sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Review: Beirut, The Rip Tide

Depois de 2 álbuns, 3 EPs e uma penca de singles, Zach Condon apresenta seu novo CD, The Rip Tide, lançado em agosto. Mas só agora, depois de ouvir um bocado, achei que poderia escrever algo de forma isenta. Sim, porque quem me conhece e conhece o Beirut sabe que tendo a postar reviews um tanto o quanto passionais, por uma série de motivos. Mas prometo que não o serei. Antes de mais nada, é importante dizer que The Rip Tide sucede March of the Zapotec (2009), que o próprio Zach chamou de "EP duplo", já que possuía duas partes distintas, uma acústica e beiruteana e outra mais eletrônica. Uma forma inteligente de chamar um CD, mas nesta eu não caio: Rip Tide é o 4º e não 3º disco como eles gostam de afirmar (Gulag Orchestar é o primeiro e Flying Club Cup o segundo).

Feito este introdutório, vamos ao que interessa. O CD abre com a linda A Candle´s Light, que soa como uma volta ao bom e velho Beirut que nos conquistou com Elephant Gun e Postcards From Italy. Elementos como metais, piano e o inseparável ukulele estão de volta aos arranjos. Infelizmente a misturinha se desfaz logo na segunda faixa, Santa Fé, com batidas eletrônicas meio exageradas. A música é até bonita, mas acabou soterrada pelos efeitos, o que já não acontece em East Harlem, uma velha conhecida de quem acompanha os shows do Beirut.

Gochen e Payne's Bay fazem o meio campo de forma e romântica, trazendo de volta aquele ar de bandinha de praça. Mais uma vez os metais reforçam as melodias que poderiam muito bem estar numa brincadeira de crianças. Elas antecedem a grande canção do disco, The Rip Tide, que merece um parágrafo a parte.

Uma característica no trabalho de Zach é o tom um tanto o quanto hipnótico de suas músicas. The Rip Tide (corredeira em inglês) traz esses elementos, tanto na harmonia em espiral, como no arranjo, com batidas que custam para sair da cabeça. Daqui alguns anos, quando sair sua primeira coletânea, essa canção certamente estará presente ao lado de Elephant Gun.

Vagabond e The Peacock aparecem a seguir com aquela sensação de deja vu, algo que já ouvimos antes em algum cd do Beirut. O final do disco chega logo (apenas 33 minutos!) com a doce Port of Call, uma agradável surpresa, quando pensamos que a munição de Zach havia terminado, numa composição com todos os elementos beiruteanos.

Ao final da audição a sensação é de que já conhecíamos o disco há muito tempo, graças à volta aos bons arranjos acústicos dos primeiros trabalhos. É importante dizer que para The Rip Tide, Zach fundou a própria gravadora, para garantir que teria a independência necessária para compor e arranjar como acha correto. A prova de que está certo é a presença de A Candle's Light e The Rip Tide, grandes canções do disco. Por outro lado Santa Fe e Vaganbond sobram no meio da turma.

Se The Rip Tide não está a altura de Gulag Orchestar e Flying Club Cup, com certeza se sai bem melhor que March of Zapotec. Só de termos Zach de volta já é um ótimo negócio! Nota 8 pra ele. Dá uma olhada aí do lado e ouça o CD completo.


Um comentário:

Zanna Amorim disse...

Adorei o cd todo! Difícil escolher a minha preferida, pois cada uma tem sua particularidade em arranjos e letras, que para mim. é o que caracteriza Beirut, nenhuma música é igual a outra.

:P