domingo, 6 de março de 2011

Velha Guarda do Experience: Ray Charles

Muito já se falou sobre Ray Charles, sobretudo após o excelente filme sobre sua vida, lançado em 2004. Sua infância miserável, a perda da visão seu envolvimento com a heroína, a vida de mulherengo e os inúmeros filhos fora do casamento. Ele morreu em 2004, pouco antes do filme ser lançado e teria dado instruções para que nada fosse amenizado.

Mas o filme deixa a desejar em um ponto que muito nos interessa, caro leitor. A sua influência no rock'n'roll.

Ray começou sua vida musical ainda menino, enquanto estudava no Colégio Santo Agostinho, onde aprendeu vários instrumentos, entre eles o piano, obviamente. Daí para os gospels e spirituals foi um leve passo. O salto mesmo foi quando, no começo dos anos 50 ele partir para temas mais, digamos, profanos, por influência dos bluesmen e sobretudo de Nat King Cole, seu ídolo nos anos 40.

Mais para o meio da década, com o aparecimento de Chuck Berry, Bill Haley, Little Richard e cia, Ray partiu para o que, na minha opinião, contribuiu para as bases do que hoje chamamos rock and roll. Composições como I Got a Woman (regravada por Elvis), Talk 'Bout Me (regravada pelos Animals de Chas Chandler) e a inconfundível Hit The Road Jack transitam sem problemas entre os universos Blues, Soul e Rock, amarrando todos em uma só influência: Ray.

Não quero meter o dedo na ferida (já aberta) da paternidade do rock. Vivo dizendo aqui que o rock não tem pai: ele é filho da Dona Blues, que o criou sozinha e com muito esforço. Mas para isso contou com a ajuda de alguns tios solidários. Ray era, certamente, um deles.

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