quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Hoje no Rock: Frank Zappa, 71 anos

Muitos nomes da música tornaram-se lendas dentro de seu estilo, sobretudo nos anos 60 e 70, onde as fronteiras do rock ainda eram bem definidas. Mas alguns poucos ousaram romper estes limites e conquistar novas terras.

Tal qual um pugilista que unifica títulos, Frank Zappa conseguiu ser uma lenda no rock, no jazz e na música experimental, graças ao seu estilo muito pouco convencional. Ao longo de mais de 30 anos de uma prolífica carreira, Zappa lançou mais de 30 discos, a maioria deles com sua banda desde sempre, o Mothers of Invention. Artista gráfico, Zappa também fez o layout e produziu a maior parte de seus discos, dando a real noção da sua falta de limites.

Filho de uma dona de casa franco-italiana e de um químico da Sicília, sua infância foi, assim como sua obra, muito pouco convencional. Seu pai trabalhava na indústria de defesa americana, o que forçou muitas mudanças de cidade, mas sempre retornando à sua natal Baltimore. Os tempos eram o auge da guerra fria e a presença de máscaras contra gás dentro de sua própria casa (esperando um ataque ou um vazamento da indústria próxima) forjaram muitas músicas que ele comporia anos mais tarde.

Apesar de ter se consagrado principalmente como guitarrista, Frank teve sua iniciação musical como baterista, tocando blues. Por outro lado, desde adolescente compunha música clássica. Após a passagem para a guitarra, ele lança em 1966, junto com o Mothers of Invention, o super influente Freak Out, que fez cabeça até dos Beatles e os ajudou a bolar o Sgt Peppers no ano seguinte.

O ano de 1971 trouxe 2 incidentes para a carreira de Zappa. O primeiro aconteceu quando alguém na platéia iniciou um incêndio que queimou o cassino (e seu equipamento todo!) no Festival de Montreux. O episódio ficou imortalizado na música Smoke on the Water, do Deep Purple. Pouco tempo depois, no Rainbow Theatre em Londres, Frank foi empurrado para fora do palco, sofrendo várias fraturas e uma séria lesão na laringe. Isso fez com que sua voz ficasse uma terça mais grave.

Apesar dos reveses, os anos 70 foram de sucesso para Zappa. Cada disco era uma nova experiência, sempre rompendo com os limites pré-estabelecidos pela indústria fonográfica, ainda toda poderosa na época.

Sempre envolvido em polêmicas, em 1985 Frank prestou depoimento no senado americano contra a PRMC, uma espécie de entidade que visava controlar o conteúdo das letras das músicas. Preocupado com uma censura velada, Zappa atacou a entidade e sua fundadora Tipper Gore, esposa do então senador Al Gore, que hoje posa de defensor do clima.

Frank faleceu em 1993, vítima de um câncer de próstata. Deixou 4 filhos e uma obra imensa, que ainda hoje influencia muita gente. Aí embaixo, uma das minhas favoritas: Peaches en Regalia, do álbum Hot Rats, de 1969.


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