segunda-feira, 26 de março de 2012

Review: Roger Waters, The Wall - por Luciano Santos

Noite perfeita para um espetáculo ao ar livre na capital gaúcha: The Wall . Noite esta que antecedeu o aniversário dos 240 anos de Porto Alegre ( 26/03).

"So ya
Thought ya
Might like to
go to the show" , com certeza todos que tiveram a oportunidade de presenciar o "show", têm uma resposta e sua própria impressão bem particular a respeito.

The Wall ? Sim, The Wall ! Roger Waters, Ao Vivo no Beira Rio, apresentando na íntegra e na sequência original o album lançado em 1979 por ele em parceria com David Gilmour, Rick Wright e Nick Mason. Nada mais nada menos que uma das bandas de Rock Progressivo muito bem conhecida por muitos: o Pink Floyd

The Wall é uma verdadeira obra de arte viva e atual: um mega espetáculo de Rock, não simplesmente rock, mas a união do talento da música e das composições das letras. The Wall, representa e conceitualiza em muitos aspectos os paradigmas que existem no mundo e muitas vezes o "muro interior" que existe em cada pessoa, muro este que cria barreiras entre o querer e o realmente ser feliz, mas isto pode apenas parecer uma questão pessoal.

Roger Waters, nascido em 6 de setembro de 1943, co-fundador do Pink Floyd, baixista, letrista e diga-se de passagem, um verdadeiro artista do rock, trouxe a Porto Alegre, na minha opinião, a mais bela obra de arte apresentada musicalmente e visualmente ao vivo, de uma forma exageradamente inigualável, um imenso muro de 137 metros de comprimento por 11 de altura, no qual foram feitas projeções em alta resolução de imagens da época do filme homônimo a imagens da atualidade. Os efeitos teatrais não foram dispensados. Imensos bonecos infláveis contracenaram com Waters durante o show. Teve o "Teacher", a "Mother" e uma "Wife" mal humorada. Os efeitos pirotécnicos foram surpreendentes, e já nos primeiros instantes do início do show eles iluminaram o estádio em conjunto com as projeções hi-tech feitas em toda a extensão do muro, que literalmente dividiu o Beira Rio. Mesmo para aqueles que já assistiram o DVD do The Wall Live in Berlin, de 1990 e ainda lembram das cenas, esta turnê é excepcionamlmente atual no seu contexto e contagiante do início ao fim.


Acredito que para muitas pessoas, o The Wall faz lembrar de primeira mão a música do "helicóptero" (como lembro de quando era criança), ou melhor, "Another Brick In The Wall (Part II)", pois talvez outas músicas do álbum não atraíssem a devida atenção pela sua melodia. Curtir o rock progressivo tem que gostar de verdade da banda, não apenas uma ou duas músicas. Infelizmente (ou não), como ouvi de um conhecido que tem uma loja de LPs, ele disse o seguinte: "Cara, tu nasceu na época errada!". Bem, então "sim" para "infelizmente", não tive o LP duplo do The Wall, mas há uns 3 anos tive a oportunidade de adquirir pouco mais de uma centena de LPs, em ótima qualidade e novamente o "infelizmente", pois o The Wall estava muito surrado, em péssimo estado, capa e os dois discos, prova de que os ex-dono realmente ouvi-os na íntegra. Fui a procura do LP The Wall, usado, mas de preferência impecável. Encontrava somente a Capa e o disco 2 em bom estado, mas o disco 1 surrado, várias vezes, prova de que muitas pessoas só curtiam uma música, rsrsrs. Enfim, encontrei um exemplar exatamente impecável, com pouco uso.

Voltando ao espetáculo, aos efeitos e tudo que deixou os fãs fascinados do primeiro ao último instante, no finalzinho de "In The Flesh", sobrevoou um avião, literalmente, sobre a galera da arquibancada lateral. Estava aguardando o momento exato para filmar. O avião estava fixo em um dos postes de holofotes que iluminam o estádio, e um cabo de aço entendido até o "muro" o guiou rapidamente fazendo-o chocar-se no mesmo, derrubando alguns "tijolos" e o efeito pirotécnico simultaneo foi algo indescritível.

Todas as faixas do album foram reproduzidas com os mesmos efeitos sonoros, não deixando nada a desejar e muito pelo contrário, pois a sensação de estar presente no The Wall, é algo que fica pra sempre na lembrança.

Teve outro momento que levou ao delírio a galera que estava bem próxima ao palco, foi um gigantesco javali inflável, com várias palavras em português e símbolos alusivos a diversos temas, prefiro não citá-los, mas quem viu sabe.

Ouvindo as músicas nas versões originais de estúdio, em CD ou mesmo LP, no meu caso, diria que é realmente importante gostar muito, mas tenho certeza, que ao vivo, todas as músicas, sem nenhuma exceção, tomam outras proporções, para qualquer pessoa de qualquer faixa etária, conhecendo ou não Pink Floyd, em especial Roger Waters ! Foram emoções e surpresas sem igual. Um verdadeiro espetáculo memorável !

Fica aqui minha impressão a respeito: o desejo realizado de quem curte muito poder ver, sentir e ouvir ao vivo ! Ter estado lá !

Nenhum comentário: