quinta-feira, 9 de abril de 2009

Rock News: Show do Kiss na Apoteose foi... apoteótico!

O que leva milionários quase sessentões a correr o mundo maquiados, tocando as mesmas músicas de há quase 40 anos? O amor pelo rock´n´roll. Gene Simmons (baixo) e Paul Stanley (guitarra), os únicos remanescentes originais da banda de hard rock americana Kiss, continuam lá, no palco, ainda que já com ares de cansados e com as vozes gastas. Porque sabem que são adorados mundialmente, de uma forma que o dinheiro não pode comprar.
Veja imagens do show do Kiss

E, em duas horas de apresentação, mostraram seus maiores sucessos (pouca coisa, como "Dr. love" ou "Do you love me", ficou de fora), com apenas uma música a menos do que em São Paulo, "Love gun" (muito amor, não?) e toda a pirotecnia a que se tem direito. Foram tantos os pipocos e explosões no palco, que os moradores dos morros em volta devem ter pensado até em confronto entre os rivais de Fallet e Coroa.

A rotina clássica do Kiss meio que serviu de molde para quase tudo o que se fez no hard rock dos anos 1970 pra cá: as poses, os truques, os malabarismos, explosões e demais efeitos especiais formam a cartilha desse tipo de circo. E a maquiagem, emprestada do glam rock inglês, dá o toque final, meio teatrinho de horror. Nada de Secos & Molhados. O Hawkind já pintava a cara na Inglaterra no fim dos anos 60.

É verdade que tinha menos gente do que no show do Radiohead, deu tipo um Robbie Williams (as arquibancadas não foram ocupadas), mas quem estava lá era realmente fã, daquele que veste a camisa (maioria esmagadora) e pinta o rosto. E de todas as idades, muitos casais e pais com filhos, uma coisa bem família. E elementos do Kiss Army, exército de garotos e garotas que se renova a cada geração.

Não se sabe se por causa da rápida chuva que rolou na primeira parte do show (por duas ou tres músicas), que prejudicou até os telões em alguns momentos, mas Gene Simmons não fez o seu número de vôo durante sua parte solo, perto do final, quando usa a sua guitarra (baixo) em forma de machado e cospe sangue com ar demoníaco; bem como Paul Stanley também não deslizou na tirolesa. Mas, chuva à parte, a de papel picado durante "Rok´n´roll all nite", que encerrou a primeira parte do show (cujo som estava excelente), foi de ficar na memória, causando um efeito quase "matrix" no local.

Fora isso, rolou tudo o que se pode esperar de um show do Kiss, que de satanistas não tem nada, como se dizia quando eles estiveram no Rio a primeira vez, em 1983. Estão mais para sátiros. Ou, homens de negócios, que fazem valer o preço do ingresso. E tudo acabou numa cascata de fogos em volta do sambódromo, ao som de "God gave rockn´roll to you". E o Kiss soube usá-lo.
fonte: O Globo


Respondendo a pergunta lá em cima da matéria, o que faz esses senhores continuarem o mesmo circo é a grana! Quando o Kiss resolveu tirar as máscaras e mudar um pouco o show, perdeu a identidade, até mesmo com os fãs mais dedicados. Então, vamos pintar as caras de novo!

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