terça-feira, 19 de maio de 2009

Rock News: Cercada de boa música por todos os lados, gravadora Island chega aos 50 anos

Em 1958, Chris Blackwell era professor de esqui aquático em Montego Bay, na Jamaica, quando se encantou pelo jazz do pianista cego Lance Hayward, que tocava no hotel onde ele dava aulas. Decidiu que o mundo precisava ouvir Hayward num LP, juntou mil libras e, em 1959, o selo de gravação Island Records dava início às suas atividades. Em meio século de atividade, a companhia de Blackwell revelou ao mundo artistas como Bob Marley, U2, Cat Stevens e Amy Winehouse e o transformou na pessoa mais influente da indústria musical britânica - o que não é pouca coisa. E boa parte dos músicos que já passaram ou ainda estão na gravadora se reunirão para o "Island 50 Festival", que vai celebrar seu cinqüentenário entre os dias 26 e 31 de maio, em Londres.

"Quando gravei Lance Hayward não tinha a menor ideia de que estrada estava tomando", admitiu Blackwell, que completa 72 anos em junho, ao jornal inglês "The Independent". Ele nasceu na Inglaterra em 1937, mas passou boa parte da infância e o início da juventude na Jamaica, onde se apaixonou pela fervilhante música local.

Em 1962, mudou de ilha e se estabeleceu na Inglaterra, onde passou a vender discos de ska e rock-steady para a população jamaicana de Londres, que ele carregava na traseira de seu carro e oferecia nas ruas. Em 1989, ao vender a Island para a Polygram (hoje Universal), ele havia transformado aquele investimento inicial de mil libras num negócio de US$ 300 milhões.

Em 1964, a gravação da açucarada e irresistível "My boy lollipop", da cantora Millie Small, rendeu à Island seu primeiro grande sucesso - vendeu seis milhões de cópias em todo o mundo. Nesta época, os ouvidos de Blackwell já estavam abertos ao já prolífico rock inglês. Entre a segunda metada dos anos 60 e a primeira dos 70 ele lançou discos fundamentais de grupos e artistas como Spencer Davis Group, Traffic, Nick Drake, Mott the Hoople, Free, Cat Stevens, King Crimson, Jethro Tull ou Roxy Music.

A Island também foi responsável pela explosão mundial do reggae, ao fazer do grupo jamaicano Bob Marley & The Wailers uma febre internacional na década de 70. Nos anos 80, Blackwell abraçou o U2 e, ao confirmar o potencial de sua aposta, aumentou ainda mais o prestígio (e o capital) de seu selo.

O site www.island50.com, criado para celebrar o aniversário do selo, lista o que considera os 50 grandes discos lançados pela Island. Estão lá albuns como "B-52's" (1979), "Nightclubbing", de Grace Jones (1981), "Swordfishtrombones", de Tom Waits (1983), "Different class", do Pulp (1995) ou "Back to Black", de Amy Winehouse (2006).

Na próxima semana, o "Island 50 Festival" vai reunir músicos de várias gerações em shows na Shepherd's Bush Empire, em Londres. Os novos (ou quase) The Fratellis e Bombay Bicycle Club dividirão espaço com os veteranos Sly and Robbie, Paul Weller e Cat Stevens (que hoje atende pelo nome de Yusuf Islam). A grande incógnita é saber se Amy Winehouse vai comparecer ao show de encerramento, no dia 31 de maio. Isso nem mesmo Chris Blackwell, com toda sua capacidade visionária, pode prever.
fonte: O Globo


Em janeiro, foi a Motown que completou 50 anos. Gravadora foi a responsável pelo boom da Black Music e mudou o cenário artístico no ocidente. Agora temos a Island, com 50 anos de serviços prestados. Ambas são testemunhas de uma época bem diferente da nossa. Completaram 50 anos, mas com certeza, não chegarão aos 100.

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