sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Hoje no Rock: Pastic Ono Band

O fim dos Beatles já se anunciava no horizonte e cada um buscava novos rumos. Mas mudanças haviam sido intensas nos últimos 10 anos, das espeluncas de Hamburgo, passando pela beatlemania, pela revolução psicodélica e agora, a carreira solo de cada um. Mas para John Lennon a coisa seria ainda mais intensa.

Poucos anos antes ele havia conhecido a artista plástica Yoko Ono e a transformou em sua própria sombra, onde quer que fosse. Com ela gravou o polêmico Unfinished Music (Two Virgins) o qual falei há poucas semanas. Mas seu primeiro lançamento oficial solo foi o álbum Plastico Ono Band, gravado pela banda homônima, que na verdade, era o próprio Lennon, Yoko e alguns amigos.

Amigos que eram pra lá de célebres, como Eric Clapton, Ringo Starr, George Harrison, Keith Moon, Klaus Voorman, Alan White, Keith Richards, Billy Preston e Jim Keltner. Reunir essa turma gerou alguns problemas, como shows sem ensaio (ou ensaios no avião). Neste primeiro disco o line up era formado com Clapton, White e Voorman. Mas o foco era realmente criar uma banda na vanguarda do rock, dando vazão à criatividade de Lennon, que na época os Beatles não conseguiam.

Estão neste álbum clássicos como God, Love, Mother, Working Class Hero, Power to the People, Isolation... Difícil dizer qual das faixas não é indispensável. Aliás o tom catártico está presente em todo o disco. Em Mother, ele passa a limpo sua relação não apenas com sua mãe, mas também com seu pai e consigo mesmo. Em Working Class Hero, o foco é sua origem proletária. Em God, uma das suas frases mais geniais: God is a concept by wich we measure our pain (Deus é o conceito pelo qual nós medimos nossa dor).

Em Isolation, John faz uso da terapia do Grito Primal (Primal Scream) a qual vinha se submetendo na época. Aliás, toda a gravação do disco foi absolutamente visceral, com sessões rápidas, som direto, voz praticamente seca e crua. Ali era o verdadeiro Lennon.

Dias atrás falei aqui sobre album genial dele, Double Fantasy, seu último disco. Este, o primeiro solo é simplesmente indispensável, seja você fã dos Beatles ou não. É praticamente um diário dos últimos dias de Lennon com os Fabfour, de sua paixão por Yoko, do início de sua carreira solo e de seus dramas mais intímos, totalmente expostos ao longo de 12 faixas. Clica la na capa e confere!

Nenhum comentário: