No último final de semana recebi do meu pai uma pérola que há muito tempo estava curioso para assistir. Trata-se de uma das maiores lendas da história do rock e por muito tempo duvidei que tivesse um mínimo de nexo. Foi batizada pelos fãs do Pink Floyd de The Dark Side of Oz (ou Dark Side of the Rainbow) e, como o nome sugere, é um cruzamento do disco mais famoso do rock progressivo com o clássico de Hollywood de 1939, O Mágico de Oz.
Reza a tal lenda que, se você colocar o disco para tocar, sincronizado com o terceiro rugido do leão da Metro, ele magicamente torna-se uma trilha sonora do filme, com músicas e cenas perfeitamente interligadas, em seus temas e climas. O tal DVD que recebi já tem a trilha do Pink Floyd montada sobre o filme, então tudo ficou mais fácil. Você pode encontrá-lo já dessa forma no Emule.
Comecei a assistir cético, deveria ser mais uma loucura de algum fã com a cabeça cheia de LSD. Mas meu ceticismo não durou até o final da primeira cena. Para os que lembram, o filme começa em preto e branco, com Dorothy no Kansas, na chegada de um tornado. Todo o clima instrumental do começo do disco, denso, faz um pano de fundo perfeito para as cenas. Quando Dorothy cai dentro de um chiqueiro, a sincronia com On The Run é perfeita.
A partir dai, você já nem sentirá falta do som original. Outro momento sensacional é quando o tornado chega e a casa começa a voar, perfeitamente sincronizado com o solo vocal de The Great Gig in the Sky. Mas nada supera a chegada de Dorothy a Oz, quando o filme fica finalmente colorido. O momento sincroniza perfeitamente com a entreada de Money, dando até um clima de videoclip.
Acontece que o disco tem cerca de 40 minutos e o filme, aproximadamente 2 horas. Então quando o cd termina ele começa novamente. A partir daí, a sincronia cai muito e fica mais por conta do nosso ouvido já treinado a assistir ouvindo ao Pink. Ainda há cenas sincronizadas, mas prefiro creditar essa sincronia à coincidência mesmo.
Quando perguntaram à banda nos anos 70 se seria intencional, eles não disseram nem que sim, nem que não. Mas, conhecendo o nível de exigência de Roger Waters e sua genialidade, acho muito fácil acreditar que tenha sido realmente proposital. Há inclusive referências ao filme em outros discos do PF, como 6 garotas carregando um enorme sapato vermelho no encarte de Pulse. Mais detalhes nesse site gringo:
http://www.everwonder.com/david/wizardofoz/
Meu conselho? Assista e tire suas próprias conclusões. Se você achar que não tem nada a ver e não passa de viagem, pelo menos terá assistido dois clássicos ao mesmo tempo.
Se não conseguir baixar do Emule, há no Iutubiu toda a seqüência da primeira execução do CD, dividida em 7 partes. Ai embaixo, a primeira parte.
Um comentário:
Adorei da sua crítica sobre o filme, Caio, apesar de que eu não vi o filme, mas fiquei realmente curiosa. Nunca tinha ouvido falar nesse filme.
O que eu achei interessante foi a maneira como você relatou alguns elementos que te foram rlevantes. Quero dizer com isso que você mostrou de forma intensa em ralacão a trilha sonora do filme, combinado com as passagens dele.
adorei o post e vou assistir-o mais tarde.
beijos e saudades
julia
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