richard Wright está presente, sem contar o saxofonista Dick Parry, que acompanha Gilmour desde Dark Side of the Moon. O reforço no time está por conta de David Crosby, Graham Nash (de Crosby, Stills and Nash) e David Bowie (acima, cantando Arnold Layne) que se encaixou muito bem a banda.

Quando estava achando tudo lindo, percebi que ainda não havia assistido aos extras. E são muitos! Tantos que vem em um segundo DVD. Lá estão canções que não foram incluídas, ensaios, bastidores e não apenas um, mas três making off: do show, da turné e da gravação do álbum On A Island.

Aliás, a parte mais curiosa de todo o DVD é o encontro entre Gilmour e Waters na fase de ensaios. Por coincidência, ambos alugaram o mesmo estúdio para o ensaio de seus shows, em salas lado a lado. O que se dá é um encontro entre eles, parte tímido, parte nostálgico. Não sei se depois das últimas reaproximações o clima arrefeceu, mas não se sente inimizade ou desconforto entre eles.

Remember That Night é um daqueles shows para se ver e rever, e em cada vez pegar um novo detalhe, um novo som, uma nova imagem. A produção é modesta comparada às do Pink Floyd, mas esmerada e de muito bom gosto, tanto no palco como nos arranjos. Como diz Richard Wright no Making Off, "dessa vez não preciso esperar um porco entrar voando para começar a tocar".

Nem preciso dizer que é altamente recomendado a todos, fãs ou não do Floyd! O paletômetro quase estourou nesse! Abaixo, assista ao trailler do DVD, no iutubiu.



quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Rock com Pipoca: Rolling Stones - Shes Like a Rainbow / Sony Bravia

Nem só de filmes e shows vive essa coluna. Tem também a hora do comercial. E foi por acaso, vendo um jogo de basquete nas Olimpíadas que, num intervalo, ouvi a música She's Like a Rainbow, dos Rolling Stones e, claro, corri pra ver o que era.

Era o comercial da TV de plasma Sony Bravia, que já havia apresentado outros filmes sensacionais antes, como o do prédio cinzento e sem graça que é pintado por explosões de tinta ao som de música classica.

Esse é mais lúdico. Afinal, existe algo mais lúdico que coelhinhos feitos de massinha de modelar? Ainda não parei pra prestar atenção na técnica usada (pode ser simplesmente computação gráfica como tudo hoje em dia), mas me parece Stop Motion, sobreposto às imagens das ruas de Nova York.

De qualquer forma é o tipo de comercial que não se faz mais por aqui. Esse é o lado positivo da tal globalização, já que a campanha que rola por lá, acaba rolando por aqui também, mesmo que com um filme bem menor (apenas 30 segundos).

Sobre a música, é uma canção de 1967 e está no clássico Their Satanic Majesties Request, considerados por muitos o melhor álbum dos Stones. Eu o vejo como a versão stone do Sgt Peppers, mas a verdade é que estava todo mundo ligado na onda psicodélica na época (e todos correndo atrás de Brian Wilson e seu Pet Sounds).

Então, curta o plim-plim e veja o comercial da Sony Bravia na íntegra, como foi ao ar lá fora.

domingo, 29 de junho de 2008

Rock com Pipoca: Vida de Cão

Muita gente me chama de multimídia porque produzi meu cd sozinho. Nada demais se você pensar que instrumentos de corda tem a mesma base teórica. A parte de produção também não tem nada demais, foi apenas curiosidade da minha parte.

Multimídia mesmo é a Ana Paula Diavan que, além de preparar a entrevista que publiquei há alguns dias, agora produziu o primeiro video do cd Introdução, para a música Vida de Cão. Ela conseguiu captar exatamente o que eu tinha em mente para esse clip, cada ponto chave e imagem relacionada. Eu não teria feito melhor!

Voltando ao que eu disse antes, dizer que eu fiz tudo sozinho é uma grande mentira. Sem a ajuda de pessoas como a Ana Paula, César, Andrea, Luiz Claudio, Gladys, Mariano, Julia, entre tantos outros (sei que estou cometendo algumas injustiças imensas nesse parágrafo) esse projeto seria exatamente um mero projeto.

Por falar no César, taqui o clip que ele fez pro nosso cover de I Will, isso em novembro do ano passado.

Abaixo, o clip de Vida de Cão. Pra quem quiser a versão com boa qualidade, é clicar aqui no 4shared de sempre. Espero que gostem!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Rock com Pipoca: DVD traz a íntegra de Pet Sounds, obra-prima dos Beach Boys

Lançado originalmente em 1966, Pet Sounds[bb] é até hoje considerado um dos melhores, senão o melhor, disco de rock de todos os tempos. Os Beach Boys, então, era considerado um grupinho familiar de surf music, formado por três irmãos (Brian, Dennis e Carl), um primo (Mike Love) e um amigo de infância (Al Jardine) e, exatamente nessa época, outro agregado (Bruce Johnston), que falava de carros e garotas. Mas, por trás dessa pretensa superficialidade, havia o gênio e (mais tarde) a loucura de Brian Wilson, que depois de ouvir o Rubber Soul (Beatles) decidiu que faria um disco melhor do que o dos rivais ingleses. E fez.

O álbum, com pouco menos de 40 minutos de duração, fez a cabeça de Lennon e McCartney e de quase todos na Inglaterra, embora tenha sido um fracasso nos Estados Unidos, onde a gravadora queria "músicas normais de surf" e não uma coleção de melodias intrincadas, arranjos elaborados e letras que passavam do otimismo a depressão, do otimismo ao rancor, contando tudo o que passava na cabeça de um rapaz, lá pelos seus 19 anos.

O DVD (Brian Wilson Presents Pet Sounds Live in London), (re)lançado agora pela Universal, mostra um Brian já recuperado dos graves problemas mentais causados pelas drogas, que o tiraram de circulação por anos, mas acompanhado de uma excelente banda (praticamente a mesma que acompanhou o artista quando esteve no Brasil em 2004), mostrando a íntegra da sua obra-prima na Inglaterra, em 2002.

O som 5.1, as performances excelentes (melhores que a dos Beach Boys) e os extras são sensacionais, especialmente o documentário sobre a gravação do disco, com vários músicos que participaram das sessões de gravação. Infelizmente não há legendas em português, o que limita todo o conteúdo aqueles que dominam o inglês, e a figura de Brian no palco não é nada animada ou animadora. Mas, já que não existe nenhuma versão do cd original disponível no mercado brasileiro (apenas edições importadas), Brian Wilson Presents Pet Sounds Live in London é uma ótima pedida para qualquer um que goste de boa música e nunca tenha tido a oportunidade de ouvir um dos discos mais geniais de todos os tempos.

Se o cd ainda é insuperável, o dvd mostra o que melhor pode haver em termos de "cover". Os shows dos Beach Boys sempre foram meio caóticos, com um jeitão de pouco ensaiados e jamais reproduziram a beleza das harmonias contidas nos dois lados daquele vinil.
fonte: O Dia


Já escrevi aqui sobre esse clássico absoluto e não é novidade para os frequentadores desde humilde blog o quanto gosto dele. Não sou fã de listas do tipo "10 mais", mas esse cd eu certamente levaria para uma ilha deserta. Sobre o show, ele acontece 35 anos depois do original. Então é natural que a presença de Wilson pareça "nada animada ou animadora", como diz o redator do O Dia. Claro porra, o cara encheu a mente de tudo que podia e ficou anos fora de circulação. Estar nos palcos de novo é uma proeza digna de Keith Richards. Essa editoria do O Dia me surpreende a cada dia, sem trocadilho.

Sobre o DVD, tão logo esteja disponível, assistirei e aí conto a vocês. Se você assistir antes de mim, é só mandar suas impressões que eu posto aqui!

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Rock com Pipoca: The Dark Side of Oz

No último final de semana recebi do meu pai uma pérola que há muito tempo estava curioso para assistir. Trata-se de uma das maiores lendas da história do rock e por muito tempo duvidei que tivesse um mínimo de nexo. Foi batizada pelos fãs do Pink Floyd[bb] de The Dark Side of Oz (ou Dark Side of the Rainbow) e, como o nome sugere, é um cruzamento do disco mais famoso do rock progressivo com o clássico de Hollywood de 1939, O Mágico de Oz.

Reza a tal lenda que, se você colocar o disco para tocar, sincronizado com o terceiro rugido do leão da Metro, ele magicamente torna-se uma trilha sonora do filme, com músicas e cenas perfeitamente interligadas, em seus temas e climas. O tal DVD que recebi já tem a trilha do Pink Floyd montada sobre o filme, então tudo ficou mais fácil. Você pode encontrá-lo já dessa forma no Emule.

Comecei a assistir cético, deveria ser mais uma loucura de algum fã com a cabeça cheia de LSD. Mas meu ceticismo não durou até o final da primeira cena. Para os que lembram, o filme começa em preto e branco, com Dorothy no Kansas, na chegada de um tornado. Todo o clima instrumental do começo do disco, denso, faz um pano de fundo perfeito para as cenas. Quando Dorothy cai dentro de um chiqueiro, a sincronia com On The Run é perfeita.

A partir dai, você já nem sentirá falta do som original. Outro momento sensacional é quando o tornado chega e a casa começa a voar, perfeitamente sincronizado com o solo vocal de The Great Gig in the Sky. Mas nada supera a chegada de Dorothy a Oz, quando o filme fica finalmente colorido. O momento sincroniza perfeitamente com a entreada de Money, dando até um clima de videoclip.

Acontece que o disco tem cerca de 40 minutos e o filme, aproximadamente 2 horas. Então quando o cd termina ele começa novamente. A partir daí, a sincronia cai muito e fica mais por conta do nosso ouvido já treinado a assistir ouvindo ao Pink. Ainda há cenas sincronizadas, mas prefiro creditar essa sincronia à coincidência mesmo.

Quando perguntaram à banda nos anos 70 se seria intencional, eles não disseram nem que sim, nem que não. Mas, conhecendo o nível de exigência de Roger Waters e sua genialidade, acho muito fácil acreditar que tenha sido realmente proposital. Há inclusive referências ao filme em outros discos do PF, como 6 garotas carregando um enorme sapato vermelho no encarte de Pulse. Mais detalhes nesse site gringo:
http://www.everwonder.com/david/wizardofoz/

Meu conselho? Assista e tire suas próprias conclusões. Se você achar que não tem nada a ver e não passa de viagem, pelo menos terá assistido dois clássicos ao mesmo tempo.

Se não conseguir baixar do Emule, há no Iutubiu toda a seqüência da primeira execução do CD, dividida em 7 partes. Ai embaixo, a primeira parte.


sexta-feira, 18 de abril de 2008

Rock com Pipoca: The Who - The Kids Are Alright

Novidade no nosso blog! Como já havia comentado com amigos mais chegados, inauguro hoje essa nova coluna que, como o nome insinua, tem tudo a ver com cinema. Documentários sobre bandas, DVDs de shows ou simplesmente um filme com uma ótima trilha sonora pintarão aqui. E pra começar um dos meus favoritos, que já fica como dica para esse feriadão que se aproxima.


Jeff Stein era um fã americano do Who[bb] e sempre foi obcecado pela idéia de fazer um documentário sobre eles. Em 1975 conseguiu aproximar-se de Pete Townshend e sugeriu a ideia que foi inicialmente rejeitada, mas o empresário da banda, Bill Curbishley acabou convencendo-o do contrário. Para dar um gostinho, Jeff fez uma compilação de várias imagens antigas da banda e mostrou ao integrantes e suas esposas. Depois de poucos minutos, Pete e Keith Moon rolavam no chão histéricos. A esposa de Roger Daltrey riu tanto que derrubou a garrafa de café da mesa. Estava aprovado.

Jeff começou então a garimpar material, já que boa parte havia sido perdida. Ele optou por uma narrativa não linear, incluindo várias apresentações em programas de TV da época (Shindig, Ready Steady Go, Smothers Brothers), shows e entrevistas. Gravou também imagens em um show fechado, no Shepperton Studios, além de cenas de ensaios.

Cenas famosas estão no documentário, como as aparições em Woodstock (segundo Pete, um lixo), Monterrey e Pontiac Silverdome, assim como no famoso Rolling Stones Rock'n'Roll Circus. Esse especial teria sido cancelado porque os produtores acharam que a performance do Who ofuscaria os Stones. Partes de uma entrevista no Russel Harty Plus também foram incluídas, inclusive o momento quem que Keith rasga a roupa de Pete e em seguida fica pelado. Há muito destaque para Keith Moon e suas loucuras, assim como para a fixação de Pete em destruir guitarras. Aliás, o documentário foi lançado em meio a uma onda de cinema catástrofe (Aeroporto, Terremoto, Inferno na Torre). Isso deu aos produtores a idéia genial de entitular o filme "o primeiro filme de desastre rock 'n' roll do mundo".

Moon morreu em 7 de setembro de 1978, vítima de overdose de Heminevrin, um medicamento usado para tratamentos anti-álcool, durante a edição final do material. Os integrantes restantes decidiram que nenhuma parte seria modificada e não há referências ao seu falecimento no filme. O documentário foi lançado no Festival de Cannes de 1979, sendo recebido pelo público como o melhor feito sobre uma banda de rock, opinião de muitos até hoje.

Para mim é a imagem definitiva do Who, que após a morte de Moon teve outros bateristas, lançou discos, mas perdeu a energia inicial. Retrata os 13 anos iniciais da banda, do movimento Mod até a consagração mundial. O único senão na minha opinião, é o não ter nada do álbum Quadrophenia, de 1973. Fora isso, nota 10!

Pra vocês, a sequência inicial do filme. Uma aparição no programa americano Smothers Brothers Comedy Show de 1967, onde eles, literalmente destroem tudo. Keith subornou um contra-regra para poder colocar uma carga de explosivos na sua bateria. Resultado: o cabelo de Pete pegando fogo e o braço de John cortado.

Long Live Rock!



domingo, 2 de março de 2008

Rock com Pipoca: Cat Stevens - Majikat

Quando se fala em Cat Stevens[bb], todo mundo pensa no cara que fazia sucesso e largou tudo pra ser monge. Ok, é por aí, mas na verdade é muito mais que isso.

Tenho me cobrado postar algo sobre ele há algum tempo, já que Cat é uma das minhas maiores influências, pela forma que compõe e toca violão. A voz rouca é bem característica, assim como os arranjos predominantemente acústicos.


Ele começou sua carreira em meados dos anos 60 no auge da explosão do brit pop, mas seguiu um caminho diferente das demais.


Logo seu estilo se destacou, por ser único na época e antecipando o que bandas como America e Eagles fariam nos anos 70. Outro diferencial eram as suas letras com caráter existencial e místico. Cat começou a emplacar vários hits, como Father and Son, Peace Train, Moonshadow e The Wind. Mas sua grande revolução espiritual ainda estava por vir.

Toda sua busca mística passou pelo budismo, numerologia e outras filosofias, antes de ser introduzido ao Alcorão e ao Islamismo. Cat então percebeu que o mundo do showbizz não condizia com a busca espiritual que ele tentava. No meio desse cenário, estava a turnê Majikat, um misto de show com números de mágica. A idéia era filmar o show e lança-lo em video.

Acontece que Cat abandonou a música e as filmagens desse show de 1976 foram esquecidas no cofre de um banco. E lá ficaram por 30 anos, até serem finalmente lançadas em DVD. Além de um excelente show, com ótima qualidade de audio e vídeo (película), o DVD traz excelentes extras, com clips originais, cenas de outros shows e uma excelente entrevista gravada em 2005, onde Cat, agora usando seu nome muçulmano de Yussuf Islam, conta com detalhes toda a sua história, incluindo o momento de sua conversão ao islã. Inclui também um ótimo material gráfico, com livretos e lindas fotos.

Material obrigatório por ser seu último registro ao vivo e mostrando um Cat Stevens em plena forma, com uma ótima banda. Vale uma olhada no seu último CD, chamado Another Cup. Apesar de agora chamar-se Yussuf Islan, seu estilo permanece o mesmo, com predominancia dos violões e com sua voz rouca no auge da maturidade.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Rock com Pipoca: Traveling Wilburys, eu vi!

Meninos, eu vi. Aliás, melhor dizendo, já vi o DVD sobre a produção do primeiro álbum dos Traveling Wilburys[bb], conforme postei há poucos dias. No mesmo dia catei o dito cujo na internet e, apesar das legendas em russo, confirmei o que já suspeitava: é bom pacas!

O documentário propriamente dito é curto, apenas 25 minutos, mas mostra em detalhes a intimidade daquelas poucas semanas em maio de 1988, quando os 5 já veteranos reuniram-se na casa de Bob Dylan para este projeto audacioso. A meta era compor e gravar uma música por dia. E conseguiram.

O restante do DVD são os 5 clips deixados como herança, onde Roy Orbison aparece em apenas um (ele morrera logo após as gravações), mas sempre sendo lembrado, como no clip de End of Line.

No mais, baixem, comprem, copiem... Mas não deixem de ver!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Rock com Pipoca: The Band - The Last Waltz

Há algum tempo postei aqui sobre uma das bandas que mais me influenciaram recentemente, por sua sonoridade crua e sincera, fortemente calcada no blues e no country.

É a banda que acompanhou Dylan. A banda que mudou a cabeça de Clapton. A banda que virou filme de Scorcese. E essa banda é simplesmente The Band[bb].

Essa semana paguei uma dívida comigo mesmo e vi o dvd de seu show de despedida, o aclamado The Last Waltz[bb]. Esse show aconteceu em 25 de novembro de 1976, no Winterland em San Francisco e contou com as participações de nomes como Eric Clapton, Neil Young, Muddy Waters, Ringo Starr e tem a direção do grande Martin Scorcese, já citado. Além das músicas traz entrevistas com os caras, que falam da carreira, das músicas, das origens e, claro, dos motivos que levaram ao final da estrada. O filme foi lançado em 1978 e está fazendo 30 anos.

Obra obrigatória que precisa ser vista e revista (farei isso!). Destaque para a participação de Eric Clapton em um senhor duo com o excelente Robbie Robertson e para a interpretação de Levon Helm em "The Night They Drove Old Dixie Down". Essa música, uma das minhas favoritas, conta sob o ponto de vista de um soldado sulista, a história da derrota dos Confederados na Guerra Civil Americana. Robertson, mesmo sendo canadense, o fez com sublime sensibilidade nessa letra, em que Levon Helm canta com a sinceridade de um soldado derrotado.

Clique aqui para baixa-la direto do 4Share.

Para mais dados, é só dar uma olhada no meu post anterior sobre o The Band: http://caiomattos.blogspot.com/2007/11/banda-para-o-feriado-band.html

...ou aqui no site dos barbudões:
http://theband.hiof.no/