terça-feira, 21 de julho de 2009

Hoje no Rock: Cat Stevens / Yusuf Islam, 61 anos

Um dos meus personagens favoritos é esse sujeito que tem 2 nomes. É também um dos mais complicados de se escrever sobre, já que a gente cai sempre na mesma discussão sem fim e sem sentido sobre a sua conversão e consequente afastamento dos palcos na década de 70. Enfim, Yusuf é daqueles que você pode gostar ou não, mas simplesmente não pode ignorar.

Nascido Steven Demetre Giorgiou, filho de um grego ortodoxo e uma sueca protestante, teve sua infância em meio ao burburinho cosmopolita de uma Londres festiva e musical, enquanto lavava pratos e servia mesas no restaurante de seus pais. Ali mesmo criou suas primeiras canções.

Mas claro que, apesar do estrondoso sucesso com o seu característico folk rock, o que mais chama a atenção em sua trajetória é a busca por algo interior, uma verdadeira jornada espiritual. Mesmo bem antes da sua conversão ao Islã, Cat já tinha canções espiritualizadas como The Wind. Esse caminho começou a ser pavimentado, segundo ele mesmo, quando acabou internado com tuberculose com apenas 20 anos, no auge de sua popularidade.

Após ler sobre várias religiões e filosofias, encontrou o islamismo em 1977, rebatizando-se como Yusuf Islam. Considerando que suas músicas poderiam ir de encontro aos ensimentos muçulmanos, retirou-se dos palcos por quase 30 anos até que, em 2006 retornou com Another Cup, que apesar dos arabismos e das mensagens maometanas, ainda conservava o ar de Cat Stevens.

Recentemente, lançou seu segundo cedê como Yusuf, Roadsinger, o qual fiz um review há poucos dias. Assim como Another Cup, ele conserva o bom Cat Stevens dos anos 60 e 70.

O mais interessante sobre Cat/Yusuf é justamente sua trajetória, sua atitude de abrir mão de tudo que o showbizz pode oferecer em nome de uma fé, um novo rumo, uma nova filosofia. Não estou falando de religiões (eu mesmo não acredito nelas) mas da coragem de se arriscar tudo, afastar-se e renovar-se.

Um comentário:

Unknown disse...

O que falar de Cat/Yusuf, que faz lindas músicas, e é bem no que Caio diz, "não se pode ignorar".

E é com uma destas belas canções que tenho uma das mais bonitas e fortes recordações.