quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Hoje no Rock: B.B. King, 85 anos

Sempre me deparo com esses nomes do rock que dispensam comentários. Hoje, trata-se de um nome do blues, mas que pode ser considerado sim um dos pais do rock. E, tal qual Clapton, Lennon e outros deste naipe, dispensa qualquer comentário.

Riley Ben King nasceu em Itti Benna, no Mississippi em 16 de setembro de 1925, em meio a uma plantação de algodão. Pode-se dizer que seu berço confunde-se com o berço do próprio Blues. Já garoto tocava violão na esquina da igreja de sua cidade em troca de algumas moedas, para completementar a renda de catador de algodão.

Em 1947 parte para Memphis, no Tennessee levando apenas sua guitarra e 2,50 dólares. Na época, Memphis era a confluência de toda a música do sul dos Estados Unidos. Nomes como Django Reinhardt, Blind Lemon Jefferson, Lonnie Johnson, Charlie Christian e T-Bone Walker circulavam pela cidade e tornaram-se os ídolos de King. "Num sábado à noite ouvi uma guitarra elétrica que não estava a tocar espirituais negros. Era T-Bone interpretando Stormy Monday"e foi o som mais belo que alguma vez ouvi na minha vida." recorda B. B. King, "Foi o que realmente me levou a querer tocar Blues".

Sua primeira grande oportunidade foi tocando na rádio de Sonny Biy Williamson, a KWEM. Com o sucesso que começou a fazer, era necessário um nome artístico. A primeira idéia foi Beale Blues Boy (uma referência à música Beale Street Blues). Daí evoluiu para Blues Boy King e, finalmente, BB King.

Já em 1951 King faria turnês nacionais. Em 1956 chegou ao impressionante número de 342 concertos, quase um por dia em média. O mais importante era que King tocava desde o gueto até grandes teatros, ajudando a popularizar o blues como o conhecemos. Nos anos 60 seu estilo foi fundamental para influenciar gente do calibre de Albert Collins, Buddy Guy, Freddie King, Jimi Hendrix, Johnny Winter, Albert King, Eric Clapton, George Harrison, Jeff Beck e muitos outros até hoje.

Talvez a grande marca registrada de King seja sua inseparável Lucille, modelo baseado numa Gibson ES 345. Mas esse nome de batismo começou com uma guitarra barata, de 30 dólares. Conta-se que em 1949 ele tocava em um baile no Arkansas e fazia frio. Acendeu-se então um barril com querosene, para aquecer o ambiente. Dois homens começaram uma briga e viraram barril, iniciando um incêndio. Já do lado de fora, King lembrou-se que tinha esquecido sua guitarra no lugar. Voltou e conseguiu recuperá-la, ilesa. No dia seguinte, sabendo que duas pessoas haviam morrido no incêndio, ele descobriu que a briga havia começado por causa de uma mulher chamada Lucille. Desde então ele passou a chamar suas guitarras por esse nome, para lembrar-se de não cometer mais essas loucuras.

Para finalizar, sempre esbarro com alguém que remunga e diz que ele não toca nada. Só pra constar, Jimi Hendrix o considerava o melhor guitarrista do mundo... Eu não chego a tanto, mas costumo dizer que, onde vários guitarristas fazem 1000 notas, King faz apenas uma.

E muito bem feita!

Nenhum comentário: