quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Review: AC/DC, Black Ice

Um dos mais esperados lançamentos de 2008, Black Ice, dos australianos do AC/DC, chega envolto em uma tempestade de polêmicas envolvendo a banda, indústria fonográfica e processos na justiça. Isso mesmo caro leitor, você já adivinhou a palavra chave: download!

Por isso (e por não me considerar um conhecedor minimamente habilitado em AC/DC[bb]), esta coluna review terá ares de Blog'n'Roll e olharei o CD por outro prisma, o do mercado.

Desde o início, a vontade da banda era que o CD não fosse vendido pela internet. Segundo eles, era importante que o fã fosse à loja e tivesse contato com o álbum fisicamente, no ato da compra. Isso fez com que nos EUA fosse fechado um acordo com a rede Wal Mart, que teria exclusividade nas vendas.

Só que rapidamente o álbum tournou-se um fenômeno na internet. Não sendo vendido, mas sendo baixado! Angus Young e seus amigos ficaram de cabelos em pé, deram ataque de pelanca mas não adianta. Caiu na internet, já era. Logo blogs, sites, emules e limewires da vida disponibilizavam o material gratuitamente. O fracasso financeiro parecia óbvio.

Só que Black Ice surpreenderia mais uma vez, liderando a lista dos mais vendidos do ano, superando até mesmo o esperado Death Magnetic, do Metallica. O disco vem vendendo bem e nos leva a uma pergunta: vende bem por causa da internet ou apesar da internet?

O que venho defendendo é que os tempos simplesmente mudaram. As gravadoras demoraram a acordar para isso e agora ficam carregando água no cesto, tentanto impedir o impossível. Processam alguns, tiram sites e blogs do ar, mas o conteúdo está aí, vagando pelo cyberespaço, prestes a se chocar com o seu PC.

Mais fácil que dar murro em ponta de faca seria encontrar novas formas de ganhar dinheiro como algumas bandas já estão fazendo. Marillion, Bob Dylan e Radiohead entre outras disponibilizam suas músicas para download em seus sites. Alguns pedem apenas um cadastro, outros nem isso. Mas nem por isso deixam de faturar. Apenas passaram a mirar em outros produtos, como vídeos, acesso exclusivo à areas do site, centenas de souvenirs, ingressos especiais... as possibilidades são imensas, além de manter uma postura simpática com o fã.

Mas por que as gravadoras não pensam nisso? Porque elas estão muito ocupadas pensando nelas mesmas. Elas são as maiores prejudicadas e não os artistas. Tempos atrás Lobão sugeriu que os CDs tivessem número de série, para que o artista pudesse controlar a distribuição, sugestão prontamente negada.

Mas afinal, por que se baixa tanta música na internet? Porque é de graça, claro. Mas você só tem a música e em qualidade inferior ao CD original. Não seria o caso de investir qualitativamente no produto e não mais quantitativamente? Encartes, multimidia, embalagens diferenciadas... tudo isso conta no consumo.

Além disso, os tempos em que se vendiam milhões de cópias acabaram, da mesma forma que acabaram os cinemas com centenas de lugares. Nem o Maracanã escapou e seus antes 180 mil lugares agora mal chegam a 90 mil. Os tempos mudaram, apenas isso. Ou acordam para a nova realidade, ou morrem.

Voltando a Black Ice, ouvi e achei apenas mais um CD do AC/DC. Na terceira música já comecei a achar tudo igual... Por isso falei, não sou a pessoa mais indicada para avaliar. Se quiser, ouça e mande sua opinião! Se quiser baixar, clique aqui. Se quiser comprar, clique aqui[bb].

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