Se existe alguém que pode atestar a longevidade garantida pelo blues, esse alguém é BB King. Seu novo álbum One Kind Favor chegou, eu ouvi e gostei bastante, mas não tanto quanto imaginava. Talvez eu seja daqueles que espera que um gênio pinte uma Capela Sistina por dia.
Claro que precisamos levar em conta o fôlego que esse senhor de 83 anos ainda tem. Qualquer um na idade dele já estaria numa boa, confortavelmente instalado em sua mansão, tocando Gibsons e brincando com seus cães. Mas King não é qualquer um e por isso a gente o ouve de forma diferente.
Mas voltando ao CD, não concordo com os que dizem que é o melhor trabalho dele nos últimos anos. O próprio Riding With the King, com Clapton é bem superior. Prefiro achar que King mantém o nível de seus últimos álbuns, o que já é muito bom! Sobre o repertório, são standards do blues, muitos deles já gravados por King em outras épocas, ao longo dos seus 60 anos de carreira.
A sensação que fica, é que a essa altura, nada acrescentaria algo a mais na biografia de King. A ele, resta ser, mais uma vez, o mesmo BB King de sempre. No fundo, o mesmo Blues Boy que colhia algodão no Mississippi.
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