terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Blog’n’Roll – A volta dos que não foram II

Depois do Police, ontem foi a vez do Led Zeppelin realizar seu primeiro concerto em 27 anos. A formação era a original, com Jason Bonhan no lugar de seu pai John, finado em 1980. Ao longo de 2 horas de show, Plant, Page e Jones mostraram que estão em ótima forma (exceto pela falta dos agudos de Plant, mas isso releva-se).

Jimi Page e Robert Plant já fizeram outras turnês juntos, passando inclusive pelo Brasil nos anos 90, mas sem John Paul Jones, quase sempre menosprezado pelos dois primeiros. Ao que parece, dessa vez as diferenças foram equalizadas para esse show beneficente que aconteceu em Londres. Mas agora existe a real possibilidade de uma turnê bastante lucrativa.

Lembro de uma entrevista de George Harrison lá pelos idos de 1995, onde falava do Oasis e da sua influência (ou cópia) beatle. “Hoje realmente são uma boa banda, mas nos anos 60 seriam apenas mais uma”. Concordo em gênero número e grau.

Na minha opinião, o rock clássico acabou nos anos 80, onde os últimos super grupos surgiram. Dos remanescentes, apenas o REM e o U2. Os anos 90 não nos trouxeram nada de novo. Red Hot, Pearl Jam e o próprio Oasis são boas bandas, mas longe de serem clássicas. E não me venham falar de Nirvana ou Guns’n’Roses.

Quero deixar claro que discordo que não se faça mais rock de qualidade. Acho esse argumento estúpido. Há boa música sim, basta procurar. O lamentável é que ela não seja divulgada de maneira correta. A era do fast food que vivemos faz com que gravadoras (que deus as tenha) e produtores invistam no rápido e certeiro, ou seja, os punks de butique, o hippies arrumadinhos e boy bands.

Natural que, nesse cenário de pequenos mamíferos, qualquer dinossauro ressucitado chegue para dominar e reinar absoluto. De repente, bandas como o Police, que nos anos 80 dividiam espaço com outros gigantes como Queen e Dire Straits, ressurgem das cinzas e atraem uma grande atenção, quase exclusivamente. É paradoxal, mas tornaram-se um investimento rápido, certeiro e absolutamente seguro.

Será isso? Nem grana nem saudade. Apenas uma grande lacuna aberta no mercado e no coração dos verdadeiros roqueiros?

Talvez a nostalgia não seja deles, mas nossa.

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