sábado, 13 de março de 2010

Rock News: John Lennon, um pacifista que incomodava

A morte de John Lennon, em 9 8 de dezembro de 1980, para muitos, foi parte de uma conspiração do governo americano. O assassino, Mark Chapman, seria uma espécie de manchurian candidate (como naquele clásico filme de conspiração, aqui batizado “Sob o domínio do mal”), um agente treinado através de lavagem cerebral para, num determinado momento, despertar e cumprir a sua missão friamente, como programado. Não é disso que trata, diretamente, o documentário “Os Estados Unidos contra John Lennon” (“The U.S. vs John Lennon”, 2006), de David Leaf e John Scheinfeld - que chega aos cinemas brasileiros dia 2 de abril. Mas, quando ele chega ao fim, com a estúpida morte do ídolo pacifista, parece concluir isso, de certa forma. Afinal, por deixar de ser um bom rapaz e se meter na política americana na virada dos anos 1960/70, Lennon acabou incomodando os poderosos.

No geral, o documentário não traz nada de novo, mas constrói um painel de como foi se moldando a personalidade politica do ídolo inglês, que começou a provocar polêmicas quando disse num determinado contexto, mas foi mal interpretado, que os Beatles eram mais populares do que Jesus Cristro. A partir daí, ele passou a ser uma persona non grata para uma certa parte do público nos EUA, e foi se envolvendo mais e mais com assuntos da política americana (já que vivia em Nova York). Mas foi quando encontrou Yoko Ono, que seu lado politizado aflorou forte. Junto com Yoko, uma artista de vanguarda, eles compuseram músicas e participaram de atos que usavam palavras de ordem como o “Power to the people” (poder para o povo), e ainda realizaram o famoso bed in, quando, em sua lua de mel, ficaram por uma semana na cama, num hotel em Montreal, para protestar contra a guerra do Vietnã e pedir pela paz.

Mas, como diz o escritor/historiador Gore Vidal no filme (que tem depoimentos de ex-agentes do FBI e do governo, bem como de jornalistas e personalidades da época, como a ex-Black Panther Angela Davis), os pacifistas são uma ameaça para os senhores da guerra, e tão logo Lennon começou a andar com os ativistas poliíicos radicais Abby Hoffman e Jerry Rubin (que, de certa forma, manipularam o ex-Beatle para divulgar algumas de suas plataformas), entrou para lista negra do FBI e, a partir daí, parece, foi perseguido e espionado, tendo como principal golpe a tentiva de deportá-lo dos Estados Unidos, já que, como cidadão inglês, necessitava de visto para permanência no país.

Mas, nada disso impediu Lennon de, por toda a primeira metade dos anos 70, continuar expondo as suas ideias políticas, que só teve trégua quando Nixon foi deposto pelo escândalo Watergate. Ele conseguiu, enfim, o seu green card (virou cidadão americano) quando nasceu o seu filho com Yoko, Sean. E foi com seu Sean que Lennon passou os seus últimos e mais felizes anos, como Yoko ressalta no documentário. Mas, pouco depois, quatro tiros acabaram com tudo. E mais uma teoria da conspiração nasceu. Embora o filme (que é uma co-produção do canal musical VH1) narre tudo isso linearmente, sem grandes lampejos, ao menos serve por mostrar imagens raras e poucas vezes vista de Lennon.
fonte: O Globo


Taí uma estória mal contada pacas. Por um lado, porques ó conhecemos a versão oficial. Por outro, porque a versão oficial é a versão da Yoko... Anyway, a cada dia que passa desmistifico mais a lenda Lennon, enxergando-o apenas como um ser humano de carne e osso, mas muito talentoso. Just it.

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