Essa coluna poderia ser Rock com Pipoca, já que falo de um programa de TV e sua trilha sonora. Poderia ser também Review, pois caberia uma resenha sobre a série. Porém, prefiro abrir como um Blog'n'Roll, nosso espaço editorial onde me reservo o direito de meter o bedelho onde não sou chamado.
É incrível o número de visitantes do blog atrás de informações sobre a série, download de Elephant Gun ou para baixar os próprios capítulos. Até mesmo uma trilha sonora pirata eu já vi vendendo na internet. Confesso que fiquei surpreso com toda esse alvoroço, mas teve algo que me deixou mais besta ainda: o ciúme!
Ciúme digno do de Bentinho por Capitu, doentio, capaz de criar as mais loucas situações para justificar suas suspeitas. Desde o começo, quando soltei a notícia nas duas comunidades sobre Beirut, uma horda de enciumados tomou a palavra, temerosos de que nosso amigo Zach Condon virasse uma modinha, aparecesse na boca do povo, tornando-se popular.
Não creio que chegue a tanto, caro leitor. Como disse, vivemos reclamando da péssima qualidade das trilhas sonoras da TV brasileira. Quando finalmente uma obra usa (com bom gosto) nomes como Beirut, Hendrix, Black Sabbath e Pink Floyd todo mundo se rói de inveja daqueles que finalmente terão o gostinho da qualidade...
Mas não temam, caros ciumentos! Já corre que a Globo ficou muito insatisfeita com o resultado e com a audiência da produção. Segundo fontes, haveria até mesmo um racha na equipe de produção com Euclydes Marinho de um lado e o diretor Luiz Fernando Carvalho do outro.
Regozijai-vos, ó enciumados de Zach! Em breve teremos de volta os axés, funks e sertanejos! Os temas voltarão à banalidade, assim como as trilhas sonoras ao baixo lugar comum dos ignorantes. E a vós, retornará a exclusividade sobre o conhecimento musical. Elite? Não! Sois underground!
Para terminar, cito mais uma vez Bento Santiago: "Um homem se consola mais ou menos nas pessoas que perde". Não perdemos ninguém. Perdemos uma oportunidade.
3 comentários:
Curioso observar a alegria de alguns em deter a cultura para si mesmos. Impedem-na de exercer a real função que é, para mim, a transformação do sujeito; mais curioso ainda - e triste - é a revolta que demonstram ao perceberem a possibilidade de "democratização" da arte.
Justifica-se assim, através desses sujeitinhos acéfalos, viver num país inculto onde a maioria das pessoas não têm intimidade com bens culturais; essas pessoinhas querem o que é bom só pra elas, mas não têm a sensibilidade, grandiosidade e generosidade para compartilhar; pensam-se modernas, descoladas, diferentes, inteligentes - jugam-se especiais. No entanto, verdadeiramente, são seres de uma mediocridade desmedida, fazem - desde sempre - parte da elite irresponsável e corruptora do nosso país; ofendem-se no orkut com a "inclusão digital" por serem submetidos a perfis com fotos e escrita deselegantes, mas não percebem, por serem limitados, que toda "deselegância" dos que são mais simples é fruto do comportamento elitista de não-compartilhar - postura e atitude desprezíveis!
Esse tipinho é todo desprezível!
É, perdemos mesmo uma oportunidade, perderemos muitas outras ainda e, para a felicidade dos alternativinhos, tudo permanecerá da mesma forma por um bom tempo! Voltem a integrar suas pequenas tribos, indiozinhos, voltem! Felizmente - pra vocês, é claro! - tudo voltou à normalidade.
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Caio, meus parabéns por COMPARTILHAR os episódios de Capitu!
Brilhante Regis. Você tocou num ponto importante que é a democratização da tecnologia como um todo, que acaba por possibilitar o acesso à cultura.
Infelizmente, parece que isso incomoda muita gente. Tento da minha forma, através do blog, levar essas informações, mas você pode ver no Orkut o debate inflamado que isso se tornou.
Abraço e vamos sempre juntos, jogando pérolas aos porcos!
Regis, por favor, volte mais vezes ao blog... uau! Vc utilizou todas as palavras mais corretas que explica o que passou nesta semana de lançamento da Minisserie Capitu e da Musica do Beirut... Parabéns ao Caio que manteve forte o apoio, a divulgação e partilhou todas as informações.
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