sábado, 24 de julho de 2010

Luthieria: Ukelele

Já falei dele aqui e, nestes post iniciais desta nova coluna não posso deixar de fora este pequeno notável. Filho de portugueses, crescido entre os havaianos e alçados à fama pelos ingleses, os Ukeleles (ou ukuleles no original) vem ganhando espaço na música atualmente. Levados para o Havaí no século XIX por imigrantes portugueses, ele descende de dois instrumentos típicos da Ilha da Madeira: o rajão, uma viola de 5 cordas, e o nosso bem conhecido cavaquinho. Na mão dos nativos, ganhou uma nova afinação, em lá, mi, dó e sol, sendo a última mais aguda que a anterior. Essa afinação peculiar confere ao uke uma sonoridade própria.

Peculiar também é a forma de tocá-lo. Como seu som não se sustenta, é preciso tocar as cordas com mais frequência, o que resulta em uma espécie de andante permanente. Daí vem seu nome havaiano: ukulele quer dizer "pulga saltadora" no original.

É possível encontrar 4 tipos de ukes: o Soprano, com cerca de 21 polegadas e 12 trastes (o mais comum), o Concerto, também com 12 polegadas, mas com 23 trastes, o tenor, com 23 polegadas e o barítono, com 26. Este último, além de parecer um pequeno violão, usa afinação diferente, em Mi, Si, Sol e Ré.

Muito utilizado pela turma do folk rock, um grande incentivador do ukelele foi o Beatle George Harrison. Conta-se que ele gostava tanto dos ukes que quando viajava levava 2: um para ele e outro para o caso de encontrar com alguém que também tocasse! Várias de suas músicas foram compostas no uke, incluindo boa parte de seu último (e excelente) album, Brainwashed.

Atualmente o uke vem sendo redescoberto e aparece cada vez mais na mídia. Zach Condon (Beirut), Jack Johnson e Paul McCartney são alguns dos entusiastas deste pequeno notável, que se não é o maior instrumento do mundo, com certeza está entre os mais divertidos!

Aí embaixo pra vocês, um dos meus vídeos favoritos, com a sensacional Ukulele Orchestra of Great Britain mostrando a versatilidade do uke.

Aloha!


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