segunda-feira, 5 de julho de 2010

Review: Novo disco reúne as primeiras gravações de Crosby, Stills & Nash, em versões cruas de alguns sucessos

"Demos" pode até ser um assumido projeto caça-níqueis, raspa de tacho, reunindo em suas 12 faixas versões tiradas de fitas demo gravadas entre 1968 e 1971 por David Crosby, Stephen Stills e Graham Nash. Mas, editado nos Estados Unidos há um ano e agora no Brasil, pela Warner, é também um disco que vale o investimento, tanto para aficionados do trio quanto para aqueles que só agora estão descobrindo um dos primeiros supergrupos dos anos 60 e 70. E esses rascunhos de canções, lançadas depois nos álbuns de Crosby, Stills & Nash ou em discos solo de cada um, soam melhores do que muito do que eles gravaram em seguida.

Ao se encontrarem na então flower power da Califórnia de 1968, os três vinham de bem-sucedidas carreiras no rock. Crosby despontara nos Byrds, uma das muitas respostas americanas à invasão britânica de Beatles, Stones e companhia; Nash largara os Hollies, do segundo escalão da tal brigada britânica; enquanto Stills fora do Buffalo Springfield, grupo que também contou com o canadense Neil Young, que um ano depois se juntaria aos três. Como trunfo, além do bom repertório original, eles tinham o instrumental acústico, calcado principalmente em seus violões e sofisticadas harmonizações vocais. Remando contra a maré elétrica e barulhenta de Jimi Hendrix, Cream (com Eric Clapton), Jeff Beck Group, Led Zeppelin (com Jimmy Page) e demais guitar heroesres que na época ditavam as regras da cena roqueira, o Crosby, Stills & Nash virou uma referência para muitos dos cantores e compositores da cena folk-rock que proliferaram na década de 70.

O álbum de estreia, "Crosby, Stills & Nash", em maio de 1969, virou um clássico instantâneo e está representado em três demos: "Marrakesh Express", a única demo gravada com o trio completo; e "You don't have to cry" e "Long time gone", estas rascunhadas, respectivamente, por Stills e Crosby & Stills.

Em março de 1970, foi a vez de outro álbum clássico, "Déjà vu", já como um quarteto - Neil Young entrou para o grupo a tempo de participar, em agosto de 1969, do Festival de Woodstock. Desse disco vêm duas composições de e com Crosby, "Almost cut my hair" e a faixa-título. Em abril de 1971, eles ainda lançaram o álbum ao vivo "4 Way Street", que traz duas outras canções cujos rascunhos agora vêm a público, "Chicago" (de e com Nash) e "Love the one you're with" (de e com Stills).

O restante da coletânea traz material depois editado nos seus discos individuais. Canções tão boas quanto as do grupo, com destaque para "Music is love" (faixa do primeiro disco solo de David Crosby, que a interpreta nessa demo acompanhado de Young e Nash) e "Sleep song" e "Be yourself" (ambas de e com Nash). "Demos" que, quatro décadas depois, valem muito.
fonte: O Globo


O texto acima (ótimo, por sinal) termina muito bem, assinalando que são demos que valem ser ouvidas, ao contrário dos caça níqueis que andam por aí. Por outro lado, acho que são material para iniciados na obra de Crosby, Stills and Nash. De qualquer forma, leva uma nota 7! Clique lá na capa para aquela surpresa básica. Depois comente aqui!

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