sexta-feira, 17 de abril de 2009

Review: Neil Young - Fork in the Road

Contrastando com o post aí de baixo, nosso velho Neil mostra que, assim como Bob Dylan, mantém sua mente à frente dos caquéticos que dirigem as gravadoras. Há cerca de três meses soltou uma música nova e dessa vez ele mira na crise global criada pelos homens de olhos azuis.

E realmente são poucos que conseguem se reinventar, virar as páginas de sua auto-biografia, mas sem renegar suas raízes e o rumo que por mais de 40 anos guiou sua carreira. Mr Young continua contundente nesse bom Fork In The Road.

Estão lá as guitarras barulhentas e até caóticas em alguns momentos, mas sem perder o acento folk. Em alguns momentos dá até pra lembrar de clássicos como Cortez The Killer ou Alabama. O fato é que Neil passa muito bem o seu recado, batendo forte na sociedade permissiva em que vivemos, nos governantes corruptos e empresários egocêntricos.

Sobre as músicas? Eu destacaria a faixa título, além de When Worlds Colide, Hit the Road (video ao vivo la embaixo) e a ácida Johnny Magic. Trata-se de um álbum regular, que a gente ouve de cabo a rabo sem sentir o tempo passar. Bom pra ouvir na estrada ou até mesmo no seu mp3 player, tão popular nesses dias de hoje.

Mas o melhor de tudo é ver a vitalidade desse canadense de 63 anos, capaz de manter o ritmo, mesmo nesses tempos loucos. É de dar inveja em muito moleque que gravou 3 discos e se acha estrela. Basta dizer que seu disco mais recente é o Living With War, de 2006, onde meteu o couro no ainda recente governo Bush.

Vida longa Rusty!




3 comentários:

Pablito Barros disse...

Muito bom o disco, realmente. Dá pra fazer música sobre qualquer coisa mesmo. Mas acho When Worlds Colide uma das piores coisas que ele já fez. Mas não estraga o disco como um todo.

Caio Mattos disse...

Po, eu gostei de When Worlds Colide, abre bem o disco no conceito dele. Não acho que o disco tenha nenhum classicão do estilo do velho Neil, mas como falei achei bem regular, flui bem. Um bom disco!

Pablito Barros disse...

Pois é, Caio, é um disco de rock, sem mais, como você disse, flui que é uma beleza. Isso explica o sucesso do disco entre os fãs mais ortodoxos. E o fato de ser um disco calcado em preocupações sobre as crises financeira e automobilísitca dá um valor crítico e histórico muito importante, creio. Mas só pra fazer uma comparação, acho-o um pouco inferior ao Broken Arrow (1996), disco muito sub-valorizado, na minha opinião. Tô pra fazer uma resenha sobre o disco, mas a preguiça me impede... mas é legal discutir por aqui.