Ano passado escrevi aqui sobre o tal Dia do Rock e lembro que caí na mesma lenga lenga, discutindo a validade da data, sua origem, etc. Disse também que, quem me conhece sabe que, qual uma vaca sagrada, ando para datas como ano novo, dia dos namorados, dia do amigo e genéricos.
Só livro a cara do dia das mães porque sei o trabalho que dei pra minha e um presente por ano é uma indenização bastante leve para mim.
Só livro a cara do dia das mães porque sei o trabalho que dei pra minha e um presente por ano é uma indenização bastante leve para mim.
Por isso, é difícil não cair na mesma discussão. Para este humilde e relapso blogueiro, estabelecer um dia comemorativo para determinada coisa é na verdade declarar que esta tal coisa tem outros 364 dias de coadjuvante. E cá entre nós, o rock pra mim é tudo, menos coadjuvante.
Alguns poderiam argumentar que a data pode chamar a atenção das novas gerações para o rock, renovando o estilo. Sei não. O Dia do Rock começou a ser comemorado após o mega festival Live Aid, de 1985, organizado por Bob Geldof em benefício das vítimas da fome na África. Ok, o motivo era nobre mas ja corriam os anos 80 e muita coisa mais interessante aconteceu nos 30 anos anteriores. Na ocasião o rock já tinha sido declarado morto várias vezes!
Partindo dessa premissa, me parece que uma data específica serve apenas para estereotipar ainda mais o rock. Os que estão de fora nos olham como "roqueiros" (termo que detesto, assim como flamenguista, eu sou rubro negro porra), uma tribo que comemora dentro dela mesmo. Malucos que deixam o cabelo crescer, tem fama de arruaceiros e carregam todos os rótulos possíveis, dados pela dita sociedade estabelecida.
Fuck off! Eu escuto rock o dia todo, todo dia. Básico, clássico, progressivo, étnico, country, folk, nacional, europeu, novo, antigo, isso sem falar no jazz e no blues. Não me canso! Infeliz seria se tivesse que depender de um Dia do Rock pra ouvir rock. Prefiro usar o dia de hoje como folga, ouvir uma bossinha pra variar, ou até mesmo um sambinha. Se bem que já acordei hoje ouvindo Prog nacional... viram o que eu disse?
Portanto amigos, que seja hoje o tal do Dia do Rock. Mas que seja também amanhã e depois. Porque esse senhor, que já foi dado como morto, anda mais vivo do que nunca e não precisa de uma data para ser lembrado. Afinal, a gente só lembra daquilo que esquece!
Rock on!
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